sexta-feira, 25 de março de 2011

Bombardeio de aviões franceses destrói base militar na Líbia


Aviões franceses destruíram na noite de quinta-feira uma bateria de artilharia das tropas do ditador líbio Muammar Gaddafi que disparava contra a cidade de Ajdabiya e causaram grandes danos na base militar de Al Kufrah, informou nesta sexta o chefe do Estado-Maior do Exército francês, Edouard Guillaud.

Em entrevista à emissora de rádio France Info, Guillaud afirmou que um caça Rafale destruiu a bateria de artilharia em Ajdabiya cidade controlada pela oposição e que em Al Kufrah foram inutilizados tanto os depósitos de munição como as instalações de manutenção e o posto de comando.

"Era uma base histórica para o regime líbio", destacou o almirante francês, que confirmou que durante a noite prosseguiram as missões aéreas da coalizão na Líbia "para que se respeite a exclusão aérea" e para proteger a aviação civil.

O chefe do Estado-Maior do Exército francês reconheceu que não pode garantir que os bombardeios da coalizão não deixarão vítimas civis, mas insistiu nas diretrizes: "disparamos quando temos certeza que se trata de tropas de Gaddafie que não há civis".

Guillaud preferiu não arriscar quanto tempo irá durar a campanha internacional na Líbia: "acho que serão semanas, espero que não sejam meses". "A solução é política, como sempre", acrescentou.

Quanto aos rebeldes, o militar considerou que "é normal que custe para que eles se estruturem", já que não são um Exército regular, e considerou que "é preciso dar um pouco de tempo" ao Conselho Nacional de Transição líbio (CNT).

OTAN

Nessa última quinta-feira, os países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) chegaram a um acordo para entregar o comando da zona de exclusão aérea sobre a Líbia à aliança militar, segundo informou o secretário-geral da organização, Anders Fogh Rasmussen.

"Decidimos implementar a zona de proibição de voo sobre a Líbia para impedir a ação dos aviões [do ditador] Muammar Gaddafi e proteger a população, disse Rasmussen após reunião dos representantes dos 28 países membros da Otan em Bruxelas.

"Atuamos com base no grande esforço internacional para proteger os civis do regime de Gaddafi.

Uma coalizão liderada por Estados Unidos, Reino Unido e França bombardeia posições das forças de Gaddafi desde sábado passado (19) para preparar o terreno à zona de exclusão.

Rasmussen destacou que a missão da Otan se limita à zona de exclusão aérea: "Podemos agir em defesa própria, mas o que vamos fazer é implementar a zona de bloqueio aéreo" e não atacar alvos em terra.

Assim, a coalizão seguirá sendo responsável pelos ataques a objetivos terrestres na Líbia.

Reino Unido e Itália defenderam abertamente a liderança da Otan em todas as operações, mas a Turquia único país membro de maioria muçulmana rejeitou a participação da aliança nas ações ofensivas.

Fonte: EFE
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