quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Correa afirma que segue governando Equador

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O presidente Rafael Correa garantiu no final da tarde desta quinta-feira que mantém o governo do Equador a partir do hospital onde está cercado por policias rebelados, em declarações à TV estatal.

"O presidente está governando a Nação deste hospital", disse Correa ao canal ECTV.

"Posso sair daqui como presidente ou como cadáver, mas não vou perder minha dignidade".

Correa reafirmou que está enfrentando uma "tentativa de golpe de Estado" liderada por grupos ligados ao ex-presidente Lucio Gutiérrez, derrubado em 2005.

"Isto é uma conspiração muito profunda de infiltrados gutierristas", disse o presidente, que agradeceu as manifestações de apoio de vários governos e de organismos multilaterais.

Correa afirmou que "só morto" negociará com os policiais enquanto for mantida a rebelião.

"Com isto em andamento esqueçam qualquer acordo ou diálogo. Enquanto continuarem com estas medidas não há como dialogar, nada a acertar, não me tragam nada para assinar".

Na mesma entrevista, Correa acusou os policiais rebelados de impedirem sua saída do hospital: "não me deixaram sair (...) cercaram todas as saídas".

"Na realidade, nas primeiras horas não podia sair porque tinha soro e porque estavam tratando a minha perna. Mas há algumas horas eu estava pronto para sair e não pude porque não desbloquearam as saídas".

Correa recentemente operou o joelho e caminha com a ajuda de um andador.

"Obviamente, isso é sequestro, sequestraram o presidente", completou.

Correa foi agredido nesta quinta-feira pela manhã quando foi a um quartel falar com policiais que protestavam contra o corte de benefícios, previsto por uma lei destinada ao serviço público.

Fonte: AFP
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Boeing adia primeira entrega de seu maior jato comercial

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A Boeing anunciou nesta quinta-feira o adiamento da primeira entrega do 747-8 Freighter, seu maior jato comercial, mas as ações da companhia subiram uma vez que a empresa assegurou que o atraso não iria afetar seus resultados financeiros de 2010.

A entrega dos aviões foi adiada do quarto trimestre de 2010 para meados de 2011 e é o terceiro atraso anunciado pela Boeing, segunda maior fabricante de aviões comerciais depois da Airbus, unidade da EADS.

O atraso já era esperado após o anúncio de agosto de que a Boeing iria novamente adiar o lançamento do 787 Dreamliner para o primeiro trimestre de 2011.

"Esperávamos que um pequeno atraso custaria à Boeing US$ 150 milhões, então o fato de que nada foi cobrado é um pouco estranho", disse o analista da RBC capital Markets, Robert Stallard, em nota.

"Embora o impacto financeiro seja mínimo, nós acreditamos que este último atraso reforça o ceticismo dos investidores com relação à capacidade da Boeing de eventualmente fazer as entregas de toda a série 787", afirmou.

Stallard reiterou a classificação da corretora para a Boeing, de "outperform" (acima da média do mercado), apontando a melhora nas perspectivas para o setor.

Fonte: Reuters
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Equador mergulha em crise e Correa fala em tentativa de golpe

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Policiais atacaram o presidente do Equador, Rafael Correa, em protesto contra medidas de austeridade nesta quinta-feira e cercaram o hospital onde o líder de esquerda foi tratado, enquanto ele acusava seus oponentes de tentar um golpe para derrubá-lo.

Alguns dos partidários do presidente atiraram pedras contra policiais em frente ao prédio. Os policiais, que iniciaram protestos contra a proposta do governo de cortar benefícios da categoria, responderam lançando bombas de gás lacrimogêneo.

Correa classificou as manifestações como uma tentativa de golpe para derrubá-lo.

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, principal aliado regional de Correa, afirmou que o equatoriano disse a ele por telefone que policiais estariam fazendo exigências a ele dentro do hospital.

"(Correa) disse a eles que uma vez que ele saísse (do hospital) ficaria muito feliz em recebê-los, mas que eles sequestraram-o e que ele não cederia à chantagem", disse Chávez à televisão estatal venezuelana.

A vida de Correa estava sob risco, acrescentou o venezuelano, que pediu ao Exército equatoriano para não apoiar a tentativa de "golpe".

O Equador, de 14 milhões de habitantes, tem um longo histórico de instabilidade política. Protestos nas ruas derrubaram três presidentes durante crises econômicas na década anterior à posse de Correa.

Os confrontos fora do hospital aconteceram após uma manhã caótica, na qual Correa e sua mulher foram atacados, tropas assumiram o principal aeroporto internacional e policiais em protesto queimaram pneus em manifestações contra os previstos cortes de bônus.

Durante a noite, o prefeito de Quito, Augusto Barrera, anunciou que o aeroporto havia reaberto.

SAQUES

Correa disse que ele e sua mulher sentiram os efeitos de uma bomba de gás lacrimogêneo que explodiu enquanto ele tentava falar com os manifestantes. Testemunhas e a imprensa local afirmaram que Correa também foi atingido por um objeto atirado durante o tumulto.

Mais cedo, visivelmente agitado, Correa desafiou os policiais em protesto: "Me matem se vocês quiserem. Me matem se vocês tiverem coragem".

O chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, se dirigiu a uma grande multidão reunida em frente ao palácio presidencial e convocou os simpatizantes a uma marcha com ele para salvar Correa.

"O presidente está sendo mantido refém lá dentro", gritou Fernando Jaramillo, de 54 anos, um simpatizante do mandatário equatoriano que estava em frente ao hospital.

Testemunhas relataram saques em Quito e Guayaquil, e disseram que muitos funcionários e estudantes retornaram para suas casas.

A estatal de petróleo Petroecuador afirmou que suas operações não foram afetadas e que militares reforçaram a segurança nas unidades.

Mensagens de apoio a Correa foram emitidas pela Organização dos Estados Americanos (OEA) e por vários governos, incluindo Estados Unidos, Brasil, Venezuela, Chile, Argentina e França.

O governo brasileiro expressou apoio a Correa e disse acompanhar com "profunda preocupação" a crise política no país sul-americano.

Mais cedo, o Itamaraty informou em nota que o ministro Celso Amorim telefonou para Patiño para expressar total apoio e solidariedade do Brasil às instituições democráticas equatorianas.

O governo venezuelano disse que Correa conversou com Chávez por telefone e confirmou que o caos era uma tentativa de golpe para derrubá-lo.

Correa analisa a possibilidade de dissolver o Congresso, onde membros de seu próprio partido de esquerda estão bloqueando propostas do Legislativo que têm o objetivo de cortar os gastos do governo.

A Constituição do Equador, de apenas dois anos, permite ao presidente declarar impasse político, dissolver o Congresso e governar por decreto até que novas eleições presidenciais e legislativas sejam realizadas. A medida, no entanto, teria que ser aprovada pela Corte Constitucional.

POLICIAIS BLOQUEIAM ESTRADAS

Aparentemente, a polícia liderou os protestos na quinta-feira, mas alguns soldados se juntaram ao movimento, em solidariedade.

Policiais em Guayaquil e Quito protestaram em seus quartéis. Militares em Guayaquil bloquearam algumas estradas que chegam à cidade litorânea, a mais populosa do Equador.

O chefe do comando das Forças Armadas, Ernesto González, garantiu que os militares estão subordinados à autoridade do presidente.

"Estamos em um Estado de Direito. Estamos subordinados à máxima autoridade que é o senhor presidente da República", afirmou o chefe militar a jornalistas.

O presidente do Banco Central, Diego Borja, pediu calma e exaltou equatorianos para que não retirem dinheiro dos bancos.

O Peru e a Colômbia optaram por fechar suas fronteiras com o Equador.

Mais da metade dos 124 membros do Congresso equatoriano é oficialmente aliada a Correa, mas o presidente tem irritado os parlamentares de sua própria aliança por não dar sequência às propostas de reduzir a burocracia do país.

Correa foi eleito pela primeira vez em 2006, prometendo uma "revolução dos cidadãos", disposto a aumentar o controle estatal dos recursos naturais do Equador e a lutar contra o que considera a elite corrupta do país.

Entre as ações, ele está renegociando contratos com petrolíferas em uma tentativa de aumentar os recursos do Estado.

