A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira, em Coimbra, que o Brasil poderá ajudar economicamente Portugal, mas condicionou a possível compra de títulos da dívida portuguesa à apresentação de garantias de pagamento.
A afirmação foi feita antes do cancelamento dos encontros que ela teria na tarde desta quarta-feira, em Lisboa, com o primeiro-ministro português, José Sócrates, e com o presidente do país, Aníbal Cavaco Silva, nos quais a questão de uma possível ajuda poderia ser discutido. Os encontros foram cancelados após a presidente decidir antecipar seu retorno a Brasília por causa da morte do ex-vice-presidente José Alencar.
Portugal enfrenta grandes dificuldades financeiras desde o início da crise das dívidas soberanas na Europa.
Segundo Dilma, a legislação brasileira sobre o uso das reservas do governo limitam a possibilidade da compra dos títulos da dívida portuguesa ao exigir que eles tenham classificação AAA pelas agências de risco, considerada a mais segura.
Na terça-feira, os títulos da dívida portuguesa tiveram sua avaliação rebaixada pela agência de classificação de risco Standard & Poors, perdendo o nivel AAA. Na semana passada, as agências Fitch e Moodys já haviam rebaixado os títulos portugueses.
"A única alternativa que vimos para esse caso é a possibilidade de comprar títulos que não são AAA com garantias”, afirmou Dilma. “Ou garantia real, ou de algum ativo que supra essa deficiência. Isso é uma questão de negociação", disse.
Segundo a presidente, o governo brasileiro "fará tudo o que for possível para ajudar Portugal, mas dentro da nossa legislação".
"Queremos sempre ajudar, porque Portugal não é um parceiro qualquer do Brasil", disse ela, citando os laços históricos e culturais entre os dois países.
Dilma disse ainda não ter recebido nenhum pedido formal de ajuda de Portugal, mas admitiu que já houve consultas sobre a possibilidade. "Já houve várias discussões a respeito, mas nada conclusivo", disse.
Mal-estar
O principal motivo da visita de Dilma a Portugal é prestigiar a cerimônia de entrega do título de honoris causa da Universidade de Coimbra a Luiz Inácio Lula da Silva, na manhã desta quarta-feira.
Mesmo após receberem a notícia da morte de José Alencar, Dilma e Lula decidiram ficar para a cerimônia e retornar a Brasília somente no final da manhã.
Durante a curta entrevista que concedeu pouco após uma visita à universidade, na tarde desta terça-feira, Dilma negou que haja um mal-estar entre ela e o ex-presidente.
As mudanças de rumo adotadas pelo governo de Dilma na política externa brasileira são vistas por muitos analistas como um possível motivo de discórdia entre os dois.
"O mal-estar é de vocês", disse ela ao ser questionada sobre o assunto. "Eu e o presidente Lula não temos nenhum mal-estar", afirmou.
"Vocês podem tentar tudo, mas é impossível separar a minha trajetória da trajetória do presidente Lula", afirmou, advertindo: "Isso não significa que eu e ele sejamos as mesmas pessoas".
Segundo ela, os dois vêm se encontrando regularmente, a cada 15 dias. "Sempre temos muito o que conversar", disse Dilma.
"Tenho com o presidente Lula um acúmulo de experiência comum que para mim é muito importante. Ele para mim é um grande interlocutor", afirmou. "O presidente Lula é um estadista, praticamente reconhecido no mundo inteiro", disse.
"Estou hoje aqui principalmente porque acredito que é uma homenagem merecida (a Lula)", disse.
Fonte: BBC Brasil
A afirmação foi feita antes do cancelamento dos encontros que ela teria na tarde desta quarta-feira, em Lisboa, com o primeiro-ministro português, José Sócrates, e com o presidente do país, Aníbal Cavaco Silva, nos quais a questão de uma possível ajuda poderia ser discutido. Os encontros foram cancelados após a presidente decidir antecipar seu retorno a Brasília por causa da morte do ex-vice-presidente José Alencar.
Portugal enfrenta grandes dificuldades financeiras desde o início da crise das dívidas soberanas na Europa.
Segundo Dilma, a legislação brasileira sobre o uso das reservas do governo limitam a possibilidade da compra dos títulos da dívida portuguesa ao exigir que eles tenham classificação AAA pelas agências de risco, considerada a mais segura.
Na terça-feira, os títulos da dívida portuguesa tiveram sua avaliação rebaixada pela agência de classificação de risco Standard & Poors, perdendo o nivel AAA. Na semana passada, as agências Fitch e Moodys já haviam rebaixado os títulos portugueses.
"A única alternativa que vimos para esse caso é a possibilidade de comprar títulos que não são AAA com garantias”, afirmou Dilma. “Ou garantia real, ou de algum ativo que supra essa deficiência. Isso é uma questão de negociação", disse.
Segundo a presidente, o governo brasileiro "fará tudo o que for possível para ajudar Portugal, mas dentro da nossa legislação".
"Queremos sempre ajudar, porque Portugal não é um parceiro qualquer do Brasil", disse ela, citando os laços históricos e culturais entre os dois países.
Dilma disse ainda não ter recebido nenhum pedido formal de ajuda de Portugal, mas admitiu que já houve consultas sobre a possibilidade. "Já houve várias discussões a respeito, mas nada conclusivo", disse.
Mal-estar
O principal motivo da visita de Dilma a Portugal é prestigiar a cerimônia de entrega do título de honoris causa da Universidade de Coimbra a Luiz Inácio Lula da Silva, na manhã desta quarta-feira.
Mesmo após receberem a notícia da morte de José Alencar, Dilma e Lula decidiram ficar para a cerimônia e retornar a Brasília somente no final da manhã.
Durante a curta entrevista que concedeu pouco após uma visita à universidade, na tarde desta terça-feira, Dilma negou que haja um mal-estar entre ela e o ex-presidente.
As mudanças de rumo adotadas pelo governo de Dilma na política externa brasileira são vistas por muitos analistas como um possível motivo de discórdia entre os dois.
"O mal-estar é de vocês", disse ela ao ser questionada sobre o assunto. "Eu e o presidente Lula não temos nenhum mal-estar", afirmou.
"Vocês podem tentar tudo, mas é impossível separar a minha trajetória da trajetória do presidente Lula", afirmou, advertindo: "Isso não significa que eu e ele sejamos as mesmas pessoas".
Segundo ela, os dois vêm se encontrando regularmente, a cada 15 dias. "Sempre temos muito o que conversar", disse Dilma.
"Tenho com o presidente Lula um acúmulo de experiência comum que para mim é muito importante. Ele para mim é um grande interlocutor", afirmou. "O presidente Lula é um estadista, praticamente reconhecido no mundo inteiro", disse.
"Estou hoje aqui principalmente porque acredito que é uma homenagem merecida (a Lula)", disse.
Fonte: BBC Brasil
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