sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Exército Brasileiro: Engenharia de construção em ação pelo Brasil


É de conhecimento geral a sua existência, entre tanto, as unidades de Engenharia de Construção do Exército Brasileiro que executam de norte a sul do país inestimáveis trabalhos em prol da construção de infraestruturas tanto de interesse público (civil) como o Militar, são poucamente lembradas e apesar de seu valor e da sua importância, a Engenharia de Construção, braço da Engenharia Militar do Exército Brasileiro é poucas vezes mencionada e justamente reconhecida pelo público geral.

Por esta razão procuro nesta matéria apresentar aos leitores do Plano Brasil uma rápida apresentação sobre a Engenharia de Construção e do seu trabalho, dedicarei atenção em especial 1º Batalhão de Engenharia de construção e de suas mais recentes obras e serviços prestados a nação.

Sobre o Departamento de Engenharia e Construção

O Departamento de Engenharia e Construção (DEC) é o órgão de Direção Geral do Exército Brasileiro responsável por coordenar todas as atividades relacionadas às obras de construção de cunho militar ao serviço da nação. É também a organização responsável por estabelecer os convênios e parcerias com outras entidades, ministérios e instituições públicas e provadas, coordenando todos os demais trabalhos que envolvam a engenharia de construção da Força Terrestre.

O DEC efetua inúmeros trabalhos em prol da sociedade, são inúmeras obras tocadas no âmbito dos governos federal e Estaduais por todos os rincões do Brasil, este importante órgão, atua de norte a sul do país cumprindo a sua missão em nome da força terrestre e acima de tudo do Brasil.

As origens do DEC remontam do início do século passado, mais exatamente ao ano de 1915, quando foi criada a Diretoria de Engenharia que naquela altura era subordinada ao então Ministro da Guerra.

Já em 1946 por execução do decreto-lei nº 9.100 a Arma da Engenharia, teve a sua missão ampliada e para isto foram criados dois departamentos:

■Departamento-Geral de Administração, que englobava entre outras as Diretorias de Engenharia e de Transmissões

■Departamento Técnico e de Produção o qual estavam subordinadas a Diretoria de Obras e Fortificações e a Diretoria de Serviço Geográfico do Exército.
Em 1971, foi criado o Departamento de Engenharia e Comunicações e em 13 de maio de 1998, passou a denominar-se Departamento de Engenharia e Construção.

■Diretoria de Obras de Cooperação.
■Diretoria de Obras Militares.
■Diretoria de Patrimônio.

As unidades subordinadas ao Departamento de Engenharia e Construção D E C que tem cede em Brasília DF, são:

■1º Batalhão de Engenharia de Construção 1º B E Cnst Caicó
■2º Batalhão de Engenharia de Construção 2º B E Cnst Teresina
■3º Batalhão de Engenharia de Construção 3º B E Cnst Picos
■4º Batalhão de Engenharia de Construção 4º B E Cnst Barreiras
■5º Batalhão de Engenharia de Construção 5º B E Cnst Porto Velho
■6º Batalhão de Engenharia de Construção 6º B E Cnst Boa Vista
■7º Batalhão de Engenharia de Construção 7º B E Cnst Rio Branco
■8º Batalhão de Engenharia de Construção 8º B E Cnst Santarém
■9º Batalhão de Engenharia de Construção 9º B E Cnst Cuiabá
■10º Batalhão de Engenharia de Construção 10º B E Cnst Lages
■11º Batalhão de Engenharia de Construção 11º B E Cnst Araguari
■21ª Companhia de Engenharia de Construção 21ª Cia E Cnst São Gabriel da Cachoeira

A História do 1º Batalhão de Engenharia de Construção

O 1º Batalhão de Engenharia de Construção ou simplesmente 1° BEC, consiste numa das Organizações Militares da Arma de Engenharia de Construção do Exército Brasileiro. O batalhão foi criado pela vigência do Decreto nº 36.787 de 19 de Janeiro 1955 e teve como cede a cidade de Caicó no estado do Rio Grande do Norte na data de 30 de Março do mesmo ano.

Inicialmente denominado “1º Batalhão rodoviário” a unidade teve como primeiro comandante o Tenente Coronel José Ferraz da Rocha e iniciou os seus trabalhos de engenharia rodoferroviárias no Nordeste, tendo como primeira missão, executar a construção da Ponte “Soldado Francisco Dias” também conhecida como “Ponte do Rio Seridó”, que teve sua inauguração, nos 6 de fevereiro de 1957.

A ponte recebera em homenagem o nome do militar brasileiro que servira no mesmo batalhão e que falecera durante o exercício de sua missão, o trabalho de construção da referida ponte.

Em 23 de abril de 1973, por execução do Decreto Nº 72.115 o Batalhão foi mobilizado e transferido de sua primeira cede, Caicó, para o município de São Gabriel da Cachoeira no Estado do Amazônas, no outro extremo do país, situando-se nas proximidades da divisa entre Brasil, Venezuela e Colômbia. Sua missão agora era o de integrar o grande esforço nacional para a preservação, desenvolvimento e integração da Amazônia.

O batalhão teria na nova cede como seu primeiro comandante o Tenente Coronel Paulo Romero de Medeiros Ferreira e de lá de São Gabriel da Cachoeira, o batalhão operou ao serviço até os 18 de Maio de 1982, data em que foi novamente mobilizado e transferido para o município de Campina Grande na Paraíba, retornando assim para a Região Nordeste do País sendo novamente transladado para a sua primeira cede em Caicó.

