terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Doku Umarov, o 'emir do Cáucaso' e líder da guerrilha chechena


O "emir do Cáucaso" e chefe do movimento checheno de guerrilha, Doku Umarov, sempre lutou contra as forças russas, primeiro para obter a independência da Chechênia e depois em nome de Alá.

Este homem, de longa barba escura, transformou-se em junho de 2006 em "presidente" separatista da Chechênia, assumindo as rédeas da guerrilha antirrussa após a morte de seu predecessor, Abdul Khalid Saidulayev, em uma operação militar.

Na época, era considerado um aliado do movimento radical do sanguinário senhor da guerra Shamil Basayev, a quem nomeou vice-presidente pouco antes de sua morte, em julho de 2006, promovendo-o a Generalíssimo como título póstumo.

Em outubro de 2007, porém, Umarov distanciou-se dos líderes históricos do combate pela independência da Chechênia - como o "ministro das Relações Exteriores" refugiado em Londres Ahmed Zakayev - e proclamou-se chefe de um "Emirado do Cáucaso", do qual a Chechênia seria apenas uma província, assim como as outras repúblicas caucasianas russas.

O "Parlamento" checheno no exílio o expulsou da presidência, e Umarov se propôs a propagar o combate para todas as repúblicas da região, como a Inguchétia e o Daguestão, que lentamente afundaram no caos da insurgência islâmica.

Nascido em 13 de abril de 1964, Umarov cresceu em Harsenoi, uma aldeia do oeste da Chechênia, e formou-se em engenharia numa universidade local. Dois de seus irmãos, Musa e Isa, morreram em enfrentamentos com as forças russas.

Combatente da primeira guerra da Chechênia (1994-1996), que terminou com o grau de General de Brigada e condecorado com as ordens de "Honra da Nação" e "Heroi da Nação", Umarov foi companheiro de armas de todos os dirigentes separatistas.

Sob a "presidência" de Aslan Maskhadov (1997-2005), ocupou vários postos vitais, com destaque para a chefia do conselho de segurança e do Estado Maior de luta contra a criminalidade, embora tenha sido acusado de sequestros e de ataques contra colaboradores da justiça separatista.

Sob sua direção, a guerrilha chechena manteve a decadência, dominada pelas forças de Moscou e seus aliados chechenos, dirigidos pelo atual presidente pró-russo Ramzan Kadirov.

O destino do líder insurgente, chamado por seus colaboradores de Doku Abu Usman, é objeto frequente de especulações. Assim, em junho do ano passado, a imprensa russa o deu por morto após uma operação especial das forças russas.

Umarov reivindicou os atentados no metrô de Moscou, que deixaram 39 mortos em março de 2010, afirmando que a ação foi uma vingança contra as operações das forças russas no Cáucaso.

No último vídeo, gravado - segundo Umarov - no mesmo dia do atentado contra o aeroporto, em 24 de janeiro, que matou 36 pessoas, o líder checheno diz que agiu em nome de Alá e com o objetivo de criar um Estado islâmico livre no Cáucaso do Norte.

Fonte: AFP
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