Mas as conversas têm ocorrido lentamente enquanto o governo ameaça assumir as operações de empresas que não concordarem com os novos termos. Entre as companhias que operam no Equador estão a Petrobras, a espanhola Repsol e a italiana Eni.

Fonte: Reuters
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Brasil acompanha crise no Equador "com preocupação"

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O governo brasileiro expressou na quinta-feira apoio ao presidente do Equador, Rafael Correa, e disse acompanhar com "profunda preocupação" a crise política no país.

"O Brasil deplora os atos de violência e de desrespeito às instituições e condena energicamente todo e qualquer tipo de ataque ao poder civil legitimamente constituído e à ordem constitucional do Equador", informou o Ministério das Relações Exteriores em comunicado.

O Itamaraty acrescentou que o ministro interino da pasta, embaixador Antonio de Aguiar Patriota, está a caminho de Buenos Aires, onde participará de reunião extraordinária da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está sendo informado sobre a situação no Equador, palco de protestos de vários grupos de segurança, que foram às ruas, tomaram quartéis e o aeroporto de Quito para mostrar o descontentamento com a aprovação de uma lei que afeta seus rendimentos.

Correa disse ter sido atacado por manifestantes e está no Hospital da Polícia, onde, segundo o chefe de gabinete do Equador, Vinicio Alvarado, ele é mantido "de alguma forma como refém".

O presidente acusa a oposição de tentar promover um golpe de Estado no país.

O governo brasileiro recebeu informações que confirmam relatos vindos de Quito de que os militares seguem fiéis a Correa.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, que está em missão no Haiti, manifestou solidariedade em telefonema ao chanceler equatoriano, Ricardo Patiño.

"O governo brasileiro faz um apelo para que seja restabelecida de imediato a ordem interna no Equador, com pleno respeito à democracia e aos direitos humanos", diz a nota do Itamaraty.

Fonte: Reuters
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OEA convoca reunião de emergência sobre Equador

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A Organização dos Estados Americanos (OEA) anunciou hoje, em comunicado, que convocou em Washington, nos Estados Unidos, uma reunião de emergência para discutir a crise no Equador. O país decretou situação de emergência após amplos protestos de policiais e militares serem deflagrados, medida que permite que as tropas do exército, não amotinadas, assumam as funções da polícia.

O presidente do Equador, Rafael Correa, disse que as manifestações são uma tentativa da oposição de desestabilizar seu governo e que uma tentativa de golpe de Estado está em curso. "Nós não deixaremos a ordem constitucional ser rompida. Nada irá parar a revolução cidadã", disse Correa. "É claro que essa é uma tentativa de desestabilizar o governo."

Policiais e militares da Força Aérea entraram em greve e começaram os protestos contra o governo após o Congresso ter aprovado uma lei que cortará benefícios a policiais e militares. As manifestações rapidamente se alastraram a outras regiões do Equador, levando a bloqueios nas rodovias, tumultos, saques nos supermercados e roubos a bancos.

Enquanto isso, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Florêncio Ruiz, apelou à polícia para que cesse imediatamente os protestos, os quais, afirmou, poderão levar a um "banho de sangue". Correa também declarou mais cedo que considera seriamente dissolver o Congresso. Isso significaria que ele teria que convocar novas eleições.

Julia Ortega, uma porta-voz do Legislativo, afirmou que o prédio do Congresso foi ocupado por policiais protestando contra a nova lei, que reduz os bônus dos policiais obtidos ao longo dos anos de serviço, entre outras alterações.

Policiais e alguns militares protestam nas ruas de várias cidades do Equador. As forças de segurança tomaram também o controle do principal aeroporto internacional da capital, Quito, provocando a suspensão de voos.


OEA repudia tentativa de 'golpe de Estado' no Equador

A Organização dos Estados Americanos (OEA) manifestou hoje repúdio a "qualquer tentativa de alteração da institucionalidade democrática no Equador" e conclamou os policiais e militares amotinados a "evitarem todo e qualquer ato de violência que possa exacerbar uma situação de instabilidade política". O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, qualificou a situação no Equador como um "golpe de Estado em marcha" e disse que está tentando marcar para Quito o breve possível.

"A situação é grave. Devemos reagir de maneira contundente. Há uma diferença com o caso de Honduras, que é o fato de ainda não se ter consumado o golpe. Devemos impedir que este se consume, agindo rapidamente e de maneira unânime", declarou Insulza, em Washington, nos Estados Unidos.

A declaração de repúdio da OEA foi aprovada por unanimidade em sessão extraordinária convocada pela missão do Equador na entidade. A OEA declara ainda respaldo total a Correa "em seu dever de preservar as ordens institucional e democrática e o estado de direito".


EUA

O governo dos EUA condenou hoje a manifestação de centenas de policiais e militares equatorianos que protestavam contra a aprovação de uma lei que retiraria alguns benefícios das forças de segurança. "Os Estados Unidos deploram todo tipo de violência que possa ser associada com esses fatos", disse Luoma-Overstreet, porta-voz do Departamento de Estado.

O governo de Washington "expressa seu total apoio ao presidente Rafael Correa e às instituições democráticas do Equador", acrescentou o porta-voz, em comunicado. Ele também afirmou que as autoridades norte-americanas estão "acompanhando de perto a situação" e exortou "toda a sociedade equatoriana a se reconciliar e a usar o diálogo, perante das instituições democráticas, para chegar a uma rápida e pacífica restauração da ordem".

Fonte: Estadão
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O futuro do comércio exterior

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Até o final do ano, a balança comercial deverá registrar importações de US$ 158,2 bilhões e exportações de US$ 170,7 bilhões, o que resultará em superávit comercial de US$ 12,5 bilhões, segundo previsões da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Nada mal para um ano marcado por incertezas e de recuperação de uma crise econômica mundial.

A questão é o que vem por aí. Como se sabe, as commodities representam hoje 70% das receitas da exportação. E devem permanecer em patamar elevado, apesar das incertezas que ainda cercam os países desenvolvidos. Isso significa que o Brasil, que neste ano superou o Canadá como terceiro maior exportador de produtos agrícolas, deverá continuar em crescimento, ainda que tenha contra si obstáculos como acessos viários e ferroviários ruins, portos congestionados e protecionismo das nações ricas.

Por isso, a tendência é que o comércio exterior fique cada vez mais na dependência das commodities, com pequena porcentagem de manufaturados na exportação. É claro que ninguém pode se queixar da ascensão na venda de commodities. Até porque é o que tem garantido um superávit comercial, ainda que cada vez menor.

É de notar, porém, que, segundo previsões da AEB, em 2010, depois de 32 anos, a participação de 43,7% na exportação de produtos básicos será maior que os 40% de manufaturados, já que, em 1978, a fatia dos básicos foi de 47,2% e dos manufaturados de 40,2%. Sem contar que, no ano passado, a participação dos básicos foi ligeiramente inferior à dos manufaturados: 43,6% ante 40,2%. Em outras palavras: o País corre um sério risco de uma volta ao passado como fornecedor de matérias-primas.

Para alterar esse cenário, é preciso que se dê uma resposta rápida. E essa resposta passa pela adoção de uma política de competitividade para os manufaturados, aumento de crédito aos exportadores e investimentos mais pesados em infraestrutura. Até porque, sem infraestrutura, os custos da produção impedem o estabelecimento de preços competitivos e até a agricultura – que tem sido o motor da exportação ao lado do minério de ferro – não consegue se expandir, alcançando regiões mais distantes. Tampouco os produtos agrícolas chegarão aos portos em condições de competitividade por muito tempo.

Portanto, o próximo governo terá um importante papel a desempenhar, embora essa questão não tenha estado muito presente no debate entre os candidatos à presidência da República. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) defendem o fortalecimento da Câmara de Comércio Exterior (Camex) como órgão vinculado diretamente à presidência da República, tal como hoje é a Secretaria de Portos (SEP).

Seria o primeiro passo para não só reduzir a burocracia como dar ao empresariado do setor acesso direto a um órgão que decida com plenitude, já que hoje o poder está diluído entre alguns ministérios (MDIC, Fazenda, Relações Exteriores e Agricultura) e bancos estatais (BNDES e BC), além da Receita Federal propriamente dita e agências como a Anvisa. Nada disso, porém, dará resultados palpáveis se não vier acompanhado por alterações profundas na legislação aduaneira, reforma tributária para valer e maiores facilidades para a atuação da iniciativa privada, além de investimentos maciços em obras de infraestrutura.

