O líder líbio, Muammar Kadafi, usou tanques, helicópteros e aviões para tentar esmagar a crescente rebelião no seu país, disseram testemunhas nesta terça-feira, enquanto o veterano dirigente negou que esteja fugindo de Trípoli após mais de quatro décadas no poder.
A TV Al Jazeera relatou que aviões novamente bombardearam algumas áreas da capital nesta terça-feira, e que mercenários dispararam contra civis.
Na segunda-feira, o próprio Kadafi apareceu, após dias de isolamento, para desmentir os rumores de que teria se exilado na aliada Venezuela.
"Quero mostrar que estou em Trípoli e não na Venezuela. Não acreditem nos canais pertencentes aos cães vadios", disse Kadafi, que assumiu o poder num golpe militar em 1969 e desde então governa a Líbia com uma mistura de populismo e linha-dura.
Em Al Bayda (cidade no leste), o morador Marai Al Mahry disse à Reuters por telefone que 26 pessoas, inclusive seu irmão Ahmed, foram mortos a tiros durante a noite por seguidores de Kadafi,
"Eles atiram em você só por andar na rua", disse ele, soluçando incontrolavelmente e implorando por ajuda.
Al Mahry relatou também que os manifestantes estão sendo atacados por aviões e tanques na cidade.
"A única coisa que podemos fazer agora é não desistir, não nos rendermos, não recuar. Vamos morrer de qualquer jeito, queiramos ou não. Está claro que eles não se importam se vivemos ou não. Isso é um genocídio", disse Mahry, de 42 anos.
As forças de segurança reprimem os protestos com dureza em todo o país. A rebelião - parcialmente inspirada nas recentes revoltas populares dos vizinhos Egito e Tunísia - começou na semana passada no leste da Líbia, e agora chegou a Trípoli.
A ONG Human Rights Watch diz que pelo menos 233 pessoas já foram mortas, e grupos de oposição estimam cifras ainda maiores. É impossível verificar essas informações de forma independente, já que a imprensa enfrenta sérias restrições ao seu trabalho na Líbia.
A revolta no país, integrante da Opep, faz com que o petróleo atingisse nesta terça-feira a sua maior cotação nos EUA em dois anos e meio - 99 dólares por barril, com entrega em abril.
A rebelião parece ter chegado até mesmo ao núcleo do poder líbio. Alguns embaixadores renunciaram e pediram o afastamento de Kadafi, o ministro da Justiça deixou seu cargo em protesto contra a repressão aos manifestantes, e um grupo de oficiais do Exército conclamou os soldados a "se juntarem ao povo".
Dois pilotos levaram seus caças para Malta, afirmando que rejeitaram ordens de bombardear multidões.
Na domingo, Saif Kadafi, filho do ditador, foi à TV dizer que o regime continuaria resistindo "até o último homem que estiver de pé".
Potências mundiais e a ONU condenaram o uso da força contra os manifestantes.
Fonte: Reuters
A TV Al Jazeera relatou que aviões novamente bombardearam algumas áreas da capital nesta terça-feira, e que mercenários dispararam contra civis.
Na segunda-feira, o próprio Kadafi apareceu, após dias de isolamento, para desmentir os rumores de que teria se exilado na aliada Venezuela.
"Quero mostrar que estou em Trípoli e não na Venezuela. Não acreditem nos canais pertencentes aos cães vadios", disse Kadafi, que assumiu o poder num golpe militar em 1969 e desde então governa a Líbia com uma mistura de populismo e linha-dura.
Em Al Bayda (cidade no leste), o morador Marai Al Mahry disse à Reuters por telefone que 26 pessoas, inclusive seu irmão Ahmed, foram mortos a tiros durante a noite por seguidores de Kadafi,
"Eles atiram em você só por andar na rua", disse ele, soluçando incontrolavelmente e implorando por ajuda.
Al Mahry relatou também que os manifestantes estão sendo atacados por aviões e tanques na cidade.
"A única coisa que podemos fazer agora é não desistir, não nos rendermos, não recuar. Vamos morrer de qualquer jeito, queiramos ou não. Está claro que eles não se importam se vivemos ou não. Isso é um genocídio", disse Mahry, de 42 anos.
As forças de segurança reprimem os protestos com dureza em todo o país. A rebelião - parcialmente inspirada nas recentes revoltas populares dos vizinhos Egito e Tunísia - começou na semana passada no leste da Líbia, e agora chegou a Trípoli.
A ONG Human Rights Watch diz que pelo menos 233 pessoas já foram mortas, e grupos de oposição estimam cifras ainda maiores. É impossível verificar essas informações de forma independente, já que a imprensa enfrenta sérias restrições ao seu trabalho na Líbia.
A revolta no país, integrante da Opep, faz com que o petróleo atingisse nesta terça-feira a sua maior cotação nos EUA em dois anos e meio - 99 dólares por barril, com entrega em abril.
A rebelião parece ter chegado até mesmo ao núcleo do poder líbio. Alguns embaixadores renunciaram e pediram o afastamento de Kadafi, o ministro da Justiça deixou seu cargo em protesto contra a repressão aos manifestantes, e um grupo de oficiais do Exército conclamou os soldados a "se juntarem ao povo".
Dois pilotos levaram seus caças para Malta, afirmando que rejeitaram ordens de bombardear multidões.
Na domingo, Saif Kadafi, filho do ditador, foi à TV dizer que o regime continuaria resistindo "até o último homem que estiver de pé".
Potências mundiais e a ONU condenaram o uso da força contra os manifestantes.
Fonte: Reuters
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