Líderes da revolta na Líbia criaram neste domingo um "Conselho Nacional" de transição para as cidades "libertadas" do regime do ditador Muammar Kadhafi.
"A criação de um Conselho Nacional foi anunciada em todas as cidades livres da Líbia", disse Abdel Hafiz Ghoqa em coletiva de imprensa em Bengazi, segunda cidade da Líbia e bastião da revolta.
O conselho é o "rosto da Líbia no período de transição", afirmou Ghoqa, acrescentando que consultas estão em andamento para discutir a composição e as tarefas no novo órgão.
"Não podemos chamar de governo de transição. É um conselho nacional até a libertação de Trípoli (...) e ainda não determinamos sua forma e seus membros".
No sábado, o ex-ministro da Justiça Mustafa Abdel Jalil, que deixou o regime de Kadhafi na segunda-feira, afirmou à emissora Al-Jazeera que um governo de transição seria formado para administrar o país durante três meses, preparando a realização de eleições.
O Conselho "será o rosto da Líbia durante o período de transição (...) e cada cidade, libertada ou não, será consultada sobre sua formação", garantiu Ghoqa.
Ao contrário de Tunísia e Egito, onde há uma estrutura estatal, Kadhafi instaurou na Líbia sua idéia de "Jamahiriya" (Estado das massas), baseada em "comitês populares".
O resultado deste sistema aplicado em 1977, oito anos após a chegada de Khadafi ao poder, é a ausência de partidos políticos e de uma administração pública no modelo ocidental.
A criação do Conselho Nacional ocorre no momento em que várias cidades do oeste da Líbia se libertam do regime de Khadafi e "preparam a marcha para Trípoli", segundo o advogado Chaban Abu Sitta, dirigente do comitê revolucionário de Nalout, 230 km da capital líbia.
Abu Sitta afirmou que Nalout, Al Rhibat, Kabaw, Jado, Rogban, Zentan, Yefren, Kekla, Gherien e Hawamed foram libertadas e estão "sob a autoridade do governo interino de Bengazi". "Nos preparamos para marchar sobre Trípoli e libertar a capital do jugo de Kadhafi".
Na frente internacional, os Estados Unidos afirmaram que estão preparados para fornecer "qualquer tipo de ajuda" à oposição ao regime de Kadhafi.
A secretária americana de Estado, Hillary Clinton, revelou que Washington "está em contato com numerosos líbios que tentam se organizar, no momento em que a revolução chega ao oeste". "Estamos no início da era pós-Kadhafi".
A declaração da secretária de Estado ocorre após o Conselho de Segurança da ONU aprovar, na noite de sábado, uma bateria de sanções contra o regime de Kadhafi, e encarregar a Corte Penal Internacional de investigar a repressão na Líbia, que pode constituir crime contra a humanidade.
Os 15 membros do Conselho de Segurança aprovaram um embargo de armas contra a Líbia, e a proibição de viagens e o congelamento de bens de Muammar Kadhafi, de seus filhos e de funcionários da Defesa e Inteligência ligados à repressão.
Também neste domingo, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, declarou que chegou a "hora de partir" para o líder líbio, destacando que não há papel para o coronel no futuro do país.
Cameron fez a declaração ao final de mais uma operação da força aérea britânica (RAF) para retirar civis estrangeiros bloqueados no deserto líbio.
Segundo o premier britânico, "todos os acontecimentos enviam uma mensagem clara ao regime: é hora do coronel Kadhafi partir, que saia agora".
"Khadafi não tem um lugar na Líbia do futuro", disse Cameron.
No Canadá, o primeiro-ministro Stephen Harper anunciou o congelamento das contas de Kadhafi e de sua família, além de ter pedido o fim do banho de sangue e a renúncia do ditador.
Harper informou ainda que o Canadá aplicará as sanções adotadas pelo Conselho de Segurança da ONU contra o regime líbio e pretende ir além destas medidas.
Harper criticou Kadhafi por violar a obrigação fundamental do governo: garantir a segurança dos cidadãos. Ele pediu o "fim do banho de sangue" e a "renúncia de suas funções e poderes".