Fonte: Pravda
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Rio Grande do Sul negocia Complexo Industrial de Defesa

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O município de Santa Maria negocia com o governo federal e multinacionais a implementação de um Complexo Industrial de Defesa. As tratativas ainda estão em fase inicial, mas foram alvo de reunião entre o prefeito Cezar Schirmer e o ministro da Defesa, Nelson Jobim.

O projeto prevê a construção de um centro de indústrias bélicas e de peças para tanques de guerra. Para isso, a prefeitura já tem terreno disponível e projeto para transformar o aeroporto da Base Aérea em um terminal internacional.

Santa Maria tem know how para isso, pontuou o prefeito. Entre as empresas que estariam sendo sondadas está uma companhia russa e a alemã Krauss Massey Wergmann (KMW), que fornece blindados de combate ao Brasil. Elas se somariam a outras que já atuam na região, como a israelense Elbit, que desenvolve avião não-tripulado.

O governo federal deve apoiar as negociações. O ministro Nelson Jobim destacou que uma fábrica de blindados em Santa Maria seria um marco importante para a cidade, que hoje possui 80% dos blindados do Brasil.

A união entre setor privado e público será vital para a empreitada. Está em negociação a concessão de isenção tributária às empresas. A indústria de material de defesa é uma indústria dual. Não se deve tratar apenas essa questão como um direito das estatais. Ela tem de ter um viés militar, mas também civil, salientou Jobim.

Fonte: Correio do Povo
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Se Lula optar pelo Rafale, terá que justificar muito bem a escolha

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O suspense sobre a compra dos 36 caças para renovar a Força Aérea Brasileira marcou este ano eleitoral no Brasil. Três empresas estão na concorrência: a francesa Dassault com o Rafale, a sueca Saab com o Gripen e a americana Boeing com o F-18. Depois de muito adiar, o presidente Lula promete anunciar o vencedor da licitação logo após as eleições. Isso prova o temor de que a escolha pudesse interferir na campanha.

Há um ano, Lula chegou a declarar sua preferência pelos Rafale da França, país com quem o Brasil tem uma parceria estratégica no setor de defesa desde dezembro de 2008. Mas um relatório técnico da FAB, que vazou para a imprensa, aponta o sueco Gripen, muito mais barato, moderno e com melhor oferta de transferência de tecnologia, como a melhor alternativa.

“O relatório da Força Aérea Brasileira tem uma preocupação muito grande com os custos de manutenção dos aviões. Os Gripens tem um custo muito mais baixo de manutenção e de horas de voo. Isso significa, do ponto de vista da FAB, que ela terá condições de treinar um número muito maior de pilotos, por muito mais tempo”, avalia o professor Antônio Jorge Ramalho, especialista em defesa do Instituto de Relações Internacionais da UNB, Universidade de Brasília.

Parceria França-Brasil

O presidente Lula vai escolher, mas a conta do negócio de mais de 10 bilhões de reais será paga pelo seu sucessor. Se o presidente tomar uma decisão política, ele terá que justificar muito bem a escolha. “Não se sabe exatamente o que a França daria ao Brasil em troca desta escolha”, afirma o professor da UNB, acrescentando que o presidente Lula pode tomar esta decisão “desde que ele explique satisfatoriamente à sociedade o que se está recebendo em troca dessa concessão que parece, do ponto de vista técnico, tão absurda”.

A parceria estratégica entre a França e o Brasil já existe. Helicópteros e submarinos estão sendo construídos conjuntamente pelos dois países. Para o professor, não convém acentuar a dependência brasileira em relação à França no setor de defesa.

“O fato de ter deixado a decisão para depois das eleições evidencia que é um tema que se tornou sensível politicamente e que na visão do presidente, poderia dar munição à oposição”, estima Antônio Jorge Ramalho.

Fonte: RFI via Notimp
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Negociações militares entre as Coreias terminam sem progressos

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As primeiras negociações militares entre as duas Coreias desde 2008, iniciadas nesta quinta-feira com o objetivo de acalmar as tensões, terminaram sem progressos, depois que Seul exigiu um pedido de desculpas de Pyongyang pelo naufrágio de um navio que matou 46 pessoas, informou a agência Yonhap.

O ministério da Defesa sul-coreano confirmou o fim das discussões, mas sem revelar detalhes.

Os negociadores não conseguiram chegar a um acordo sobre uma data para uma nova reunião, segundo a Yonhap.

Durante as negociações militares na área de fronteira de Panmunjom, a Coreia do Norte queria abordar as questões da delimitação da fronteira no Mar Amarelo e o envio de panfletos de propaganda a seu território por militantes sul-coreanos.

Fonte: AFP
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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Eletronuclear estima licitar R$ 2 bi neste ano para construção de Angra 3

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A Eletronuclear prevê assinar até o final deste ano contratos no valor de R$ 2 bilhões com fornecedores nacionais para a construção da usina nuclear Angra 3, informou a subsidiária da Eletrobras nesta quarta-feira.

Segundo a empresa, já foram publicados editais para serviços de engenharia eletromecânica e civil e para o suporte ao gerenciamento e à implantação, no valor de R$ 550 milhões.

Estão também sendo preparados outros editais de serviços com previsão de publicação no final de outubro, no valor de R$ 1,4 bilhão, informou a companhia.

Para concluir Angra 3, a Eletronuclear estima que ainda deverá gastar cerca de R$ 9 bilhões, sendo 30% desse total referente a compras internacionais que terão financiamento externo.

"Essa dívida será paga com a energia produzida e não vai depender de recursos governamentais", segundo a assessoria da Eletronuclear.

A previsão é de que a usina, que terá capacidade para gerar 1.350 megawatts, entre em operação comercial no final de 2015.

De acordo com a Eletronuclear já foram renegociados 27 contratos com fornecedores nacionais, entre eles Confab, Bardella e EBSE (tubos de grandes diâmetros). Essas empresas haviam assinado com o governo brasileiro na década dos anos 1980, mas o projeto da unidade não saiu do papel.

Fonte: Reuters
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ONU levanta embargo de armas a Serra Leoa

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O Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou hoje a suspensão do embargo de armas a Serra Leoa, imposto há 13 anos, depois de ter recebido o que qualificou como garantias suficientes de que o país do oeste africano é agora suficientemente estável depois de ter passado por uma sangrenta guerra civil encerrada em 2002.

O CS da ONU informou ter removido as últimas sanções pendentes sobre o país porque o governo restabeleceu plenamente o controle sobre seu território e pelo fato de os combatentes rebeldes terem sido desarmados e desmobilizados com sucesso.

Apesar de ter levantado o embargo, o órgão admitiu que Serra Leoa ainda precisa de apoio internacional e ampliou por um ano a autorização para a presença das forças de manutenção de paz da ONU na nação africana.

Fonte: Estadão
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União Europeia ameaça sancionar França por expulsão de ciganos

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A Comissão Europeia ameaçou a França nesta quarta-feira com uma ação legal pela expulsão de imigrantes ciganos, dizendo que Paris tem duas semanas para cumprir as leis da União Europeia ou enfrentará sanções.

Em vez de focar na questão sobre se a França violou as leis da UE contra a discriminação com a expulsão de 8 mil ciganos do país, a declaração da Comissão Europeia tratou da não incorporação pela França da legislação europeia em seu estatuto nacional, em um abrandamento substancial em relação a sua posição anterior.

Isso significa que a França agora tem mais tempo para fornecer provas de que as expulsões foram legais e para garantir que as leis da UE estão sendo totalmente transpostas para a lei francesa.

O caso estremeceu as relações entre a França e a Comissão Europeia. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, defendeu com vigor a expulsão diante das fortes críticas dos grupos de direitos humanos e da Igreja Católica.

"A Comissão decidiu hoje que emitirá uma notificação à França", afirmou a Comissão em comunicado, referindo-se ao procedimento que marca o início de uma ação disciplinar.

