segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Lula diz que participará de protestos pela liberdade de imprensa e defesa do WikiLeaks


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira que, ao deixar o governo, não ficará dentro de uma "redoma de vidro" e que participará de protestos. Brincou que só não participará de manifestações contra sua sucessora,Dilma Rousseff. Segundo ele, o primeiro evento nas ruas pós-governo poderá ser pela liberdade de imprensa e pela defesa do site WikiLeaks.

"Podem estar certos que nos encontraremos em algum lugar desse país, em alguma assembleia, em alguma passeata, em algum protesto, não contra a Dilma, mas em algum protesto contra alguma coisa. Um protesto porque censuraram o WikiLeaks, vamos fazer manifestação, porque a liberdade de imprensa não tem meia cara, tem que ser total e absoluta, não pode desnudar só um lado. Tem que desnudar tudo", disse Lula durante entrega do Prêmio Direitos Humanos 2010.

Dizendo que apanhou até cair no chão durante a crise do mensalão, em 2005, o presidente disse que deveria ter sido atendido, naquele período, pela Comissão de Direitos Humanos.

"O governo precisava da Comissão de Direitos Humanos para defendê-lo porque a linha de ataque era violenta, raivosa, aquele negócio de que é hora de acabar com o governo e bater no governo até cair no chão", afirmou.

Lula disse que pediu ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, que entregue nos próximos dias relatório da situação da busca de corpos no Araguaia.

A cerimônia de premiação foi interrompida duas vezes por manifestantes. Primeiro, um grupo aproveitou uma brecha em que ninguém estava discursando e gritou em coro "Abertura dos arquivos já". Em seguida, quando Lula discursava, uma manifestante parou em sua frente e abriu uma faixa pedindo audiência com ele ou com a presidente eleita, Dilma Rousseff.

A manifestante, Ana Elisabeth Faria Costa, disse depois do evento que um irmão e outras quatro pessoas estão presas por índios dentro de uma reserva no Pará. Ela disse correr risco de morte por vir a Brasília protestar.

Depois das duas saias-justas, Lula fez elogios à atuação de Paulo Vannuchi na Secretaria de Direitos Humanos e acabou cometendo uma gafe que logo tentou minimizá-la. O presidente disse à deputada Maria do Rosário (PT-RS), que assumirá a secretaria no governo Dilma, que ela poderá se esforçar ao máximo, mas que nunca irá superar Vannuchi na área, no máximo, terá seu trabalho igualado a ele. Ao perceber o mal estar causado por sua frase, Lula remendou que não se deve nunca duvidar do potencial das mulheres.

"Acho, Maria do Rosário, que você pode fazer o máximo que fizer, mas vai apenas fazer igual [a Vannuchi]. Mais do que foi feito nesse período, acho impossível. Se bem que na política nada é impossível. E como as mulheres estão galgando mais espaço na política, o que parece impossível para os homens pode ser baba para as mulheres", afirmou.

Fonte: Folha
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