A China, através do controle do petróleo, e os Estados Unidos, utilizando sua influência política, movem-se pelo tabuleiro do Sudão do Sul, uma região rica em recursos naturais, às vésperas de sua provável independência, que deve ser ratificada pelo referendo que termina no sábado.
Os Estados Unidos, que investiram milhões de dólares em ajuda humanitária durante a guerra civil e recebeu milhares de refugiados do sul, é considerado um aliado estratégico do novo país, enquanto a China é o principal sócio do governo de Cartum, no norte.
Os americanos acompanharam de perto os acontecimentos do referendo de autodeterminação do Sudão do Sul, que termina no dia 15, principalmente através do ex-presidente Jimmy Carter, do senador John Kerry e do enviado especial Scott Gration.
Os EUA já haviam desempenhado papel muito importante na assinatura do acordo de paz, em 2005, que pôs fim a duas décadas de guerra civil entre o norte árabe muçulmano e o sul majoritariamente cristão. Além disso, participaram das negociações sobre o futuro das relações entre as duas partes.
Washington oferece a Cartum vários incentivos, como a suspensão das sanções econômicas, a retirada do Sudão da lista de países terroristas ou ajuda para reduzir a dívida sudanesa, com o objetivo de convencer o governo a manter relações pacíficas com o sul caso a secessão se confirme.
A China, por sua vez, vende armas a Cartum e é o maior comprador de petróleo do país, além de servir às vezes como para-raios no Conselho de Segurança da ONU.
Mas, como 80% das reservas de petróleo sudanesas – avaliadas em mais de seis bilhões de barris – ficam no sul, a China teve que mudar sua imagem de aliado incondicional do norte perante as autoridades semiautônomas do Sudão do Sul.
Assim, a China abriu um consulado em Juba (capital do sul) em 2008 e a companhia CNPC financiou a criação de um centro de informática na universidade local.
“Os chineses, apoiados pela CNPC, montaram uma ofensiva de sedução no sul, levando dezenas de líderes regionais para a China”, explicou um diplomata ocidental, que pediu o anonimato.
Estes esforços obtiveram “um certo êxito”, segundo este diplomata, indicando que a China não está interessada apenas no petróleo do Sudão do Sul, mas também no potencial da mineração do futuro país.
“Há urânio, bauxita, diamantes, cobre, ouro. O Sudão do Sul é um dos raros lugares no mundo onde há grandes reservas de minerais inexploradas”, disse.
As autoridades do sul se comprometeram a honrar os acordos petroleiros assinados durante a guerra pelo governo de Cartum com empresas chinesas, mas destacou que alguns destes compromissos eventualmente podem ser revistos.
“Nos contratos fechados com a China, várias coisas foram deixadas de lado, como o respeito aos direitos humanos e o meio ambiente”, explicou à AFP o ministro do Petróleo do Sudão do Sul, Garang Diing, que defende medidas mais duras para combater a poluição de fontes d’água provocada pela indústria petroleira chinesa que opera na região.
Fonte: AFP
Os Estados Unidos, que investiram milhões de dólares em ajuda humanitária durante a guerra civil e recebeu milhares de refugiados do sul, é considerado um aliado estratégico do novo país, enquanto a China é o principal sócio do governo de Cartum, no norte.
Os americanos acompanharam de perto os acontecimentos do referendo de autodeterminação do Sudão do Sul, que termina no dia 15, principalmente através do ex-presidente Jimmy Carter, do senador John Kerry e do enviado especial Scott Gration.
Os EUA já haviam desempenhado papel muito importante na assinatura do acordo de paz, em 2005, que pôs fim a duas décadas de guerra civil entre o norte árabe muçulmano e o sul majoritariamente cristão. Além disso, participaram das negociações sobre o futuro das relações entre as duas partes.
Washington oferece a Cartum vários incentivos, como a suspensão das sanções econômicas, a retirada do Sudão da lista de países terroristas ou ajuda para reduzir a dívida sudanesa, com o objetivo de convencer o governo a manter relações pacíficas com o sul caso a secessão se confirme.
A China, por sua vez, vende armas a Cartum e é o maior comprador de petróleo do país, além de servir às vezes como para-raios no Conselho de Segurança da ONU.
Mas, como 80% das reservas de petróleo sudanesas – avaliadas em mais de seis bilhões de barris – ficam no sul, a China teve que mudar sua imagem de aliado incondicional do norte perante as autoridades semiautônomas do Sudão do Sul.
Assim, a China abriu um consulado em Juba (capital do sul) em 2008 e a companhia CNPC financiou a criação de um centro de informática na universidade local.
“Os chineses, apoiados pela CNPC, montaram uma ofensiva de sedução no sul, levando dezenas de líderes regionais para a China”, explicou um diplomata ocidental, que pediu o anonimato.
Estes esforços obtiveram “um certo êxito”, segundo este diplomata, indicando que a China não está interessada apenas no petróleo do Sudão do Sul, mas também no potencial da mineração do futuro país.
“Há urânio, bauxita, diamantes, cobre, ouro. O Sudão do Sul é um dos raros lugares no mundo onde há grandes reservas de minerais inexploradas”, disse.
As autoridades do sul se comprometeram a honrar os acordos petroleiros assinados durante a guerra pelo governo de Cartum com empresas chinesas, mas destacou que alguns destes compromissos eventualmente podem ser revistos.
“Nos contratos fechados com a China, várias coisas foram deixadas de lado, como o respeito aos direitos humanos e o meio ambiente”, explicou à AFP o ministro do Petróleo do Sudão do Sul, Garang Diing, que defende medidas mais duras para combater a poluição de fontes d’água provocada pela indústria petroleira chinesa que opera na região.
Fonte: AFP
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