Alvo de debates desde a semana passada, quando começou a divulgar mais de 250 mil documentos diplomáticos do Departamento de Estado dos EUA, o site WikiLeaks e seu criador, Julian Assange, dividem empresas e governos com diferentes posições quanto à organização.
Na Suécia, Assange enfrenta acusações de assédio sexual e estupro, pelas quais pode ser extraditado do Reino Unido. Já o chanceler da Austrália, Kevin Rudd, saiu em sua defesa, dizendo que a culpa pelos vazamentos é dos EUA que o cidadão australiano receberá ajuda consular da Embaixada da Austrália em Londres.
Enquanto isso a MasterCard e a Visa cancelaram os pagamentos feitos ao WikiLeaks. Em resposta, hackers furiosos derrubaram seus sites do ar, em apoio a Julian Assange.
A empresa processadora de pagamentos do WikiLeaks, a Datacell, da Islândia, manifestou interesse em processar as operadoras americanas por se recusarem a prestar serviço a seu cliente.
Lula pede manifestação contra prisão do criador do WikiLeaks
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira que deveria haver protesto contra a prisão de Julian Assange, proprietário do site WikiLeaks, que vem vazando documentos diplomáticos. Afirmou que o erro não é dele que divulgou, mas dos diplomatas que fizeram os documentos.
"O que acho estranho é que o rapaz que estava desembaraçando a diplomacia foi preso e eu não estou vendo nenhum protesto contra a liberdade de expressão. Não tem nada contra a liberdade de expressão de um rapaz que estava colocando a nu um trabalho menor que alguns embaixadores fizeram", disse, durante balanço do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), no Palácio do Planalto.
Lula disse que não sabe se os embaixadores brasileiros transmitem os telegramas, mas afirmou que a presidente eleita, Dilma Rousseff, terá que ser comunicada. "Ela vai ter que dizer para o seu ministro que, se não tiver o que escrever, que não escreva bobagens. Passe em branco a mensagem", afirmou.
O presidente criticou a busca mundial feita por Assange. "Ele desnuda a diplomacia, que parecia inatingível e a mais certa do mundo, e começa uma busca. Não sei se colocaram cartaz como no tempo do faroeste, procura-se vivo ou morto, e prenderam o rapaz. Não vi um voto de protesto", disse.
Lula pediu aos assessores que comecem a fazer manifestação no Blog do Planalto. "Vamos fazer o primeiro protesto então contra a liberdade de expressão na internet porque o rapaz estava colocando lá apenas o que ele leu. E se ele leu é porque alguém escreveu. O culpado não é quem divulgou, mas quem escreveu a bobagem. Então, que fique aqui meu protesto", afirmou o presidente.
EUA dizem a Lula que prisão de Assange não está ligada a WikiLeaks
A prisão do criador do site Wikileaks, Julian Assange, nada tem a ver com o vazamento de informações secretas dos Estados Unidos, declarou nesta quinta-feira um porta-voz do departamento americano de Estado, reagindo a críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"As acusações pelas quais Assange foi detido não têm nada a ver com o Wikileaks", disse o porta-voz Charles Luoma-Overstreet em um e-mail enviado à AFP.
Lula ironizou hoje sobre a prisão de Assange: "O rapaz foi preso e não estou vendo nenhum protesto pela liberdade de expressão. Não tem nada. O rapaz apenas colocou "no site" o que leu. O culpado não é quem divulgou, mas quem escreveu (os telegramas diplomáticos)".
Assange, procurado pela justiça sueca por agressão sexual a duas mulheres, está preso na Inglaterra para possível extradição.
O site WikiLeaks iniciou em 28 de novembro passado a publicação de 250 mil telegramas confidenciais do departamento americano de Estado.
As revelações abalaram o governo americano, que se desculpou com diversos líderes estrangeiros.
Fonte: Folha / AFP
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