Já de volta para “casa” e sobre o comando do Coronel José Henrique da Cunha Jardim o 1º BEC seria reinstalado na sua cede primeira no dia 18 Maio de 1982, oficializada pelo comandante do 4º Exército Brasileiro o General Ênio Gouveia dos Santos.

Em 1998, recebeu a designação histórica de “Batalhão Seridó”, em honra aos relevantes serviços prestados à comunidade Seridoense.

Atualmente sobre o comando do Tenente Coronel Eng. Paulo Sergio a Unidade de construção tradicional do Exército Brasileiro, atua em obras de cooperação, conveniado aos órgãos públicos federais, estaduais e municipais na construção de rodovias, viadutos, pontes, aeroportos, açudes e perfuração de poços.

Sua área de atuação estende-se desde o estado do Rio Grande do Norte até a Paraíba, de onde se destacam as obras da construção do novo Aeroporto de Atualmente está sendo responsável pela maior obra de construção, está erguendo o Aeroporto de São Gonçalo, em Natal RN e a obra da duplicação da BR 101, trecho Natal até a divisa da Paraíba.

Aeroporto São Gonçalo do Amarante

O 1° Batalhão de Engenharia de Construção, iniciou as obras de construção do novo complexo aeroportuário de São Gonçalo do Amarante- Aeroporto Internacional de Natal -RN, no dia 18 de Junho de 2004.

A obra, atualmente, se refere ao plano de trabalho de nº 10.008.04.09.17.04, no valor de R$ 114.006.349,50. O empreendimento tem como órgão financiador a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária – (INFRAERO).

A pista de pouso do aeroporto, é a maior do Nordeste e terá 3km de comprimento por 60m de largura. Ela comportará o maior terminal de cargas da América Latina e o 7º do mundo. O complexo aeroportuário será o maior aeroporto da América Latina com capacidade para aproximadamente 40 milhões de passageiros por ano.

O novo aeroporto será dotado de duas pistas de pousos/decolagens, de mesmas dimensões, o que possibilitará as operações de grandes aeronaves de passageiros e cargas. As obras conduzidas pelo 1º BEC já estão em estágio avançado, sendo que os serviços de terraplanagem contratados já estão concluídos, a pista de pouso e decolagem já está com a primeira camada de pavimento asfáltico também concluída.

Por sua vez a pista de taxiamento encontra-se em fase de aplicação das primeiras camadas do pavimento asfáltico. Todos os estudos de Impacto Ambiental, EIAA / RIMA, foram realizados e aprovados pelos órgãos ambientais do Estado do Rio Grande do Norte (IDEMA) e do governo federal, IBAMA.

Duplicação da BR 101

O 1° BEC também iniciou a execução em 05 de Dezembro de 2005 da duplicação e restauração de 46,2 Km da rodovia BR 101; Trecho: Touros – divisa RN/P, e Subtrecho: Entr. RN-063 (Ponta Negra)/Entr. RN-061 (p/Arês), executando obras do Lote 01, que compreende o segmento: Km 96,4 – Km 142,6.

A obra se refere ao plano de trabalho de nº 11.001.05.04.27.01, o valor total adjudicado é de R$ 108.722.437,66. O empreendimento é financiado pelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT).

Operações como estas, permitem aos batalhões de engenharia do Exército Brasileiro e aos seus efetivos a manutenção de suas habilidades e permanente adestramento de novos integrantes.

O acervo de Obras

Artes Especiais Quantidade / m

Pontes e viadutos de concreto 3.148
Restauração/Alargamento de pontes 44

Ferroviárias Quantidade / km

Infra-estrutura 30
Superestrutura 30

Rodoviárias Quantidade / km

Estudos e projetos 1
Implantação/Construção 859,16
Pavimentação (pavimento flexível) 119,22
Pavimentação (pavimento rígido) 13,47
Conservação/Restauração 1206,39
Construção de estradas vicinais 123,64

Hídricas Quantidade

Açudes e barragens 77
Pequenos açudes e barreiros 266
Restauração de açudes diversos 178
Poços tubulares 895
Poços tipo amazonas 103
Restauração de poços diversos 190
Cisternas 2,765
Cacimbões 850
Estação de tratamento de água 1
Estação elevatória 2
Reservatório de compensação 1
Construção/restauração de diques 2

Rodoviárias Quantidade / km

Adutoras 46,38
Canais adutores 5,38

Conclusões

Como vemos nesta curta reportagem, pouco sabemos sobre as nossas forças armadas e dos serviços que estas prestam a nossa comunidade, apenas o ilustrativo exemplo dos trabalhos efetuados pelo 1ºBEC (que em si são grandiosos), dão-nos uma noção da gigantesca contribuição que o Exército brasileiro através das suas unidades de Engenharia promovem por todo o Brasil.

O esforço para a construção da infraestrutura do país além de elevar o nível operacional dos efetivos dos seus batalhões, contribuem para a nossa sociedade. O exército Brasileiro atua mais uma vez ao serviço da nação e podemos até dizer que o gigante “Amarantes” e a BR 101, ambos obras admiráveis e importantes, são apenas mais alguns dos exemplos de inestimáveis serviços prestados pelos nossos Verde-olivas…

Por E.M. Pinto - Plano Brasil
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