O órgão executivo acrescentou que tomaria essa medida a menos que "medidas de transposição e um cronograma detalhado de transposição sejam fornecidos até 15 de outubro de 2010", dando na prática duas semanas para a França cumprir a lei.

A comissária de Justiça da UE, Viviane Reding, disse mais cedo que a França havia garantido ao braço executivo da UE que suas políticas não eram discriminatórias. Ela afirmou, no entanto, que Paris teria de fornecer mais evidências sobre isso.

"A França não está assegurando como deveria a lei européia sobre liberdade de movimento, então nós decidimos lançar um procedimento de infração contra a França", afirmou ela a jornalistas.

Ela disse, porém, que a UE precisa "dar uma chance à França" para que ela se explique antes de tomar uma medida legal.

Em uma fala carregada de emoção a jornalistas no começo de setembro, Reding havia classificado a condução do caso pela França como "vergonhosa" e exortara o bloco a forçar a França a interromper as expulsões, associadas por ela ao tratamento dispensado aos ciganos pelos nazistas.

A França deportou cerca de 8 mil ciganos para a Romênia e a Bulgária este ano, destruindo campos ilegais onde eles viviam nos arredores de algumas cidades francesas. A medida integra o que Sarkozy chamou de repressão ao crime.

Fonte: Reuters
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Entenda por que as eleições no Brasil importam no cenário internacional

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Uma democracia gigante, com 135 milhões de eleitores, e com um sistema de votação elogiado internacionalmente, o Brasil deverá atrair a atenção mundial durante a escolha de seu próximo presidente, no dia 3 de outubro.

O interesse pelo pleito, no entanto, vai além de uma simples curiosidade pelo processo eleitoral do país: o mundo quer saber quem governará uma nação de economia ascendente e com um papel geopolítico cada vez mais forte.

Por outro lado, a maior projeção do país também chama a atenção internacional para questões internas – e muitas vezes nem tão positivas, como a violência e a pobreza.

As preparações para a Copa do Mundo de 2014 e para a Olimpíada de 2016, além da exploração das reservas do pré-sal, completam o quadro de um país que tende a estar com sua imagem cada vez mais exposta à comunidade internacional.

Veja os principais motivos que levam as eleições brasileiras a serem alvo de atenção internacional.

Economia

Poucos países deixaram a crise financeira internacional para trás de forma tão rápida quanto o Brasil. O Produto Interno Bruto (PIB) deverá crescer perto de 7,5% este ano, após uma retração de 0,2% em 2009 – resultado que, apesar de negativo, ficou acima da média, considerando as principais economias do mundo.

Mas não é só a rápida recuperação que vem animando investidores estrangeiros. Com um crescimento médio de 4,8% de 2002 a 2008, o Brasil tem conseguido aliar expansão econômica com inflação sob controle.

O resultado é uma crescente classe média com apetite para o consumo, que tem sido o principal motor da economia do país. Somente no 1º semestre deste ano, a demanda interna cresceu 8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Mas o próximo governo também terá desafios: a taxa de juros do país, descontada a inflação, é uma das maiores do mundo. A carga tributária chega a 36% do PIB, a maior da América Latina, e o país investe pouco, o equivalente a 17,9% do PIB – quando na China e na Índia chega-se a 43% e 34%, respectivamente.

Mas o ambiente macroeconômico favorável, somado a projetos vultosos (dentre eles a exploração de petróleo em camadas profundas e a realização da Copa do Mundo em 2014) deixam os investidores otimistas quanto ao Brasil. Muitos deles, inclusive, já veem o país entre as cinco maiores economias do mundo em um prazo de 15 anos.

Papel geopolítico crescente

Os defensores da diplomacia brasileira costumam dizer que o Brasil “mudou seu patamar” nas relações internacionais e que não existe mais “mesa” em que o país não esteja representado.

Ainda que essa maior participação seja motivo de controvérsia entre os especialistas, o fato é o que o Brasil vem se tornando cada vez mais atuante em determinados fóruns internacionais, sobretudo quando o assunto é economia e meio ambiente.

Um exemplo desse novo papel geopolítico está na participação do país no G20 financeiro, que ganhou destaque em função da crise internacional de 2008.

O Brasil tem sido uma das principais vozes dentre os emergentes em busca de uma nova ordem econômica mundial, com maior peso para esses países em organismos como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.

Dono da maior floresta tropical do mundo e grande usuário de energia limpa, o Brasil também se tornou presença constante nas discussões sobre mudança do clima no âmbito das Nações Unidas.

Em novembro do ano passado, o país figurou, ao lado de Estados Unidos, União Europeia, China, Índia e África do Sul, entre os principais negociadores da reunião de Copenhague sobre mudanças climáticas.

Os mais críticos, no entanto, argumentam que, apesar dessa maior participação, o país está longe de alcançar resultados concretos, já que o sistema internacional continua sendo conduzido pelas grandes potências.

Política externa mais agressiva

Não é apenas nos fóruns internacionais que o Brasil tem tido papel mais agressivo: a política externa bilateral também se acentuou nos últimos anos, com maior destaque para as relações Sul-Sul.

De olho em uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU, o país vem buscando um maior alinhamento com governos de regiões até então pouco exploradas pelo Itamaraty, caso da África e do Oriente Médio.

Recentemente, o Brasil atraiu os holofotes internacionais ao intermediar, junto com a Turquia, um acordo nuclear com o Irã, gerando certa insatisfação no governo americano.

Ao mesmo tempo em que é saudada pela diplomacia brasileira, a aproximação com o governo de Mahmoud Ahmadinejad tem gerado uma série de críticas a Brasília, que não estaria usando sua influência junto ao país persa para tentar atenuar supostos abusos em direitos humanos.

O aprofundamento das relações com países africanos também tem sido uma importante marca da diplomacia brasileira, interessada não apenas em ampliar seu leque de aliados políticos, mas também diversificar suas opções de investimento no exterior.

Por outro lado, alguns analistas costumam apontar um certo “excesso” nas pretensões brasileiras. O argumento é de que a diplomacia brasileira estaria colocando a ideologia política à frente dos interesses econômicos e comerciais do país.

População

Com uma população de 191 milhões de pessoas, o Brasil é o quinto maior do mundo nessa categoria, atrás apenas de China, Índia, Estados Unidos e Indonésia.

Considerando a taxa média de fecundidade entre 2002 e 2006, que foi de 1,5 filho por mulher, o Brasil chegará ao ano de 2020 com uma população de 207 milhões de pessoas, segundo estimativas.

Apesar da tendência de queda, a parcela dos jovens no país ainda é expressiva: cerca de 32,8% da população é formada por pessoas com até 19 anos de idade. Há dez anos, porém, essa mesma parcela era de 40%.

Esse crescimento impõe uma série de desafios ao país, dentre eles uma melhor estrutura em transporte e moradia. De acordo com a ONU, o Brasil tem 827 milhões de pessoas vivendo em favelas.

Agricultura e pecuária

Se por um lado o Brasil ainda deixa a desejar quando o assunto é a produtividade na indústria, o mesmo não se pode dizer do campo: o país é um dos maior produtores de alimentos do mundo e ainda tem um alto potencial de expansão.

Nos últimos dez anos, a produção total de alimentos saiu de 80 milhões de toneladas para quase 150 milhões – um crescimento de 87%. O país é o maior exportador mundial de suco de laranja, açúcar, frango, carne bovina e café, além de ser o segundo maior em soja.

Diante do crescimento da população mundial e da necessidade de abastecer um maior número de pessoas com uma dieta cada vez mais diferenciada, alguns especialistas têm apontado o Brasil como “celeiro” do mundo.

O apelido leva em consideração não apenas o que o país produz e exporta atualmente, mas principalmente seu potencial de expansão: segundo as Nações Unidas, o Brasil tem 50 milhões de hectares de terra sob cultivo e outros 300 milhões de hectares aráveis, mais do que qualquer outro país.

Mas apesar do espaço “de sobra”, a expansão do cultivo deverá esbarrar em alguns desafios, como a qualidade de vida no campo e a pressão sobre áreas protegidas.

Para muitos ambientalistas, uma possível alta nos preços das commodities, somada a uma fiscalização ineficiente, podem colocar em risco os biomas da Amazônia e do Cerrado.

