quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Maior avião do mundo faz pouso de emergência em Cingapura


Um Airbus A380 da companhia aérea australiana Qantas fez nesta quinta-feira um pouso de emergência em Cingapura, depois que uma das turbinas da aeronave teve problemas durante o voo, no primeiro incidente desta gravidade com o maior avião do mundo.

Nenhum dos 433 passageiros e 26 tripulantes ficou ferido no pouso do voo QF32 no aeroporto Changi de Cingapura.

O A380 teve problemas seis minutos depois de decolar de Cingapura com destino a Sydney, quando sobrevoava a ilha de Batam, situada na Indonésia mas muito próxima da cidade-Estado.

"O piloto pediu permissão para retornar com prioridade a Cingapura", informou a Qantas.

O passageiro alemão Ulf Waschbusch declarou à AFP que ouviu um "barulho de explosão".


A fabricante de aeronaves franco-alemã Airbus reconheceu nesta quinta-feira que o incidente ocorrido com o A380 da companhia aérea australiana Qantas, que teve de fazer uma aterrissagem de emergência em Cingapura, é o maior com a aeronave desde a entrada em operação em 2007.

"Não havia ocorrido nenhum incidente como este", reconheceu um porta-voz da Airbus, que disse à Efe que as causas ainda estão sendo investigadas.

O porta-voz, que não quis classificar o fato de grave, destacou que "o avião fez uma aterrissagem segura".

A empresa também não quis comentar a decisão da Qantas de interromper os vôos com suas seis aeronaves A380 e reiterou que a fabricante prestará toda a ajuda necessária solicitada na investigação, embora tenha assinalado que por tratar-se de uma questão do motor, o primeiro a ter de prestar assistência é o fabricante desse componente, ou seja, a empresa britânica Rolls Royce.

O A380, capaz de transportar 550 passageiros em sua versão standard, está equipado com quatro motores.

Por enquanto, a Airbus entregou 38 destes aviões gigantes às companhias Qantas (Austrália), Emirates (Emirados Árabes Unidos), Singapore Airlines (Cingapura), Air France (França) e Lufthansa (Alemanha).

Até o fim de setembro os A380 destas cinco companhias somadas já haviam transportado 7 milhões de passageiros.

A Air France indicou nesta quinta-feira que apesar do incidente da Qantas, não tem intenção de suspender as operações com seus A380, que não estão equipados com motores Rolls Royce, mas de um consórcio de fabricantes composto por Pratt & Whitney, General Electric e Safran.

SUSPENSÃO

A companhia aérea australiana Qantas suspendeu nesta quinta-feira (4) todos os voos de seus Airbus A380 depois que uma dessas aeronaves realizou um pouso de emergência em Cingapura, informaram fontes da companhia.

O executivo-chefe da Qantas, Alan Joyce, afirmou em declarações à imprensa que a medida servirá para que os seis modelos Airbus A380 sejam inspecionados em busca de possíveis avarias.

"Suspendemos todos os serviços dos A380 até que estejamos totalmente seguros de que podem voar de novo", assinalou Joyce.

Emma Kearns, uma porta-voz da empresa, assegurou que a aeronave sofreu um problema em um de seus quatro motores pouco após decolar do aeroporto de Changi, em Cingapura, rumo a Sydney com 433 passageiros e 26 tripulantes a bordo.

Embora o avião possa continuar voando com apenas três motores, o piloto decidiu retornar a Cingapura por precaução quando sobrevoava a Indonésia.

A porta-voz da empresa indicou que não houve feridos no incidente e negou que tenha ocorrido uma explosão a bordo.

O avião aterrissou em Cingapura às 11h45 da hora local (1h45 de Brasília) e inicialmente alguns veículos de imprensa indonésios informaram que a aeronave tinha caído na ilha de Batam.

Trata-se do primeiro problema técnico grave desde que o primeiro voo comercial do Airbus A380, o maior avião de passageiros do mundo, há três anos.



"Olhei pela janela e vi chamas na asa esquerda", disse.

"O avião depois voou em círculos durante quase duas horas para acabar com o combustível. A bordo, todo mundo estava muito tranquilo. Ninguém ficou nervoso", completou.

"A tripulação nos ajudou muito. Senti que estava em boas mãos".

Um jornalista da AFP presente no aeroporto de Cingapura afirmou ter visto fumaça no avião após a aterrissagem. Um dos motores sob a asa esquerda parecia ter explodido. Seis caminhões do corpo de bombeiros cercaram a aeronave.

De acordo com o Escritório de Investigações e Análises (BEA) da França, sede da Airbus, os primeiros elementos da investigação apontam para um problema na parte traseira de um dos quatro motores do A380, que provocou graves danos.

"É um incidente sério", afirmou uma porta-voz da BEA, que enviará uma equipe de até três pessoas à Austrália para colaborar na investigação.

Na ilha de Batam, várias testemunhas observaram a queda de destroços do avião. Pedaços de metal, com as cores da Qantas, estavam espalhados pela localidade.

A Airbus explicou que os aviões são certificados com vários motores - quatro no caso do A380 -, o que permitiria enfrentar este tipo de situação difícil.

"Não minimizamos o incidente, mas está previsto pelos procedimentos de certificação", afirmou uma fonte da empresa.

Por precaução, a empresa anunciou que vai interromper os voos de todos os A380 até dispor de informações suficientes sobre o que aconteceu durante o QF32.

"Decidimos suspender todas as decolagens do A380 até que tenhamos obtido informações suficientes sobre o voo QF32", afirmou o diretor executivo da companhia, Alan Joyce.

A Qantas informou que o avião estava equipado com quatro motores Trent 900 da britânica Rolls-Royce, empresa que prometeu colaborar com a Quantas para identificar o problema.

A companhia australiana, que nunca registrou acidentes fatais em 90 anos de existência, é uma das principais clientes do A380, com seis aeronaves e 20 pedidos por novos aviões.

A Qantas integra, com Air France, Emirates, Lufthansa e Singapore Airlines, o grupo das cinco companhias aéreas que possuem vários A380 atualmente em circulação.

As outras quatro companhias, no entanto, anunciaram que não pretendem imobilizar suas frotas de A380.

Desde seu lançamento, o A380 registrou vários incidentes técnicos, mas nenhum da gravidade do registrado no voo da Qantas.

Fonte: AFP
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