sexta-feira, 8 de outubro de 2010

UE e EUA se reúnem após alarme sobre terror na Europa


Funcionários da União Europeia e dos Estados Unidos discutiram na quinta-feira como melhorar a coordenação dos seus alertas de segurança, depois que um aviso lançado pelos EUA gerou alarme entre os europeus.

A comissária (ministra) europeia de Assuntos Domésticos, Cecilia Malmstrom, disse que "não há razão" para questionar o Departamento de Estado dos EUA por ter alertado no domingo os seus cidadãos para terem cautela em viagens à Europa.

Mas outros funcionários disseram que o bloco e os EUA deveriam se consultar mais a respeito desses alertas e coordenar suas políticas para que os europeus fiquem adequadamente informados sobre os riscos.

"Essa comunicação gerou um grau de insegurança na Europa", disse a ministra belga do Interior, Annemie Turtelboom, após a reunião dos ministros europeus com a subsecretária de Segurança Doméstica dos EUA, Jane Holl Lute, em Luxemburgo.

"A discussão que tivemos foi sobre como obter um equilíbrio entre a comunicação e não alarmar o público", completou Turtelboom, falando à imprensa em nome dos seus colegas porque a Bélgica preside a UE neste semestre.

O ministro francês do Interior, Brice Hortefeux, disse que Lute "confirmou que havia uma persistente ameaça terrorista, mas não especificou os alvos".

Depois do aviso dado pelos EUA, vários países europeus também fizeram alertas. A Grã-Bretanha elevou de "geral" para "alto" o grau de alerta contra o terrorismo para quem viajar à Alemanha e à França, mas manteve em "severo" o nível de ameaça dentro do país.

A França na quarta-feira recomendou cautela a cidadãos que viajem à Grã-Bretanha.

Fontes de segurança disseram que a série de avisos foi motivada por informações relativas a uma possível série de atentados que a Al Qaeda estaria preparando, inspirando-se na ação armada de militantes paquistaneses em vários pontos de Mumbai em 2008, que deixou cerca de 170 mortos.

O coordenador de Contraterrorismo da UE, Gilles de Kerchove, disse que existe uma crescente preocupação com europeus que são treinados pela Al Qaeda no exterior e voltam à Europa para tentar realizar ataques.

"Eles portam passaportes dos Estados membros (...), não são conhecidos das autoridades, e são mais difíceis de detectar", afirmou. "Sabemos que alguns somalis na Dinamarca e na Suécia foram para a Somália e voltaram à Dinamarca para realizar ataques. A França prendeu vários franceses que foram para o Afeganistão."

Fonte: Reuters
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