Desafios sociais

O Brasil vem conseguindo melhorar seus principais indicadores sociais nos últimos anos, muitas vezes em consequência do crescimento econômico e de uma inflação sob controle.

De 2003 a 2008, cerca de 32 milhões de brasileiros deixaram as classes D e E, ingressando nas classes A, B e C, segundo estimativas da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

No que diz respeito ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que considera riqueza, educação e expectativa de vida ao nascer, o país tem melhorado seu desempenho a cada ano, mas ainda está na 75ª posição dentre 115 países – praticamente o mesmo patamar verificado em 2002.

Quando a desigualdade de renda é contabilizada, o país tem um desempenho pior do que a média da América Latina, segundo a ONU.

As diferenças regionais também constituem um dos principais desafios do país nos próximos anos. Um levantamento recente do IBGE mostra que 99,8% das cidades do Estado de São Paulo eram servidas com rede de esgoto em 2008, enquanto no Piauí apenas 4,5% dos municípios eram atendidos.

Outro tema que costuma atrair a atenção internacional para o Brasil, a violência ainda tem indicadores que colocam o Brasil no topo dos rankings mundiais.

Ainda que o indicador tenha melhorado nas capitais, a taxa média de homicídios ainda é alta: 25,2 para cada grupo de 100 mil habitantes.

Fonte: BBC Brasil
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Justiça francesa reconhece crime na queda do voo 447

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As famílias das 228 vítimas do voo Air France AF-447, desaparecido no Atlântico em 31 de maio de 2009 ao realizar a rota entre Rio de Janeiro e Paris, não precisam mais esperar pelo fim das investigações francesas para buscar uma indenização legal. O Tribunal de Grande Instância de Var, no sul da França, reconheceu hoje a "existência de um crime" no desastre, que foi definido como "homicídio involuntário" - sem intenção de matar - pela Justiça.

De acordo com a sentença provisória, os problemas ocorridos com os sensores de velocidade (pitot) da marca Thales AA em voos anteriores ao AF-447 são suficientes para configurar um crime. Erros de aferimento da velocidade em aviões Airbus equipados com as sondas já haviam sido verificados mais de uma dezena de vezes antes do acidente, entre eles pela companhia Air Caraïbes.

Os técnicos da empresa haviam, então, alertado a Airbus, fabricante da aeronave, que o entupimento dos sensores pelo gelo poderia resultar uma cadeia de falhas nos sistemas de navegação do avião. "A coexistência de falhas anteriores e a falha constatada na noite do acidente, afetando as duas sondas pitot, são suficientes para indicar a existência de um crime caracterizando delito de homicídio involuntário", diz a sentença.

Ainda de acordo com o veredicto, não é preciso aguardar as investigações em curso no Escritório de Investigação e Análise para a Aviação Civil (BEA) e no Ministério Público de Paris para reconhecer a implicação dos sensores de velocidade entre as causas do acidente. "Não é nem necessário, nem mesmo oportuno, esperar o resultado das investigações penais em curso", diz o Tribunal de Var.

O juízo decidiu ainda que o Fundo de Garantia das Vítimas de Terrorismo e outras Infrações, mantido pelo governo da França, deve indenizar a família da aeromoça franco-argentina Clara Mar Amado em 20 mil euros, sendo 10 mil para o pai da vítima e outros 10 mil para um irmão.

Decisão inédita

A decisão de não aguardar pelos resultados da perícia é inédita na Justiça francesa e abre um precedente para que outras famílias de vítimas peçam a indenização. O valor, contudo, ainda deve ser objeto de discussão, já que algumas famílias pedem centenas de milhares de euros em reparação. O acidente do voo AF-447 é avaliado por especialistas em seguros de acidentes como um dos mais caros da história da aviação, podendo chegar a 700 milhões de euros.

Mais do que atribuir um valor à família de uma das vítimas, a sentença põe em xeque o argumento das autoridades de aviação civil da França, que até aqui afirmavam que, sem a descoberta das caixas-pretas - perdidas no Atlântico junto com os destroços do avião -, jamais seria possível descobrir as causas do desastre.

Desde que o jornal O Estado de S. Paulo revelou as mensagens automáticas enviadas pelo Airbus A330 antes de sua queda, a hipótese de falha das sondas Pitot Thales AA é considerada por especialistas independentes da França como a mais provável para explicar o acidente.

Fonte: Último Segundo
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Brasil 'não deve pagar o preço' por disputa cambial global, diz Meirelles

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O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse nesta terça-feira em Londres que o Brasil "não deve pagar" pela excessiva desvalorização de outras moedas, que acabam tornando o real mais forte no cenário internacional.

Nos últimos meses, vários países têm usado mecanismos de mercado para desvalorizar suas moedas. A moeda fraca torna os produtos mais baratos no mercado global, o que favorece as exportações e a balança comercial de cada país.

"O Brasil não deve pagar o preço por isso", disse Meirelles, que viajou à capital britânica para dar uma palestra sobre as perspectivas da economia brasileira, a convite da BB Securities.

"Se nós não lidarmos com a excessiva desvalorização de moedas pelo mundo, o Brasil vai perder competitividade no mercado internacional."

Mantega

Na segunda-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, havia dito que o mundo passa por uma guerra cambial internacional, com vários países forçando a desvalorização das suas moedas para tornar seus produtos competitivos no mercado internacional. Mantega citou os Estados Unidos, a União Europeia e a China no seu discurso.

Em conversa com jornalistas, Meirelles disse que prefere não usar adjetivos como o empregado por Mantega para descrever a disputa cambial entre os países, embora reconheça que o problema da desvalorização de várias moedas é "muito sério".

Por outro lado, o presidente do BC teve que falar sobre as declarações de Mantega a respeito da "guerra cambial internacional", que tiveram grande repercussão na imprensa internacional.

Sem citar nomes, Meirelles fez uma distinção entre dois tipos de países com moedas fracas.

De um lado, segundo o presidente do BC, estão os países cujas moedas estão desvalorizadas naturalmente como consequência de suas políticas econômicas. Na outra ponta estão os países que estão tentando forçar suas moedas a se desvalorizarem, para aumentar a competitividade dos seus produtos.

É este segundo grupo que estaria provocando maiores problemas na economia global, segundo ele.

Meirelles sugeriu que há duas soluções para lidar com o problema.

"Cada país pode adotar suas próprias medidas para lidar com o problema. Ou ele deverá ser debatido pelo G20", disse, em referência ao grupo que reúne as vinte maiores economias do mundo.

Desvalorização do real

Em novembro, os líderes do G20 encontram-se em Seul, na Coreia do Sul. A atual disputa cambial deve ser um dos principais temas do encontro.

O secretário americano do Tesouro, Timothy Geithner, já indicou que uma das maiores reivindicações dos Estados Unidos no encontro será pressionar a China a valorizar o yuan. A moeda fraca da China tem prejudicado as exportações americanas, que não conseguem competir com os produtos chineses.

O presidente do BC do Brasil disse que o país vai continuar monitorando o mercado para evitar que as oscilações da moeda provoquem qualquer tipo de desequilíbrio na economia brasileira.

Apesar das críticas à disputa cambial feitas por Meirelles e Mantega, as autoridades financeiras do Brasil sinalizaram que estão preparadas para também forçar a desvalorização do real e assim manter a competitividade das exportações brasileiras.

Na semana passada, o ministério da Fazenda anunciou que usará o Fundo Soberano do Brasil (FSB) para comprar dólares no mercado e segurar a valorização do real. Esse tipo de operação era feita apenas pelo Banco Central.

O FSB foi criado em 2008 para promover investimentos em ativos no país e no exterior, formar poupança pública e permitir que o governo fizesse investimentos sem aumentar o déficit das suas contas.

O uso do dinheiro do FSB nas operações cambiais é visto como um sinal de que o Brasil está se tornando mais agressivo nas suas intervenções no real, a exemplo do que fazem os demais países.

Na conversa com jornalistas nesta terça-feira, Meirelles disse que a estrutura para as operações cambiais com o FSB está pronta.

O presidente do BC afirmou que as autoridades econômicas continuarão monitorando o mercado e intervindo na cotação do real quando necessário, mas não quis sinalizar qual é a cotação ideal da moeda.