Fonte: AFP
"A criação de um Conselho Nacional foi anunciada em todas as cidades livres da Líbia", disse Abdel Hafiz Ghoqa em coletiva de imprensa em Bengazi, segunda cidade da Líbia e bastião da revolta.
O conselho é o "rosto da Líbia no período de transição", afirmou Ghoqa, acrescentando que consultas estão em andamento para discutir a composição e as tarefas no novo órgão.
"Não podemos chamar de governo de transição. É um conselho nacional até a libertação de Trípoli (...) e ainda não determinamos sua forma e seus membros".
No sábado, o ex-ministro da Justiça Mustafa Abdel Jalil, que deixou o regime de Kadhafi na segunda-feira, afirmou à emissora Al-Jazeera que um governo de transição seria formado para administrar o país durante três meses, preparando a realização de eleições.
O Conselho "será o rosto da Líbia durante o período de transição (...) e cada cidade, libertada ou não, será consultada sobre sua formação", garantiu Ghoqa.
Ao contrário de Tunísia e Egito, onde há uma estrutura estatal, Kadhafi instaurou na Líbia sua idéia de "Jamahiriya" (Estado das massas), baseada em "comitês populares".
O resultado deste sistema aplicado em 1977, oito anos após a chegada de Khadafi ao poder, é a ausência de partidos políticos e de uma administração pública no modelo ocidental.
A criação do Conselho Nacional ocorre no momento em que várias cidades do oeste da Líbia se libertam do regime de Khadafi e "preparam a marcha para Trípoli", segundo o advogado Chaban Abu Sitta, dirigente do comitê revolucionário de Nalout, 230 km da capital líbia.
Abu Sitta afirmou que Nalout, Al Rhibat, Kabaw, Jado, Rogban, Zentan, Yefren, Kekla, Gherien e Hawamed foram libertadas e estão "sob a autoridade do governo interino de Bengazi". "Nos preparamos para marchar sobre Trípoli e libertar a capital do jugo de Kadhafi".
Na frente internacional, os Estados Unidos afirmaram que estão preparados para fornecer "qualquer tipo de ajuda" à oposição ao regime de Kadhafi.
A secretária americana de Estado, Hillary Clinton, revelou que Washington "está em contato com numerosos líbios que tentam se organizar, no momento em que a revolução chega ao oeste". "Estamos no início da era pós-Kadhafi".
A declaração da secretária de Estado ocorre após o Conselho de Segurança da ONU aprovar, na noite de sábado, uma bateria de sanções contra o regime de Kadhafi, e encarregar a Corte Penal Internacional de investigar a repressão na Líbia, que pode constituir crime contra a humanidade.
Os 15 membros do Conselho de Segurança aprovaram um embargo de armas contra a Líbia, e a proibição de viagens e o congelamento de bens de Muammar Kadhafi, de seus filhos e de funcionários da Defesa e Inteligência ligados à repressão.
Também neste domingo, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, declarou que chegou a "hora de partir" para o líder líbio, destacando que não há papel para o coronel no futuro do país.
Cameron fez a declaração ao final de mais uma operação da força aérea britânica (RAF) para retirar civis estrangeiros bloqueados no deserto líbio.
Segundo o premier britânico, "todos os acontecimentos enviam uma mensagem clara ao regime: é hora do coronel Kadhafi partir, que saia agora".
"Khadafi não tem um lugar na Líbia do futuro", disse Cameron.
No Canadá, o primeiro-ministro Stephen Harper anunciou o congelamento das contas de Kadhafi e de sua família, além de ter pedido o fim do banho de sangue e a renúncia do ditador.
Harper informou ainda que o Canadá aplicará as sanções adotadas pelo Conselho de Segurança da ONU contra o regime líbio e pretende ir além destas medidas.
Harper criticou Kadhafi por violar a obrigação fundamental do governo: garantir a segurança dos cidadãos. Ele pediu o "fim do banho de sangue" e a "renúncia de suas funções e poderes".
Fonte: AFP
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