domingo, 27 de fevereiro de 2011

Ministra de Relações Exteriores da França anuncia renúncia


O escritório da ministra das Relações Exteriores da França, Michèle Alliot-Marie, afirmou que ela enviou uma carta pedindo sua demissão ao presidente Nicolas Sarkozy. Alliot-Marie esteve no centro de uma tempestade política após a revelação de que passeou pela Tunísia em dezembro enquanto protestos populares sacudiam o país e de que aceitou carona num avião particular de um empresário tunisiano próximo ao presidente deposto Zine al-Abidine Ben Ali.

Notícias subsequentes sobre Alliot-Marie e as ligações de sua família com o regime de Zine al-Abidine Ben Ali, além da oferta da ministra de que a França poderia oferecer conselhos à Tunísia sobre como controlar as manifestações no país, tornou sua posição no governo francês insustentável.

"Embora eu não sinta que tenha cometido qualquer irregularidade, eu decidi deixar meu trabalho como ministra das Relações Exteriores", escreveu Alliot-Marie, em sua carta de demissão enviada ao presidente francês, segundo uma cópia do documento que foi vista pela agência de notícias France Presse.

"Durante semanas, eu tenho sido alvo de ataques políticos e nos meios de comunicação, utilizados para criar suspeitas, meias verdades e generalizações", afirmou. Um porta-voz do gabinete de Sarkozy recusou-se a comentar se o presidente aceitou a demissão da ministra.


Sarkozy nomeia Alain Juppé como novo ministro de Exteriores

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, anunciou neste domingo que o atual ministro da Defesa, Alain Juppé, foi nomeado novo titular de Exteriores, substituindo Michèle Alliot-Marie, que apresentou sua renúncia nesta tarde.

Com a saída da até agora chefe da diplomacia aproveitou-se para realizar uma pequena remodelação ministerial, com Gérard Longuet, líder da União por um Movimento Popular (UMP), partido de Sarkozy, no Senado, à frente da Defesa.

Por sua parte, o Ministério do Interior, ocupado até agora por Brice Hortefeux, ficará nas mãos do secretário-geral da Presidência, Claude Guéant.

As mudanças foram anunciadas depois que aumentassem nas últimas semanas as críticas contra a política externa francesa por sua gestão perante as revoltas dos países árabes e se interpreta na imprensa como um reforço do Executivo perante as eleições presidenciais de 2012.

Em uma locução de sete minutos divulgada pela rádio e televisão, Sarkozy afirmou que tais remodelações foram realizadas perante as recentes mudanças nos países árabes e a necessidade de reorganizar o Governo francês para que a França esteja preparada para enfrentá-los.

"Meu dever é explicar os desafios e proteger os franceses", disse em seu discurso, no qual qualificou essas revoltas árabes como "mudança histórica" ao que os países ocidentais "não devem ter medo, porque os valores que defendem são os mesmos que os nossos".

Em sua mensagem perante os franceses, Sarkozy alertou, no entanto sobre o perigo que se voltem "incontroláveis" os fluxos migratórios provocados pelas "tragédias" vividas nesses países árabes após os protestos populares contra seus regimes.

"Devemos reagir com ambição e estar à altura dos eventos", apontou o presidente, segundo o qual Ocidente "não deve ter mais que um só objetivo: acompanhar os povos que escolheram ser livres e fazer todo o possível para que a esperança que acaba de nascer não morra".

Renúncia na Tunísia

O primeiro-ministro da Tunísia, Mohamed Ghannouchi, também anunciou hoje sua renúncia, curvando-se à exigência de manifestantes depois que pelo menos cinco pessoas morreram após uma nova onda de violência no país do Norte da África.

Ghannouchi, de 69 anos, era um antigo aliado do presidente Zine El Abidine Ben Ali e havia prometido guiar o país até que as eleições pudessem ser realizadas, até meados de julho. Ben Ali fugiu do país em 14 de janeiro em meio a protestos.


Fonte: France Presse / EFE
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