segunda-feira, 21 de março de 2011

China intensifica condenação a ataques aéreos na Líbia


Nesta segunda-feira o principal jornal da China intensificou a oposição de Pequim aos ataques aéreos ocidentais na Líbia, acusando os países que apoiam os ataques de violar regras internacionais e arriscar novos tumultos no Oriente Médio.

A mais forte condenação chinesa das manobras do Ocidente contra as forças do líder líbio Muammar Gaddafi apareceu no Diário do Povo, órgão do Partido Comunista, e mostrou como o conflito militar pode se tornar uma nova frente de atrito entre Pequim e Washington.

O jornal usou palavras pouco veladas para acusar os Estados Unidos e seus aliados de violar regras internacionais, embora a China não tenha chegado a vetar a resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas que efetivamente autorizou os ataques aéreos.

O diário apontou semelhanças entre a iniciativa na Líbia à invasão norte-americana do Iraque em 2003, e deu a entender que segue um padrão de interferência do Ocidente nos assuntos de outras nações.

"As tempestades ensanguentadas que o Iraque sofre há oito anos e o sofrimento indizível de seu povo são um reflexo e um alerta", disse o comentário do Diário do Povo.

"Os ataques militares à Líbia são, após as guerras no Afeganistão e no Iraque, a terceira vez que alguns países lançaram ações armadas contra países soberanos", disse em referência aos EUA e seus aliados.

"Deveria ser notado que toda vez que meios militares são usados para lidar com crises, é um golpe na Carta das Nações Unidas e nas regras das relações internacionais."

O comentário apareceu sob o nome de "Zhong Sheng", pseudônimo que em chinês se parece a "Voz do Centro," dando a entender que verbaliza a opinião do alto escalão do governo.

Fonte: Reuters
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1 comentários:

  1. dkncabelo
    O jornal mostrou uma verdade inconveniente para os EUA que, como exemplo de Democracia, toda a vez tenta interferir na região.
    Os confrontos iniciados no Egito para a queda do atual ditador, mostra a "cara de pau" dos líderes americanos, pois sabiam da situção em 1973 e mesmo assim firmaram o acordo de Camp David.
    Apesar do jornalista ser "meio" atual, ele poderia ainda ter citado o conflito Irã-Iraque, onde os EUA apoiaram e muito o Xá Reza Pahlevi, sempre com interesses no ouro negro. Ou outros mais conflitos realizados na região.

    Ao pessoal do site, quero dizer que gostei muito das páginas e queria sugerir uma reportagem sobre montadora JAC motors.
    Valeu!

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