sábado, 16 de outubro de 2010
União Africana anuncia envio de mais soldados à Somália
O Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA) anunciou nesta sexta-feira o envio de mais tropas à Somália, que se somarão aos cerca de 7 mil soldados de Burundi e Uganda que estão no país, e aprovou o aumento do limite de militares na região, que passa de 8 mil para 20 mil.
O comissário do Conselho, Ramtane Lamamra, afirmou hoje em entrevista coletiva que nas próximas semanas um batalhão de mil soldados do Burundi se transferirá para a Somália, enquanto dentro de alguns meses outros 4 mil militares procedentes de Djibuti, Guiné, Uganda e Burundi chegarão à região.
O aumento no número máximo de soldados da Missão da União Africana na Somália (Amisom) se produz depois da proposta que a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (Igad) da África Oriental apresentou em julho.
Após o atentado realizado por radicais somalis em Campala (Uganda) em 11 de julho, no qual pelo menos 76 pessoas morreram, o país se mostrou disposto a enviar até 20 mil soldados, mas a UA teve que lidar com a falta de equipes modernas e de financiamento, pela qual culpa as Nações Unidas, a União Européia e os Estados Unidos.
Na entrevista coletiva, Lamamra também declarou que a UA pedirá à ONU que garanta que a Amisom conte com as mesmas capacidades logísticas de outras missões de paz, como as da República Democrática do Congo (RDC) e a do Sudão.
"Precisamos de equipes como as que vimos em outras regiões", afirmou o ministro de Relações Exteriores do Quênia, Moses Wetangula, em referência aos helicópteros e à moderna tecnologia de que as forças de paz da ONU dispõem na RDC para enfrentar os insurgentes.
O comissário da UA afirmou que a União Africana será integrada por 140 especialistas em cada uma de suas unidades de serviços de segurança.
O anúncio das decisões da UA acontece após a nomeação hoje de um novo primeiro-ministro para o Governo Transitório da Somália, Mohamed Abdullahi Mohamed, conhecido como "Farmajo", um somali que tem nacionalidade americana.
"O novo primeiro-ministro" tem a "incumbência" de formar "um pequeno e efetivo Governo que possa estabilizar o país" e trabalhe "para o interesse público", afirmou o presidente da Somália, Sharif Sheikh Ahmed.
Ela também pediu ao novo primeiro-ministro que tenha como prioridade alcançar a segurança e a estabilidade no país, a começar pela capital, Mogadíscio, onde o Governo Transitório controla apenas algumas partes.
A Somália não tem um Governo fixo desde 1991, quando o ditador Siad Barre foi derrubado. Desde então, seu território é controlado por milícias islâmicas e outros grupos radicais.
O grupo radical de maior influência na Somália é o islâmico Al Shabab, que pretendem derrubar o Governo Transitório para criar um Estado muçulmano radical no leste da África.
Fonte: EFE
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário