Dois navios de guerra dos Estados Unidos entraram no Canal de Suez nesta quarta-feira, informarma autoridades do Egito. As embarcações seguem em direção ao mar Mediterrâneo e se aproximam da costa da Líbia, que vive uma crise política em meio a protetos pela renúncia do presidente Muamar Kadafi.
Os dois navios são o USS Kearsarge e USS Ponce - e só o Kearsarge leva 42 helicópteros a bordo. Na segunda-feira, o destróier USS Barry já havia passado por Suez, e agora está no sudoeste do Mediterrâneo.
Os Estados Unidos anunciaram a mobilização de navios e aviões para mais perto do território da Líbia. O ministro americano da Defesa, Robert Gates, afirmou na terça-feira que qualquer ação militar no país precisa ser pensada com cuidado, por causa de possíveis consequência em toda a região.
Segundo o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, os navios estão se movimentando para perto da Líbia para se preparar para contingências de natureza humanitária. Ele, porém, fez a ressalva de que "não estamos tirando quaisquer opções da mesa". De acordo com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, os navios poderão ser usados para missões humanitárias e de resgate.
Em resposta, as forças de Kadafi reforçaram sua presença na remota localidade de Dehiba, na fronteira com a Tunísia, e decoraram o posto de passagem com as bandeiras verdes do país. Repórteres que estão no lado tunisiano viram veículos do Exército da Líbia e soldados armados com fuzis Kalashnikov. No dia anterior, não havia presença militar líbia nesse posto fronteiriço.
Além disso, segundo testemunhas, forças leais ao governo retornaram nesta terça-feira ao posto de fronteira de Wazin, entre a Líbia e o sul da Tunísia, depois de terem deixado a área no domingo. "Vi uns 20 militares em Wazin, onde não havia nenhuma. Eram soldados do Exército regular, alguns usavam um lenço verde em torno do pescoço. Estavam armados com fuzis Kalashnikov. Não havia blindados", contou uma das testemunhas.
A fonte também comentou que outras testemunhas viram dois veículos 4x4 avançando pelo deserto com direção a Wazin, com 40 soldados a bordo. As movimentações aumentam a suspeita de que Kadafi, que está no poder há quatro décadas, não cederá ao grande número de forças atualmente unidas contra ele.
Pressão internacional
A secretária de Estado americana advertiu nesta terça-feira que a Líbia corre o risco de uma "guerra civil prolongada" e informou que os EUA analisam com seus aliados da Organização do Atlântico Norte (Otan) criar uma "zona de exclusão aérea" para conter a violência no país.
Segundo a embaixadora dos EUA na ONU, Susan Rice, a comunidade internacional continuará pressionando Kadafi militar e economicamente para obrigá-lo a abandonar o poder. "A comunidade internacional manterá a pressão até que ele se retire e permita que as pessoas se expressem livremente e determinem seu próprio futuro", disse.
"Levará tempo para que as sanções surtam efeitos, (mas) buscamos todas as maneiras de limitar a capacidade de Kadafi de rearmar-se e reabastecer-se", acrescentou.
Em meio aos sinais de que uma intervenção militar está em consideração para conter a violência no país do norte da África, a França rejeitou uma ofensiva sem mandato da ONU. O chanceler francês, Alain Juppé, afirmou que estão sendo estudadas "diferentes opções" para evitar o derramamento de sangue na Líbia. "Sobretudo a de uma zona de exclusão aérea, mas digo muito claramente: nenhuma intervenção será feita sem um mandato claro do Conselho de Segurança da ONU", disse.
Dando um tom de cautela ao pensamento militar ocidental, a França disse que a ajuda humanitária deve ser prioridade na Líbia, em vez da ação militar para depor Kadafi.
O governo francês enviou dois aviões com suprimentos e profissionais médicos a Benghazi, segunda maior cidade líbia e epicentro da mobilização, agora controlada pelos rebeldes. Mais voos desse tipo devem se seguir, segundo o porta-voz governamental francês, François Baroin.
