A Rússia fez nesta segunda-feira um alerta aos parlamentares americanos, afirmando que qualquer mudança no tratado contra de armas nucleares entre os dois países de implicaria no fim do pacto.
O ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, disse nesta segunda-feira que o novo Tratado Estratégico de Redução de Armas (Start) não pode ser renegociado, segundo a agência de notícias russa Interfax.
Apesar de o pacto ter sido assinado pelos dois governos em abril, sua ratificação nos Estados Unidos foi adiada por causa de objeções de senadores americanos, mas deve ocorrer nessa terça-feira.
“O tratado Start, cuja primeira versão foi feita sob total paridade (entre as duas partes), acata totalmente os interesses nacionais tanto da Rússia como dos Estados Unidos”, afirmou Lavrov à Interfax.
“Por isso, ele não pode ser reaberto nem se tornar alvo de novas negociações.”
Alguns republicanos vêm pressionando para mudar o texto do acordo. Eles também querem adiar o debate até janeiro, quando o Congresso eleito terá mais senadores do mesmo partido.
O senador republicano Jon Kyl afirmou no domingo que o “acordo precisa de alterações”. O líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, também disse que se oporia ao acordo.
Votos suficientes
No entanto, cerca de dois terços do senado americano, formado por cem representantes, defende a ratificação da atual versão do tratado.
Senadores democratas afirmam ter votos suficientes para ratificar o tratado - que reduziria os arsenais dos Estados Unidos e da Rússia para 1,5 mil ogivas nucleares, um corte de cerca de 30% do limite de oito anos atrás.
O pacto também limitaria a 700 o número de mísseis e de aviões de bombardeio nuclear que podem ser acionados. Além disso, estabeleceria um novo mecanismo para o envio de inspetores a instalações nucleares em outros países.
Desde que o tratado Start anterior expirou, em dezembro de 2009, Rússia e Estados Unidos não estão conseguindo conduzir inspeções em seus respectivos arsenais nucleares – trazendo incertezas sobre o que cada lado está fazendo.
‘Segurança em jogo’
Se a ratificação do pacto for adiada, a situação do presidente americano, Barack Obama, no que diz respeito a um dos assuntos mais importantes de sua política externa, pode se complicar.
Isso porque em janeiro os republicanos terão mais representantes no Senado, reduzindo as chances de o acordo ser aprovado.
Obama, que sustenta que o pacto tornará o mundo mais seguro, está fazendo lobby com os senadores, pressionando para que eles aprovem o texto.
“A segurança dos Estados Unidos está em jogo”, afirmou o presidente americano sobre o tema no sábado, durante seu pronunciamento semanal.
Fonte: BBC Brasil
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