Na semana passada, o real sofreu novas pressões para se valorizar, já que houve uma entrada grande de capital estrangeiro devido ao processo de oferta pública de ações da Petrobras, cujos papéis foram comercializados apenas na moeda nacional.

Meirelles também evitou falar sobre o seu futuro político após as eleições de outubro. Ele afirmou que é preciso se concentrar na sua tarefa atual, que "já exige bastante".

Fonte: BBC Brasil
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Celso Amorim critica estrutura do Conselho de Segurança da ONU

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O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta terça-feira que o modo atual de tomada de decisões no Conselho de Segurança da ONU, com a participação de apenas cinco países, “não é bom para o mundo”.

“Não é possível um Conselho de Segurança, com cinco membros permanentes em que as decisões são negociadas entre eles, muitas vezes em troca até de outras vantagens ou isenções. Isso não é bom para o mundo”, disse o ministro, em Nova York, ao ser questionado sobre a possibilidade de reformas no órgão.

O Brasil é membro rotativo do órgão, sem direito a veto, mas busca uma vaga permanente e defende a necessidade de reformas que permitam a participação de mais países nas decisões.

“Haver uma maior diversidade é melhor. E quando você pensa nessa diversidade, o nome do Brasil vem à mente de qualquer um”, afirmou o ministro, que participa da 65ª Sessão da Assembleia Geral da ONU.

O ministro disse que não se trata de uma “candidatura” ou “demanda” do Brasil para obter uma vaga permanente e que “muitos outros países” querem uma contribuição brasileira. “Não se trata de o Brasil querer um lugar no Conselho. O Brasil acha que pode contribuir sim. Muitos outros países também acham e querem o envolvimento do Brasil em outras situações”, afirmou.

Política externa

Segundo Amorim, a atividade mais intensa da política externa brasileira e a postura independente nos últimos anos fez aumentar a “consciência de que o Brasil pode ajudar”.

O ministro afirmou que o tema da reforma do Conselho de Segurança – tratado em várias reuniões ao longo da programação da Assembleia Geral – voltou a estar presente por vários motivos, entre eles as recentes mudanças na governança global na área econômica.

A ideia é que o aumento da importância de países emergentes, como o Brasil, que ganharam mais espaço após a crise econômica mundial, deveria também se refletir na área política.

“Há também uma percepção de que o Conselho de Segurança, em muitos assuntos, está perdendo legitimidade, muitas decisões acabarão não sendo seguidas”, disse o ministro. “Não por nós, que continuaremos a respeitar as decisões do Conselho de Segurança mesmo quando não concordamos com elas. Mas outros países já têm tido visões diferentes”.

Irã

Em junho deste ano, o Conselho de Segurança aprovou uma quarta rodada de sanções contra o Irã, para pressionar o governo iraniano a interromper seu programa de enriquecimento de urânio. O Brasil votou contra as sanções, mas disse que vai adotá-las, por seguir as decisões do órgão.

Nesta terça-feira, Amorim se reuniu em Nova York com o chanceler iraniano, Manouchehr Mottaki. No encontro, o chanceler voltou a falar sobre o caso da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento sob acusação de adultério e de assassinato.

“Falei com ele (Mottaki). Ele sabe do nosso interesse, não preciso a cada vez repetir tudo o que já foi dito”, afirmou Amorim. “Ele disse que o caso ainda não está finalizado, que ainda há um processo judicial em andamento. Tem várias instâncias. O que eu deduzo é que a hipótese do apedrejamento estaria afastada porque aquele julgamento ficou superado por outros”, acrescentou.

Decisão

Nesta terça-feira, o governo iraniano disse que não há uma decisão final sobre o caso de Ashtiani, que provocou comoção internacional e protestos de várias organizações de direitos humanos por causa da pena de morte por apedrejamento.

O Brasil chegou a oferecer asilo a Ashtiani, pedido negado pelo governo iraniano.

“O interesse nosso é poupar vidas. O Brasil é contra a pena de morte, em qualquer lugar do mundo. (...) Obviamente o caso do apedrejamento, por um fato que no Brasil não é considerado crime (adultério), chamou mais ainda a atenção", disse o ministro

Amorim disse ainda ter conversado tanto com Mottaki quanto com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, sobre o caso de dois jovens americanos presos no Irã desde o ano passado, sob acusação de espionagem.

Uma terceira americana presa com os dois jovens, Sarah Shourd, foi libertada pelo Irã há duas semanas. Em Nova York, Shourd se reuniu com Amorim para agradecer a ajuda do Brasil em sua libertação e, posteriormente, com Ahmadinejad.

“Manifestei o apreço pelo fato de o presidente Ahmadinejad ter encontrado Sarah Shourd e a mãe dela. E manifestei expectativa de que possa haver outros encontros e que eles possam ter uma boa solução”, afirmou Amorim.

Oriente Médio

O ministro disse ainda que o Brasil está “muito preocupado” com a situação no Oriente Médio e acompanha com atenção as negociações de paz. “Nós temos a preocupação que não tenha havido uma extensão nítida e clara da moratória sobre assentamentos”, afirmou.

A suspensão de novas construções em assentamentos judaicos em territórios palestinos é uma das condições impostas pela Autoridade Palestina para negociar a paz com Israel. O prazo de suspensão expirou no domingo e não foi ampliado por Israel, como pediam os palestinos. As negociações diretas entre os dois lados estavam rompidas desde 2008 e foram retomadas no início deste mês.

“Acho que o que mais ajudaria (as negociações de paz) nesse momento exato é um sinal claro de que os assentamentos não continuarão”, disse Amorim.

Fonte: BBC Brasil
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Hillary pede que Índia compre armamento dos EUA

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A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, está tentando persuadir a Índia a comprar equipamentos de defesa de empresas dos Estados Unidos. O porta-voz da Casa Branca, P.J. Crowley, disse aos jornalistas que a mensagem de Hillary ao ministro da Defesa indiano, A.K. Antony, durante reunião realizada hoje, foi de que Washington tem "o melhor equipamento bélico do mundo e, se a Índia está atualizando sua capacidade de defesa, deveria obtê-la de empresas norte-americanas".

Crowley afirmou que é possível que Nova Délhi decida em breve sobre a compra de vários equipamentos de defesa, dentre eles jatos de combate. Segundo ele, Hillary e Antony passaram parte de seu encontro discutindo "o interesse mútuo na expansão de nossa parceria no setor de defesa".

Fonte: Estadão
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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Filho caçula e possível sucessor de líder norte-coreano nomeado a alto cargo político

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O filho mais novo do líder norte-coreano Kim Jong-il foi nomeado vice-presidente da poderosa Comissão Militar Central do Partido dos Trabalhadores, um dia depois de receber a patente de general, informou a agência estatal de notícias KCNA na quarta-feira (horário local).

As nomeações reforçam as especulações de que Kim Jong-un será o sucessor de seu pai, Kim Jong-il, de 68 anos.

A conferência do partido comunista, a primeira em 30 anos, nomeou Jong-un para o Comitê Central. A irmã de Kim Jong-il e o marido dela foram nomeados para o birô político, como titular e suplente, respectivamente. Ambos são apontados como defensores da sucessão em prol de Kim Jong-un.

Fonte: Reuters
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Navios de minério da Vale estarão prontos em 2011, diz executivo

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O diretor de vendas e estratégia da Vale José Carlos Martins disse nesta terça-feira, durante conferência em Dalian na China que espera que o primeiro de uma série de grandes navios cargueiros de minério de ferro esteja pronto em 2011, como parte de um projeto da companhia para redução dos custos de transporte do Brasil para seus principais clientes na Ásia.

Os navios, capazes de transportar mais de 400 mil toneladas de minério cada, poderão ajudar a Vale a competir melhor com mineradoras australianas como BHP Billiton e Rio Tinto, que estão mais perto dos clientes asiáticos.

"Acreditamos que poderemos trazer os preços do frete à vista perto dos termos dos contratos de longo prazo", disse Martins. "Vamos investir o que for necessário."

A Vale está estabelecendo pontos de distribuição de minério em Omã e na Malásia como parte da estratégia para redução de custos no transporte.