Fonte: Reuters / EFE / AFP via Último Segundo
Os dois navios são o USS Kearsarge e USS Ponce - e só o Kearsarge leva 42 helicópteros a bordo. Na segunda-feira, o destróier USS Barry já havia passado por Suez, e agora está no sudoeste do Mediterrâneo.
Os Estados Unidos anunciaram a mobilização de navios e aviões para mais perto do território da Líbia. O ministro americano da Defesa, Robert Gates, afirmou na terça-feira que qualquer ação militar no país precisa ser pensada com cuidado, por causa de possíveis consequência em toda a região.
Segundo o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, os navios estão se movimentando para perto da Líbia para se preparar para contingências de natureza humanitária. Ele, porém, fez a ressalva de que "não estamos tirando quaisquer opções da mesa". De acordo com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, os navios poderão ser usados para missões humanitárias e de resgate.
Em resposta, as forças de Kadafi reforçaram sua presença na remota localidade de Dehiba, na fronteira com a Tunísia, e decoraram o posto de passagem com as bandeiras verdes do país. Repórteres que estão no lado tunisiano viram veículos do Exército da Líbia e soldados armados com fuzis Kalashnikov. No dia anterior, não havia presença militar líbia nesse posto fronteiriço.
Além disso, segundo testemunhas, forças leais ao governo retornaram nesta terça-feira ao posto de fronteira de Wazin, entre a Líbia e o sul da Tunísia, depois de terem deixado a área no domingo. "Vi uns 20 militares em Wazin, onde não havia nenhuma. Eram soldados do Exército regular, alguns usavam um lenço verde em torno do pescoço. Estavam armados com fuzis Kalashnikov. Não havia blindados", contou uma das testemunhas.
A fonte também comentou que outras testemunhas viram dois veículos 4x4 avançando pelo deserto com direção a Wazin, com 40 soldados a bordo. As movimentações aumentam a suspeita de que Kadafi, que está no poder há quatro décadas, não cederá ao grande número de forças atualmente unidas contra ele.
Pressão internacional
A secretária de Estado americana advertiu nesta terça-feira que a Líbia corre o risco de uma "guerra civil prolongada" e informou que os EUA analisam com seus aliados da Organização do Atlântico Norte (Otan) criar uma "zona de exclusão aérea" para conter a violência no país.
Segundo a embaixadora dos EUA na ONU, Susan Rice, a comunidade internacional continuará pressionando Kadafi militar e economicamente para obrigá-lo a abandonar o poder. "A comunidade internacional manterá a pressão até que ele se retire e permita que as pessoas se expressem livremente e determinem seu próprio futuro", disse.
"Levará tempo para que as sanções surtam efeitos, (mas) buscamos todas as maneiras de limitar a capacidade de Kadafi de rearmar-se e reabastecer-se", acrescentou.
Em meio aos sinais de que uma intervenção militar está em consideração para conter a violência no país do norte da África, a França rejeitou uma ofensiva sem mandato da ONU. O chanceler francês, Alain Juppé, afirmou que estão sendo estudadas "diferentes opções" para evitar o derramamento de sangue na Líbia. "Sobretudo a de uma zona de exclusão aérea, mas digo muito claramente: nenhuma intervenção será feita sem um mandato claro do Conselho de Segurança da ONU", disse.
Dando um tom de cautela ao pensamento militar ocidental, a França disse que a ajuda humanitária deve ser prioridade na Líbia, em vez da ação militar para depor Kadafi.
O governo francês enviou dois aviões com suprimentos e profissionais médicos a Benghazi, segunda maior cidade líbia e epicentro da mobilização, agora controlada pelos rebeldes. Mais voos desse tipo devem se seguir, segundo o porta-voz governamental francês, François Baroin.
Fonte: Reuters / EFE / AFP via Último Segundo
0 comentários:
Postar um comentário