Uma pesquisa feita em 27 países a pedido do Serviço Mundial da BBC revelou que a ascensão econômica e militar da China gera preocupações nos países ricos, mas que a potência asiática é bem vista pelas nações emergentes.
O levantamento ouviu quase 27 mil pessoas. No Brasil, onde as opiniões negativas da China diminuíram em relação à primeira edição da pesquisa, foram feitas 800 entrevistas em nove capitais do país.
Em média, 50% das pessoas ouvidas mundialmente disseram ter uma visão positiva da ascensão econômica chinesa, enquanto 33% disseram ter uma visão negativa.
Comparada com 2005, a visão negativa aumentou nos Estados Unidos, México e Canadá, e nos países mais avançados da Europa (França, Canadá, Alemanha, Itália).
"Atingidos em cheio pela depressão econômica, os cidadãos dos países do G7 (o grupo das nações mais industrializadas do planeta) estão menos seguros de como competir com a China, tão presente hoje nas suas vidas", explicou o presidente da empresa responsável pela pesquisa, GlobeScan.
"Não há dúvida de que a ascensão da China, junto com um sentimento de estagnação e paralisação entre os países ocidentais, é psicologicamente perturbador", afirmou à BBC o premiado articulista do jornal The New York Times Tom Friedman.
Mas esse ponto de vista é contrabalançado pela visão amplamente positiva da ascensão chinesa em países africanos que têm se beneficiado de investimentos chineses em infraestrutura e recursos naturais, como Nigéria, Quênia e Gana (82%, 77% e 62% de visão positiva, respectivamente).
Também no Brasil a China goza de uma imagem melhor: de 2005 para cá, as opiniões negativas do crescimento chinês caíram nove pontos, para 26%. As visões positivas somaram 44%.
Na América do Sul, a visão da China também é majoritariamente positiva no Peru (65%).
Potência militar
Já a ascensão militar da China é vista com mais reservas pelos entrevistados na pesquisa. O Japão foi o país onde a visão negativa superou com mais folga a positiva (88%, contra menos de 1% de visão positiva).
Na Coreia do Sul e na Austrália a visão negativa foi 76% e nos EUA, 79%.
As divergências voltaram a se repetir entre os países da Europa ocidental (que veem o poderio militar chinês com cada vez mais reservas) e os africanos e emergentes asiáticos, para quem o crescimento militar de Pequim preocupa menos.
No Brasil, a visão negativa superou a positiva (46% - 29%), assim como no México (53% - 17%).
O analista de Economia da BBC, Andrew Walker, disse que a visão da China é reforçada pelas diferentes percepções das relações econômicas chinesas no mundo.
Os respondentes que consideraram "injustas" as relações comerciais da China estão majoritariamente nos países da Europa ocidental, nos EUA e em seus parceiros econômicos, no Japão e na Coreia do Sul.
Walker lembra que a China é acusada, nos meios empresariais e políticos, de manter seu câmbio artificialmente desvalorizado – o que aumenta a competitividade dos produtos chineses no exterior.
Já na África, nos emergentes asiáticos, e no Chile e no Peru a percepção é de que a China atua corretamente. A questão não foi colocada para os brasileiros.
Fonte: BBC Brasil
O levantamento ouviu quase 27 mil pessoas. No Brasil, onde as opiniões negativas da China diminuíram em relação à primeira edição da pesquisa, foram feitas 800 entrevistas em nove capitais do país.
Em média, 50% das pessoas ouvidas mundialmente disseram ter uma visão positiva da ascensão econômica chinesa, enquanto 33% disseram ter uma visão negativa.
Comparada com 2005, a visão negativa aumentou nos Estados Unidos, México e Canadá, e nos países mais avançados da Europa (França, Canadá, Alemanha, Itália).
"Atingidos em cheio pela depressão econômica, os cidadãos dos países do G7 (o grupo das nações mais industrializadas do planeta) estão menos seguros de como competir com a China, tão presente hoje nas suas vidas", explicou o presidente da empresa responsável pela pesquisa, GlobeScan.
"Não há dúvida de que a ascensão da China, junto com um sentimento de estagnação e paralisação entre os países ocidentais, é psicologicamente perturbador", afirmou à BBC o premiado articulista do jornal The New York Times Tom Friedman.
Mas esse ponto de vista é contrabalançado pela visão amplamente positiva da ascensão chinesa em países africanos que têm se beneficiado de investimentos chineses em infraestrutura e recursos naturais, como Nigéria, Quênia e Gana (82%, 77% e 62% de visão positiva, respectivamente).
Também no Brasil a China goza de uma imagem melhor: de 2005 para cá, as opiniões negativas do crescimento chinês caíram nove pontos, para 26%. As visões positivas somaram 44%.
Na América do Sul, a visão da China também é majoritariamente positiva no Peru (65%).
Potência militar
Já a ascensão militar da China é vista com mais reservas pelos entrevistados na pesquisa. O Japão foi o país onde a visão negativa superou com mais folga a positiva (88%, contra menos de 1% de visão positiva).
Na Coreia do Sul e na Austrália a visão negativa foi 76% e nos EUA, 79%.
As divergências voltaram a se repetir entre os países da Europa ocidental (que veem o poderio militar chinês com cada vez mais reservas) e os africanos e emergentes asiáticos, para quem o crescimento militar de Pequim preocupa menos.
No Brasil, a visão negativa superou a positiva (46% - 29%), assim como no México (53% - 17%).
O analista de Economia da BBC, Andrew Walker, disse que a visão da China é reforçada pelas diferentes percepções das relações econômicas chinesas no mundo.
Os respondentes que consideraram "injustas" as relações comerciais da China estão majoritariamente nos países da Europa ocidental, nos EUA e em seus parceiros econômicos, no Japão e na Coreia do Sul.
Walker lembra que a China é acusada, nos meios empresariais e políticos, de manter seu câmbio artificialmente desvalorizado – o que aumenta a competitividade dos produtos chineses no exterior.
Já na África, nos emergentes asiáticos, e no Chile e no Peru a percepção é de que a China atua corretamente. A questão não foi colocada para os brasileiros.
Fonte: BBC Brasil
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