quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Assange deixa a prisão e diz que provará que é inocente


O editor-chefe do WikiLeaks, Julian Assange, foi libertado sob fiança nesta quinta-feira, após uma semana conturbada em que lutou contra o pedido de extradição para a Suécia, onde o australiano de 39 anos enfrenta acusações de crimes sexuais. Assange disse aos jornalistas, que estavam reunidos na frente do Tribunal Superior de Londres, que estava contente em respirar o ar fresco da liberdade. Assange afirmou que continuará a lutar para provar sua inocência. Assange agora deverá ir para uma mansão no interior da Grã-Bretanha, onde terá que respeitar a prisão domiciliar e vestir uma pulseira de monitoramento.

A decisão do juiz Duncan Ouseley, do Tribunal Superior de Londres, permite que o fundador do WikiLeaks, site que vaza documentos oficiais secretos, possa responder em liberdade ao pedido de extradição. O advogado do réu, Mark Stephens, disse mais cedo que ele deveria ser liberado ainda nesta quinta-feira.

A Suécia quer extraditar o ativista para que ele deponha em um caso de crimes sexuais contra duas mulheres. Assange afirma ser inocente e seus advogados veem motivações políticas no caso. O processo de extradição pode levar meses.

Na terça-feira, um juiz londrino concedeu ao australiano o direito à liberdade se ele pagasse a fiança, estabelecida em 200 mil libras. Assange se entregou à polícia na semana passada. O australiano estava sendo mantido em uma solitária quase ininterruptamente desde sua prisão, no dia 7. Ouseley disse não ver risco de Assange tentar fugir do país.

A prisão coincidiu com o início da divulgação de cerca de 250 mil documentos diplomáticos vazados dos EUA pelo WikiLeaks. O vazamento enfureceu Washington. Um dos advogados de Assange, Mark Stephens, disse anteriormente acreditar que o dinheiro da fiança pode ser conseguido ainda nesta quinta-feira. O diretor de documentários norte-americano Michael Moore, o cineasta britânico Ken Loach e a socialite Bianca Jagger estão entre os que contribuíram para se chegar ao total do montante.

Um grupo fora do tribunal vibrou com a decisão desta quinta-feira. "Expor crimes de guerra não é um crime", gritavam eles.

Fonte: Estadão
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