quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Bandidos continuam a realizar ataques no Rio nesta quinta-feira
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GBN News
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Nesta quinta-feira bandidos fizeram novos ataques no Rio. Um caminhão, um carro e uma moto foram incendiados na Avenida Brasil, altura de Barros Filho. Um micro-ônibus foi incendiado na Rua Caxambu, em Rocha Miranda, próximo à estação do Metrô de Irajá e outro pegou fogo na Rua Sampaio Vianna, em frente ao número 35, próximo da Rua do Bispo, no Rio Comprido. Um carro pegou fogo no acesso à Avenida Lobo Júnior, na Penha, bloqueando o trânsito. Não há informações sobre vítimas.
Segundo o técnico em eletrônica Luiz Mendes, que estava dentro do coletivo, em Rocha Miranda, havia sete passageiros no momento do ataque.
- Os bandidos não deixaram as pessoas saírem. Pulamos pela janela. Se o ônibus estivesse cheio, teria acontecido uma tragédia.
Bombeiros foram acionados para conter as chamas de um veículo na Rua Guiraréia, também em Rocha Miranda. Mas, ao chegar ao local, verificaram que havia apenas pneus em chamas, e não um ônibus.
Já bombeiros do quartel de São Gonçalo seguiram para a Estrada de Santa Isabel, em Santa Isabel, onde mais um ônibus, que faz a linha Santa Isabel-Alcântara, foi incendiado. O veículo foi totalmente destruído. Testemunhas informaram à polícia que o incêndio foi provocado por motoristas de vans que circulam na região e que estariam se aproveitando da onda de ataques no Rio para atacar os ônibus.
Também na manhã desta quinta-feira, garis da Comlurb encontraram seis bananas de dinamite enroladas em fios e com um relógio. O artefato foi encontrado dentro de uma lixeira na rua Sanatório, perto da Rua Carolina Machado, em Madureira. Segundo os policiais militares do 41º BPM (Irajá) o Esquadrão Anti-Bombas foi acionado, e o explosivo foi recolhido.
Os motoristas devem ficar atentos porque blitzes policiais estão sendo feitas em vários pontos da cidade.
Na madrugada, quatro ataques foram registrados, e uma pessoa foi baleada. Sete pessoas - entre elas quatro menores - foram presas. Os ataques fizeram com que várias ruas da cidade ficassem vazias na madrugada, e o comércio ficou fechado - a segurança foi reforçada pela PM.
O caso mais grave foi registrado na Avenida Brasil, pista sentido Zona Oeste, altura da Penha. Por volta das 23h30m, bandidos interceptaram um ônibus da Viação Flores na altura da Cidade Alta, na pista sentido Zona Oeste. O motorista Reginaldo Dias Peixoto, 36 anos, não obedeceu a ordem de parar e os criminosos atiraram. Em seguida, atearam fogo ao veículo. O motorista foi atingido na cabeça e levado para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha. Ainda não há informações sobre o estado de saúde da vítima.
Em Botafogo, um carro foi incendiado na Rua Jornalista Orlando Dantas. Por volta de 1h, dois rapazes atearam fogo num Clio Sedan que estava estacionado. O proprietário do veículo, o empresário Marcondes Valois, 45 anos, disse na delegacia que estava dormindo, e acordou com o barulho da explosão:
- Liguei para a portaria e disseram que tinha um carro pegando fogo. Quando desci, vi que era o meu. Comprei o carro há dez dias, e não estava no seguro.
O empresário revelou que há dois anos sofreu assalto na Linha Amarela. Na ocasião, foi baleado no braço esquerdo. Ele falou sobre a sensação de insegurança na cidade:
- É uma sensação de pés e mãos atados. Não temos o que fazer, está fora de controle. É o remédio amargo que teremos que tomar. E o meu está sendo ainda mais amargo. Vamos ter que passar por isso, mas depois vai melhorar. O trabalho que a PM está fazendo (UPPs) é para melhorar. E vai melhorar - disse Marcondes, se referindo às instalações de Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs).
Os rapazes acusados de incendiar o veículo foram presos minutos depois do crime, por policiais do 2º BPM (Botafogo). Segundo a polícia, Wellington Pereira da Silva, 21 anos; e Fernando Buecker dos Santos, 25, foram detidos na Praia de Botafogo. Eles estavam com uma mochila com roupas e um pacote de fósforos. Em depoimento na 12ª DP (Copacabana), eles confessaram que fazem parte de uma facção criminosa, e que vieram de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, para fazer os ataques.
Em Vila Isabel, a polícia prendeu quatro rapazes - três deles menores de idade. Eles estavam com garrafas cheias de gasolina e coquetéis molotov. Com o grupo também foi apreendida uma pistola 9mm sem munição. Segundo a polícia, os presos teriam confessado que iriam incendiar veículos a mando do traficante Leandro Nunes Botelho, o Scooby, ex-chefe do tráfico de drogas do Morro dos Macacos. Um dos criminosos foi identificado como Alessandro Campos Santos, 18 anos.
Na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, um Escort foi incendiado na Avenida Ayrton Senna. Em Laranjeiras, um menor foi apreendido com uma garrafa de gasolina. Ele foi conduzido à 5 DP (Gomes Freire), e depois encaminhado à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
No início da madrugada, outro ônibus foi incendiado na Avenida Presidente Costa e Silva, no bairro de Edson Passos, em Mesquita, na Baixada Fluminense. Ninguém ficou ferido.
Na noite de quarta-feira, dois motoqueiros deixaram uma mala na Rua São Cristóvão, a cerca de 200 metros da 17ª DP, e avisaram à população para que não se aproximasse. O 4º BPM foi avisado, assim como a Polícia Civil. Agentes da Divisão Antibombas detonaram a mala, mas não encontraram nenhum objeto suspeito.
Números de guerra
Seis tanques da Marinha, do modelo M113, municiados com uma metralhadora .30, chegaram no fim desta manhã, embarcados em carretas, à avenida Brás de Pina, que dá acesso à entrada da Vila Cruzeiro, na zona norte do Rio de Janeiro.
O aparato de guerra está sendo desembarcado para a entrada na favela, onde traficantes armados resistem às ações da polícia. O tráfego foi interditado na avenida Brás de Pina, e o clima é tenso no local.
Quinze pessoas morreram ontem no Rio, incluindo uma estudante de 14 anos, atingida por uma bala perdida. Foi o pior dia desde que a onda de arrastões e violência atingiu o Rio, no domingo. Ao todo, já são 23 mortos, 55 presos e dezenas de feridos, segundo a Polícia Militar do Rio.
Fonte: O Globo
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