quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Irã abre bancos secretamente em países muçulmanos para burlar sanções.


O Irã vem abrindo bancos secretamente em países muçulmanos, como Iraque e Malásia, em nome de laranjas como forma de burlar as sanções internacionais de que é alvo e que têm de fato afetado suas operações financeiras, afirma nesta quarta-feira o jornal americano "Washington Post".

Atualmente, o Departamento do Tesouro dos EUA mantém 16 bancos iranianos em uma lista de instituições acusadas de apoiar o programa nuclear de Teerã e supostas "atividades terroristas".

Funcionários americanos disseram ao "Post", sob anonimato, que a busca do regime iraniano por alternativas demonstra como as sanções aplicadas têm surtido efeito.

Eles acreditam, no entanto, que a iniciativa de Teerã de abrir instituições-laranjas vem tendo pouco resultado prático.

Segundo um funcionário iraquiano, o Irã abriu ao menos dois bancos em Bagdá, inclusive um ligado ao Melli, maior banco comercial iraniano e um dos acusados de envolvimento com o programa nuclear do país.

Outros alvos iranianos seriam o Azerbaijão, o Bahrein e a Malásia, que o Irã, segundo o jornal, tenta tornar o substituto dos Emirados Árabes Unidos como principal entreposto financeiro. Os EAU interromperam transações com Teerã recentemente devido ao cerco ao país.

O porta-voz da missão iraniana na ONU, M. Bak Sahraei, procurado pelo "Washington Post", disse que não poderia falar sobre o caso, mas que buscaria informações com Teerã.

SANÇÕES

Em junho desde ano, o Conselho de Segurança da ONU aplicou uma nova rodada de sanções contra o país depois de recusar uma proposta de acordo --mediado por Brasil e Turquia-- para troca de urânio pouco enriquecido iraniano por material para o reator médico de Teerã.

No ano passado, os termos de uma versão inicial do acordo haviam sido rejeitados pelo regime iraniano.

Os EUA e aliados suspeitam que o programa nuclear iraniano busque a bomba atômica. Teerã, no entanto, nega, alegando que seu programa visa exclusivamente fins pacíficos, como produção de energia.

Ontem (22), o país anunciou ter aumentado o seu estoque de urânio enriquecido a 20% --próprio para uso medicinal-- para 30 kg. O processamento do material a esse nível foi iniciado em fevereiro, apesar das ameaças de governos ocidentais.

Fonte: Folha
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