terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Grupo 'Emirado do Cáucaso' reivindica atentado no aeroporto de Moscou


O líder do grupo rebelde islamita "Emirado do Cáucaso", o checheno Doku Umarov, reivindicou na noite de segunda-feira o atentado suicida de 24 de janeiro no principal aeroporto de Moscou, Domodedovo, que deixou 36 mortos, em um vídeo postado na internet.

"Esta operação foi realizada sob minha ordem", afirmou em um vídeo divulgado no site kavkazcenter.com, antes de ameaçar com outros ataques.

No sábado, o líder autoproclamado do chamado "Emirado do Cáucaso" prometeu em um vídeo transformar 2011 no ano "do sangue e das lágrimas" para a Rússia.

No último vídeo, gravado segundo Umarov no mesmo dia do atentado no aeroporto, o líder checheno afirma que agiu em nome de Alá e com o objetivo de criar um Estado islâmico livre no Cáucaso do Norte.

A operação é uma resposta aos crimes da Rússia no Cáucaso, completou, vestido com um uniforme militar.

O atentado foi o segundo cometido na capital russa em menos de um ano. Em março de 2010, um duplo atentado suicida no metrô de Moscou matou 40 pessoas.

Doku Umarov, conhecido como Abu Usman, também reivindicou os ataques no metrô moscovita em março de 2010 e afirmou que foram um ato de "vingança" pelas operações das forças russas no Cáucaso.

A investigação russa determinou que o autor do ataque no aeroporto de Domodedovo era um jovem 20 anos procedente do Cáucaso do Norte, região do sul da Rússia, foco de uma rebelião islâmica.

Também destacou que o ataque, cometido na área de desembarque internacional do aeroporto, tinha como objetivo matar especialmente estrangeiros.

Uma fonte das forças de segurança russas afirmou na semana passada à agência Interfax que o autor do atentado suicida foi Magomed Evloev, de 20 anos, filho de uma professora e um motorista de ônibus, oriundo da instável república da Inguchétia, vizinha de Chechênia.

O jornal Tvoi Dien informou que Magomed Evloev começou a cumprir o serviço militar em novembro de 2009 em Vladivostok (extremo oriente), mas retornou após três meses por ser declarado incapacitado por motivos de saúde.

Pouco depois da explosão no terminal de Domodedovo, a família do homem-bomba abandonou o vilarejo após receber a visita de membros do Serviço Federal de Segurança (FSB), segundo o jornal.

A polícia russa emitiu no domingo uma ordem de busca e captura contra dois supostos envolvidos no aeroporto moscovita, também oriundos da Inguchétia.

Depois da primeira guerra da Chechênia (1994-1996) entre forças russas e separatistas, a rebelião ganhou progressivamente um tom islâmico e ultrapassou as fronteiras chechenas. Em meados da década passada se tornou um movimento islamita armado ativo em todo o Cáucaso do Norte.

O Emirado do Cáucaso, além dos ataques no aeroporto de Moscou-Domodedovo e no metrô moscovita em março, reivindicou o atentado de novembro de 2009 contra um trem de passageiros entre Moscou e São Petersburgo (28 mortos) e outro com carro-bomba em setembro de 2010 em um mercado de Vladikavkaz na Ossétia do Norte (17 mortos).

Fonte: AFP
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