Equipes conseguiram conectar cabos de força em todos os seis reatores da usina nuclear de Fukushima Daiichi, no leste do Japão, em meio a esforços para restabelecer o sistema de resfriamento do local.
O correspondente da BBC em Tóquio Chris Hogg afirma que, apesar disto, mais testes são necessários para saber se o fornecimento de energia pode ser retomado com segurança na usina.
Segundo Hogg, a eletricidade somente será reativada depois que todas as inspeções forem realizadas. A usina foi danificada devido ao terremoto de magnitude 9 seguido de um tsunami que atingiu o Japão no último dia 11.
Os trabalhos nos reatores foram interrompidos na segunda-feira devido a temores de que radiação poderia estar vazando de Fukushima por meio de uma nuvem de fumaça.
No entanto, os níveis de radiação na área caíram nesta terça-feira, depois de apresentar alta por um breve período no dia anterior.
Nesta terça-feira, por cerca de uma hora, equipes jogaram mais água do mar sobre o reator 3 de Fukushima, em uma tentativa de impedir o derretimento dos bastões de combustível nuclear no local.
O repórter da BBC afirma que o acúmulo de destroços das explosões ocorridas na usina na semana passada torna mais difícil o trabalho de fazer a água chegar até a superfície dos reatores.
Radiação na água
Amostras de água do mar coletadas perto de Fukushima apresentaram níveis de radiação maiores que o normal, segundo a empresa Tokyo Electric Power Company (Tepco), que administra a usina.
De acordo com a Tepco, água coletada a 330 metros da usina tinha um nível de iodo-131 126,7 vezes maior que o permitido pela lei, enquanto o césio-134 estava 24,8 vezes maior que o normal. Já o nível de césio-137 estava 16,5 vezes acima do permitido.
Já as amostras coletadas a cerca de 16km de Fukushima apresentaram níveis de iodo-131 16,4 vezes maior que o permitido pela lei.
O vice-presidente da Tepco Norio Tsuzumi visitou um abrigo de emergência em Tamura, onde estão cerca de 800 moradores da cidade de Okuma, cidade mais próxima à usina de Fukushima. Tsuzumi se desculpou aos desalojados, que foram obrigados a deixar suas casas devido ao risco da radiação.
Reconstrução
O prejuízo causado pela tragédia natural no Japão é estimado pelo Banco Mundial em US$ 235 bilhões (cerca de R$ 392 bilhões) e a reconstrução do país pode levar até cinco anos.
O terremoto e o tsunami, seguidos de uma crise nuclear ainda em curso, prejudicaram as cadeias produtivas de indústrias automotivas e eletrônicas. Além disso, “os danos ocorridos em habitações e infraestrutura foram sem precedentes”, diz o relatório.
O número de mortos, que pode chegar a 15 mil, e os prejuízos devem ser mais do que o dobro dos causados pelo terremoto de Kobe, em 1995. As companhias de seguros devem arcar com apenas uma pequena parte dos custos, deixando a maioria do prejuízo a ser coberta pelo governo e pela população, aponta o documento.
Em contrapartida, a conclusão do relatório é que o impacto da tragédia no crescimento japonês provavelmente será “temporário” e terá efeito “limitado” na economia regional.
Fonte: BBC Brasil
0 comentários:
Postar um comentário