"A Vale estando longe deste mercado precisava melhorar sua logística para manter sua competitividade no longo prazo", acrescentou o executivo.

Fonte: Reuters
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Marinha israelense intercepta veleiro de pacifistas judeus

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A Marinha de Israel interceptou nesta terça-feira em alto-mar o veleiro de pacifistas judeus que tentava romper simbolicamente o bloqueio marítimo da Faixa de Gaza, afirmou à AFP um dos organizadores da viagem em Gaza.

"Dez navios de guerra israelenses obrigaram o veleiro a desviar para Ashdod" (porto israelense), declarou à AFP um dos organizadores, Amjad al-Shawa, que estava em terra em Gaza.

"Eles se renderam porque estavam cercados e não tinham outra opção", acrescentou.

"A Marinha assumiu o controle do veleiro para levá-lo ao porto de Ashdod", anunciou o Exército israelense em um comunicado.

O texto afirma ainda que a ação não resultou em nenhum ato de violência de nenhum lado.

O pequeno veleiro "Irene", de bandeira britânica, com sete militantes pacifistas judeus e dois jornalistas a bordo, havia zarpado no domingo de Famagusta, ao norte do Chipre.

Fonte: AFP
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Empresa testa helicóptero com asas que atinge 407 km/h

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A Eurocopter iniciou as provas em voo do demonstrador X3 pertencente a sua inovadora concepção de helicóptero híbrido de alta velocidade e grande autonomia (H3, na língua ingleas), que combina excelentes qualidades de decolagem e aterrizagem verticais com altas velocidades de cruzeiro, superiores a 220 nós (cerca de 400 km/h).

O demonstrador X3 dispõe de dois motores turbohélice que impulsionam um sistema de rotor principal de cinco pás, assim como duas hélices montadas em asas fijxas de curta envergadura. Nasce assim um avançado sistema de transporte que oferece toda a velocidade das aeronaves propulsadas por turbohélices e toda a capacidade de voo estacionário dos helicópteros. A concepção foi desenvolvida sob medida para aplicação quando os custos operacionais, a duração de voo e o êxito da missão dependem diretamente da velocidade máxima de cruzeiro.

A configuração H3 foi idealizada para um amplo leque de emprego, entre estes: missões de busca e salvamento (SAR) a grande distância, operações de guarda costeira, missões de patrulha de fronteiras, transporte de passageiros e serviços de ponte aérea entre cidades. É também adequada para missões militares nas operações de forças especiais, transporte de tropas, C-SAR (combate) e evacuação médica, beneficiando-se todas as características combinadas da aeronave híbrida, assim a maior velocidade de cruzeiro integrada às excelentes características de decolagem e aterrizagem verticais.

“A inovação se faz no ponto central da estratégia da Eurocopter, que se orienta em manter a liderança no mercado global de helicópteros. E o demonstrador X3 constitui-se um elemento chave na rota de nossa inovação”, afimou Lutz Bertling, presidente CEO da Eurocopter. “Os equipamentos da Eurocopter têm necessitado de menos de três anos desde a concepção ao primeiro vôo, como é o caso do helicóptero híbrido, o que prova sua perícia, capacidade e dedicação para definir o futuro das aeronaves de asas rotatórias”.

O primeiro voo do demonstrador X3 ocorreu, em 6 de setembro no sul da França, no Centro de Testes de Istres, da DGA, um ambiente controlado e seguro, operado pela Délégation Générale de l’Armement. Os ensaios iniciais continuarão até dezembro, com potência reduzida e as manobras irão ampliando-se progressivamente até velocidades de 180 nós (cerca de 320 km/h).Nesta Segunda-feira (27/9) foram realizados novos ensaios de voo. Após um período de avaliações e aperfeiçoamentos, os voos do X3 reiniciarão em março de 2011, com objetivo de alcançar a meta de desenvolver as velocidades sustentadas superiores a 220 nós (+400km/h).

"A equipe da Eurocopter construiu o helicóptero híbrido do conceito até o primeiro voo em três anos, o que mostra sua habilidade e capacidade para redefinir o futuro da aviação", afirmou o presidente e CEO da companhia, Lutz Bertling. De acordo com a companhia, a aeronave foi desenvolvida para atender situações que dependam de uma velocidade maior de cruzeiro, como emergências médicas em lugares distantes e missões de guarda costeira.


Fonte:
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Estudo vê dilema estratégico para Brasil

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Apesar de bem-sucedido, o esforço do governo Lula para elevar o status do Brasil no exterior deixará uma herança de "dilemas estratégicos", incluindo tensão com Washington, afirma análise da Escola de Guerra do Exército dos EUA.

Publicado em agosto, o estudo "Dilemas da Grande Estratégia Brasileira" afirma que poucos países tiveram melhora tão notável em sua "estatura internacional" na última década como o Brasil.

Para o autor, o pesquisador Hal Brands, do Instituto de Análise em Defesa, isso foi obtido por meio de três estratégias: ação leve para contrabalançar o poderio americano; formação de coalizões para aumento do poder de negociação; e posicionamento como líder de uma América do Sul mais unida.

"Lula procurou transformar a crescente confiança nacional oriunda da consolidação democrática e da estabilidade econômica em uma diplomacia mais forte", escreveu Brands.

Ele aponta como ações principais da diplomacia nos últimos oito anos o papel mais ativo em missões de paz da ONU; a promoção de blocos como os Brics (com Rússia, Índia e China) e Ibas (com Índia e África do Sul); a tentativa de obter vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU; e a defesa da integração econômica da América do Sul.

Também é notada a emergência de novas instituições regionais como a Unasul (União de Nações Sul-Americanas) e o Conselho Sul-Americano de Defesa.

Brands afirma que essa estratégia de tentar reverter a antiga ordem internacional foi benéfica no curto prazo e que o sucessor de Lula terá nas mãos uma rede de opções comerciais e diplomáticas para escolher onde atuar.

Mas, segundo disse em entrevista à Folha, há quatro problemas que poderão obstruir a ascensão do país.

"Primeiro, não está claro que o Brasil preparou bem os fundamentos para crescimento econômico e coesão social de longo prazo, que são necessários para uma política externa ambiciosa."

"Segundo, as relações com muitos vizinhos são tensas. Países como Bolívia e Paraguai veem o Brasil como uma potência dominadora, enquanto México, Argentina, Venezuela e Colômbia o veem como rival pela liderança regional", continua.

O terceiro ponto é que não está claro se Brics e Ibas são coesos o suficiente para atuar como grandes atores geopolíticos.

E, "finalmente, a política externa assertiva de Lula ocasionalmente leva a conflitos com os EUA".

Mesmo nas projeções mais otimistas, o Brasil não terá capacidade econômica ou militar para competir com outras potências (EUA, China e a União Europeia) por décadas -se é que isso acontecerá algum dia.

Exatamente por isso, o país precisa abordar seus dilemas estratégicos. "Se o Brasil alcançará "impacto sistêmico" -a habilidade de influenciar significativamente a ordem global- terá de fazer isso não por meio da acumulação inexorável de peso geopolítico, mas pela qualidade de sua diplomacia."

Fonte: Folha
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União Europeia reafirma urgência de cooperação militar dentro do bloco

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A União Europeia tem dificuldade de se integrar em termos militares. Mas a necessidade de economizar começa a mover os políticos a pensar em reformas. Muitos cogitam até um Exército europeu.

Os ministros da Defesa da União Europeia estão ponderando como utilizar as atuais limitações econômicas como uma chance. Em um encontro realizado em Gent, na Bélgica, o conselho de ministros europeus reiterou, nesta sexta-feira (24/09), a importância da cooperação no setor militar.

"Precisamos desenvolver uma visão política e chegar a um consenso sobre como cooperar e como desenvolver nossas capacidades comuns de forma eficiente", declarou o ministro belga da Defesa, Pieter de Crem, atual presidente do Conselho.

No entanto, falar é mais fácil que fazer. No que se refere à defesa, os países-membros da UE mantêm uma orientação bastante nacional, conforme aponta o ministro alemão Karl-Theodor zu Guttenberg: "Podemos perseguir a meta de nos integrarmos mais, o que já está acontecendo. Mas também precisamos ver os limites desse plano; e os limites muitas vezes são os obstáculos nacionais."

