sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Otan defende novo sistema antimísseis na Europa


Os aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) defendem a aprovação de um novo sistema antimísseis que protegeria a Europa, disse hoje o secretário-geral da aliança atlântica, Anders Fogh Rasmussen. Após uma reunião de 28 ministros de Relações Exteriores e da Defesa dos países da Otan, ele estava "bastante otimista" com a possibilidade de um sistema do gênero ser formalmente adotado na próxima cúpula, que ocorrerá em Portugal em 19 e 20 de novembro. Fogh Rasmussen também pediu a adesão da Rússia ao empreendimento.

"Eu me senti bastante encorajado com a determinação dos aliados em modernizar a aliança para o século 21", disse Fogh Rasmussen. "Nós estamos direcionados para um consenso no encontro de Lisboa, o de que a Otan precisa proteger a população no caso de um ataque balístico". Fogh Rasmussen propõe expandir o atual sistema de mísseis balísticos estacionado na Europa, o qual passaria a cobrir todos os países membros da Otan e suas populações contra possíveis ataques de países como o Irã e a Coreia do Norte. "Nós também deveríamos oferecer à Rússia a oportunidade de cooperar conosco", afirmou.

Os Estados Unidos apoiam o projeto do sistema de defesa antimísseis. Mas os governos de alguns países da Otan, como a França, têm uma visão negativa sobre o projeto, citando os altos custos envolvidos e dizendo que o sistema não poderá substituir uma dissuasão nuclear robusta.

Com custo estimado de 200 milhões de euros (US$ 279 milhões), o sistema proposto por Fogh Rasmussen seria bem mais barato do que o sistema antimísseis defendido pela administração do ex-presidente norte-americano George W. Bush, o qual foi abandonado por seu sucessor Barack Obama. Mas também seria bem menos eficiente.

A Rússia se opôs à instalação de potentes radares e baterias antimísseis perto das suas fronteiras ocidentais. Mas não se opôs ao novo sistema, embora autoridades russas tenham dito que ainda falta perceber se as duas redes podem ser integradas.

Fonte: Estadão
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