quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Rússia e Noruega encerram 40 anos de disputa de fronteira


A Rússia e a Noruega puseram fim a 40 anos de uma disputa de fronteiras ao assinar nesta quarta-feira um tratado de limites no Ártico, o qual abrirá a porta para exploração de gás e petróleo no mar.

O presidente russo, Dmitry Medvedev, e o primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg, firmaram o acordo em Murmansk, um porto russo no mar de Barents, perto da fronteira norte da Noruega, no Círculo Polar Ártico.

O território em disputa abrangia uma área de 175 mil quilômetros quadrados -- equivalente à metade do tamanho da Alemanha --, principalmente na região do Mar de Barents onde se encontram as reservas petrolíferas do lado norueguês e russo.

"Levou 40 anos para que chegássemos a este tratado", disse Medvedev, que assinou um acordo preliminar com Stoltenberg em abril.

O presidente russo disse que o acordo abriria novas oportunidades para a pesca e a exploração de gás e petróleo. Qualquer campo de gás ou petróleo na fronteira terá de ser explorado em conjunto, de acordo com um comunicado divulgado pelo Kremlin.

Canadá, Rússia, Noruega, Estados Unidos e Dinamarca -- as únicas nações com territórios beirando o Ártico -- estão envolvidos em uma corrida para reivindicar direitos territoriais sobre reservas de gás, petróleo e metais preciosos que poderiam tornar-se mais acessíveis à medida que a camada de gelo no Ártico encolhe.

A lei internacional estabelece que os cinco países possuem uma zona econômica de 320 quilômetros ao norte de suas fronteiras, mas a Rússia reivindica uma fatia maior, com base em sua alegação de que o leito marítimo no Ártico é uma continuação de sua porção continental.

Boa parte da área do acordo com a Noruega está localizada entre o imenso campo de Shtokman, da Gazprom, no lado russo -- uma reserva com gás suficiente para suprir todo o consumo mundial por um ano --, e dois campos de gás e petróleo perto da costa da Noruega, nos quais a empresa norueguesa Statoil tem participação.

Fonte: Reuters
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