No caso da Alemanha, por exemplo, qualquer operação militar da qual o país participe precisa ser aprovada anteriormente pelo Bundestag, a câmara baixa do Parlamento. Isso também acontece em outros países europeus. Segundo Guttenberg, essa necessidade de aprovação por parte do Parlamento em relação a assuntos militares, apesar de ser importante, também pode se tornar um obstáculo quando se pensa em amplliar as capacidades europeias.

Divisão de tarefas militares ainda é tabu

Após a Alemanha ter retirado do Afeganistão seus aviões de esclarecimento do tipo Tornado, o governo norte-americano pediu que Berlim enviasse para o país asiático uma reserva estratégica de 350 treinadores. Guttenberg recusou o pedido. "Não precisamos reagir a nada", declarou o ministro incisivamente aos jornalistas.

Uma cooperação militar envolve sobretudo projetos armamentistas comuns e uma melhor divisão de responsabilidades. Isso significa que cada país se especializaria numa tarefa, em vez de assumir todas as funções requeridas por uma operação de defesa. No entanto, para muitas nações, isso ainda é tabu.

Liberais por um exército europeu integrado

A visão do Parlamento Europeu, por sua vez, já é bem mais ousada. O deputado Guy Verhofstadt, líder da bancada liberal, lembra que a EU já tem um serviço diplomático comum e propõe que isso se estenda para o campo militar: "Precisamos de uma defesa comum europeia, de um Exército comum europeu. Agora, com a necessidade de os países-membros economizarem, talvez seja o melhor momento para iniciar algo nesse sentido."

Verhofstadt explica que a Europa tem dois milhões de soldados, enquanto os EUA só dispõem de 300 mil. "Acredito que o Exército norte-americano seja mais eficiente do que as forças armadas dos países da UE. Esse é um bom motivo para começarmos a criar um Exército europeu", opina o político belga.

Verdes pela dedicação humanitária

Já Rebecca Harms, colíder da bancada verde no Parlamento Europeu, também apoia uma cooperação militar dentro da UE, mas apenas para operações humanitárias, em caso de graves catástrofes. "Após as experiências no Haiti e no Paquistão, acho que o melhor que a UE poderia fazer é estar mais preparada para intervenções humanitárias", defende ela.

No encontro realizado em Gent, o ministro da Defesa francês, Hervé Morin, alertou que, independentemente das chances de uma cooperação militar na Europa, os países-membros da UE investem muito pouco em defesa.

O cenário que Morin esboça é apocalíptico: segundo ele, mesmo considerando uma cooperação maior entre os países, se as verbas de defesa não aumentarem no bloco, a Europa corre o risco de se transformar, a longo prazo, em um protetorado chinês e norte-americano.

Fonte: Deutsche Welle
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UE planeja acesso universal à banda larga para todos os europeus

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Para manter a competitividade da Europa, até 2013, Comissão Europeia quer cada europeu tenha acesso à internet de banda larga. Transição tecnológica não deve levar a novos monopólios no setor de telecomunicações.

O desenvolvimento tecnológico da internet de banda larga é o “oxigênio digital” para a prosperidade da Europa. Esse é o prognóstico da comissária europeia para a Agenda Digital, Neelie Kroes, que apresentou, nesta segunda-feira (20/09) em Bruxelas, novas propostas para impulsionar o setor.

O objetivo da União Europeia (UE) é garantir a seus cidadãos, até 2013, acesso universal à internet de banda larga. Nos últimos anos, o crescimento econômico da UE ficou atrás dos Estados Unidos, Japão e China. Para a Comissão Europeia, o setor dos serviços online virou um campo de batalha na luta para reconquistar a competitividade da Europa.

Acesso restrito

Os serviços de banda larga têm um alcance que vai da internet à televisão, incluindo videoconferências e diagnóstico remoto. E a Europa tem a maior concentração de banda larga do mundo, mas apenas 25% dos europeus têm esse tipo de conexão, segundo a comissária Neelie Kroes.

E o resto do mundo está recuperando terreno, alerta Kroes: “E eu não posso ficar sentada, esperando que nossas empresas sejam capazes de concorrer com outras companhias, por exemplo, da Ásia, onde a internet é cem vezes mais rápida do que a nossa.”

Custo alto

A comissária almeja que, em três anos, cada europeu tenha acesso a uma conexão de banda larga padrão. Até 2020, pelo menos metade dos domicílios deverá ter acesso a conexões de altíssima velocidade. Até lá, há muito o que ser feito – e a demanda está principalmente em zonas rurais. Para as companhias privadas, os altos investimentos em instalação de fibra óptica geralmente não valem a pena em tais regiões.

Segundo a comissária, os custos em todo o território europeu podem chegar a 200 milhões de euros – ou mais. “E precisa ficar claro que não se encontrará investidor, caso as condições não sejam seguras”, adicionou Kroes.

Deutsche Telekom

A Comissão Europeia, em cooperação com os Estados-membros e com o Parlamento Europeu, vai trabalhar para alcançar tais condições. No caso, trata-se de encontrar um equilíbrio: os ganhos precisam ser altos o suficiente, para que os investidores se sintam atraídos. E o dinheiro está principalmente nas mãos das grandes empresas.

“A Europa precisa de incentivos de investimentos e concorrência, para que as redes sejam modernizadas. Apesar de as empresas de telecomunicação precisarem fazer grandes investimentos, não podemos correr o risco de que essa transição fundamental leve a novos monopólios”, defendeu Neelie Kroes.

Por essa razão, empresas detentoras de semi-monopólio, como a Deutsche Telekom, terão que fazer concessões e abrir as redes de fibras ópticas para os concorrentes, sobretudo por um preço que justifique os altos custos dos investimentos.

Como serão balanceados, na prática, os incentivos aos investimentos e à concorrência dependerá das agências reguladoras nacionais. Segundo Neelie Kroes, a ajuda estatal a esses grandes projetos será permitida desde que não distorça a competitividade europeia.

Fonte: Deutsche Welle
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Amorim sinaliza mediação de paz entre Síria e Israel

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O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, indicou hoje que o Brasil está mediando o processo de paz entre a Síria e Israel, após encontro com o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, atual presidente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

Ele lembrou que tem tratado da questão em visitas recentes aos dois países, mas evitou o rótulo do País como mediador. Amorim disse que não daria detalhes sobre o tema, pois "depois o jornal vai dizer que Brasil quer ser mediador", mas admitiu que o "Brasil está disposto a ajudar no que puder ajudar".

O chanceler está em Nova York desde a semana passada por causa da 65ª Assembleia Geral da ONU, que não contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva este ano, e esta semana segue com reuniões bilaterais.

Amorim disse, citando um conto de Molière, que o Brasil pode estar sendo mediador na questão entre sírios e israelenses sem ter realmente a intenção de assumir esse papel. "Às vezes, a gente descobre que está mediando sem saber que está", explicou.

Fonte: Estadão
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FMI torna obrigatório exame do sistema financeiro do Brasil e mais 24 países

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O FMI (Fundo Monetário Internacional) anunciou nesta segunda-feira que está tornando obrigatório para 25 países-- entre eles, o Brasil--, um exame regular da saúde de seu sistema financeiro.

Segundo regulamento do FMI, todos os 187 países membros do fundo passam por um "check-up da saúde econômica anual", já que, até o momento, era realizado apenas com o consentimento dos Estados.

Agora, a mais alta instância de decisão do FMI, seu conselho de administração, votou para tornar obrigatórios os "programas de avaliação do setor financeiro" para os países considerados os mais importantes do sistema mundial, anunciou o fundo em comunicado.

O FMI informou que a escolha das 25 economias foi baseada "no tamanho de seus setores financeiros e suas conexões com os setores financeiros em outros países".

Trata-se dos maiores países desenvolvidos, entre eles o conjunto dos membros do G7 e os 12 países da Europa ocidental, assim como Austrália, economias asiáticas recentemente desenvolvidas (Coreia do Sul, Hong Kong, Cingapura) e emergentes (Brasil, China, Índia, México, Rússia e Turquia).

Esses relatórios foram criados a partir da crise asiática de fim dos anos 1990, com o objetivo de detectar eventuais desequilíbrios que surgirem em algum país em particular. