Caças reforçarão vigilância em território amazônico

As seis aeronaves modelo F5 que irão integrar o 1º Esquadrão do Quarto Grupo de Aviação (1º/4º GAV), foram apresentadas nesta terça-feira (14) à tarde, na Base Aérea de Manaus, localizada no bairro Crespo, Zona Sul de Manaus.

As aeronaves integram a esquadrilha de jatos supersônicos de primeira linha da Força Aérea Brasileira (FAB), e que irão reforçar as ações de vigilância no território amazônico, cuja base passará a funcionar a partir de amanhã (15), em Manaus.

“Estamos complementando o que antes já era realizado pela Aeronáutica da Força Aérea, com a possibilidade de agir com mais rapidez e capacidade para atingir qualquer tipo de alvo. O esquadrão chegou pronto e com a infraestrutura necessária para atuar”, informa o brigadeiro-do-ar Luiz Fernando de Aguiar, chefe do Estado Maior do 7º Comar.

O 1º/4º GAV irá operar com um efetivo de 70 militares, dos quais 11 são pilotos de defesa aérea, e cujo pelotão, segundo o chefe do Estado Maior do 7º Comar permanecerá de prontidão 24 horas a postos para agir em situação de alerta de defesa aérea, sendo acionados pelo Centro Integrado de Defesa e Controle do Tráfego Aéreo (Cindacta 4), que mantém o controle do espaço aéreo da região Norte.

Ele chamou a atenção para o fato de que os radares do Cindacta têm capacidade para detectar qualquer aeronave que entre no espaço aéreo da região e promover o abate da mesma se não atender aos pedidos de identificação.

“O sistema de defesa aéreo é integrado. O Cindacta 4 tem visualização de todo o espaço aéreo e tem o controle de todos os voos feitos diariamente. A qualquer sinal da presença de uma aeronave intrusa, que não tenha plano de voo aprovado, somos acionados e em segundos receemos a ordem de decolagem para qualquer ponto”, afirmou.

Capazes de atingir mais de 1,6 vezes a velocidade do som, as aeronaves tem capacidade para acondicionar 3,5 mil litros de combustível e autonomia de uma hora e 30 minutos de vôo com esse quantitativo. Elas podem ser abastecidas em pleno ar por outra aeronave.

De acordo com o tenente-coronel Fernando Mauro, comandante do 1º/4º GAV, os caças têm capacidade para transportar até três toneladas de carga bélica, equipadas com bombas, mísseis, foguetes e canhão com munição de 20 milímetros, capaz de derrubar qualquer aeronave em rota desconhecida de voo.

Ainda de acordo com ele, apesar de terem sido fabricados em 1975, as aeronaves passaram por um processo de modernização, com a instalação de radares, sistema de navegação e computadores de bordo, o que ampliou a capacidade operacional das mesmas.

Terminou ontem o processo de transferência para Manaus do Esquadrão Pacau, da Força Aérea Nacional de Natal (Rio Grande do Norte), com a chegada de seis caças F-5EM, que vão atuar na defesa da fronteira da Região Norte. Os aviões, que passaram por um processo de modernização, foram trazidos do Rio de Janeiro, e a partir de hoje já estão atuando na região, na condição de alerta de defesa aérea.

O esquadrão terá uma equipe de prontidão 24 horas por dia, com um avião na ponta da pista pronta para decolar a qualquer momento, segundo informou o Brigadeiro-do-Ar Luiz Aguiar, Chefe do Estado-Maior do Sétimo Comando Aéreo Regional (COMAR VII).

O Esquadrão Pacau foi criado em 1947 com sede em Fortaleza. Em 2002 foi transferido para Natal e agora chegou em Manaus. O processo de transferência durou um ano.

O Comandante do Esquadrão, Tenente-Coronel Fernando Mauro, foi um dos militares que pilotaram as novas aeronaves do Rio de Janeiro a Manaus. Ele explica que os caças possuem o que há de mais moderno em termos de tecnologia e estão equipados com novos radares para detecção de alvos e podem ser reabastecidos em voo. Com autonomia de 1h30, com o reabastecimento no ar esse tempo pode ser ampliado em várias horas. Segundo o militar, já foi realizada operação de até 9h de duração.

O percurso do Rio de Janeiro a Manaus foi feito em 6h30, com reabastecimentos feitos no ar. “A partir de amanhã (hoje) todos podem dormir mais tranquilos porque temos o controle total do nosso espaço aéreo”, afirmou o Brigadeiro Aguiar, enfatizando a importância dos novos equipamentos sediados em Manaus, que segundo ele vêm reforçar o trabalho feito pela Aeronáutica na região, em conjunto com outros órgãos federais.

Com os caças sediados em Manaus, as operações que antes contavam com as aeronaves vindas de outros Estados agora poderão ser realizadas de forma mais rápida, dentro da proposta do governo brasileiro de priorizar a Amazônia em termos de defesa aérea. Os caças têm capacidade para atingir até 1,6 vezes a velocidade do som e de lançar mísseis “que podem destruir alvos além do horizonte”, segundo a assessoria da Aeronáutica.

Modernização

Oriundos dos Estados Unidos, os F-5EM são operados no Brasil desde 1975 e passaram por um processo de modernização na Embraer, com a colocação de novos computadores de bordo, radares, sistemas de autodefesa e mísseis. No Brasil estão em operação 44 caças F-5EM, sendo que as outras unidades militares que dispõem do equipamento são Canoas, no Rio Grande do Sul, e Rio de Janeiro.

O Esquadrão Pacau é a segunda unidade de combate aéreo transferida para a Região Norte em um ano. Em 2009, a unidade que opera com helicópteros (2°/8° GAV) foi transferida de Recife para Porto Velho, contando com helicópteros AH-2 Sabre.

A Base Aérea de Manaus conta também com esquadrões equipados com helicópteros H-60 Blackhawk e aviões C-105 Amazonas, C-97 Brasília e C-98 Caravan.



Fonte: A Crítica via Notimp