quinta-feira, 24 de março de 2011

Ditador do Iêmen diz que irá se defender "por todos os meios"


O ditador iemenita, Ali Abdullah Saleh cada vez mais isolado ante a revolta popular no país anunciou nesta quinta-feira que se defenderá por "todos os meios possíveis" e fez um apelo aos militares que desertaram a "refletir".

"Vamos nos apegar à legalidade constitucional e preservaremos a segurança, a independência e a estabilidade do Iêmen por todos os meios possíveis", declarou Saleh em um discurso divulgado pela televisão estatal.

Em um encontro com oficiais do Exército e da polícia fiéis ao presidente, o mandatário pediu "vigilância" na véspera de uma nova jornada de mobilização de jovens manifestantes e de seus partidários.

O chefe de Estado também criticou a oposição parlamentar, que defende os protestos populares, ao considerar que, "inclusive se nos envolvermos em um acordo com eles (líderes da oposição), a situação será pior".

Mesmo assim, convidou os oficiais e militares que desertaram a se unirem à oposição, para que "reflitam" depois de terem cometido uma "estupidez".

Os jovens manifestantes, que realizam protestos na Praça da Universidade de Sanaa há mais de um mês, decidiram fazer uma "jornada para a saída de Ali Abdullah Saleh" e marchar até o palácio presidencial na sexta-feira se este permanecer no poder.

Saleh pediu a seus partidários que se reúnam também na sexta em uma praça próxima ao palácio presidencial, a vários quilômetros do centro de Sanaa, longe da Praça da Universidade.

O chefe de Estado aumentou as concessões, tendo chegado inclusive a prometer sair no final do ano, mas a oposição e o povo exigem que saia imediatamente.

O Exército está dividido depois da baixa de seu líder, o general Mohsen Ali al-Ahmar, que se uniu aos manifestantes. Um novo incidente entre unidades rivais no sudeste do país deixou três feridos nesta quinta-feira.

VIOLÊNCIA

Um policial morreu e outras sete pessoa se feriram após a explosão de uma bomba durante a passagem de um veículo policial em Adén, principal cidade do sul do Iêmen, segundo um responsável pelos serviços de segurança.

"A bomba explodiu durante a passagem de um carro de polícia no bairro de Jor Maksar en Adén", disse a fonte.

Não foram divulgadas mais informações sobre o incidente.

Adén é um dos principais redutos dos rebeldes que se manifestam contra Saleh, no poder há 32 anos. Várias pessoas morreram desde o início dos confrontos entre opositores e membros das forças de segurança, no final de janeiro.

O governador de Adén, Ahmad Qaatabi, renunciou ao cargo na segunda-feira (21), enquanto que aumentan as deserções do regime do Iêmen

Fonte: Folha

Nota do blog: Onde está a ONU e OTAN para defender os "direitos humanos" dos iemenitas? Será que a vida deles vale menos que a dos rebeldes armados da Líbia?
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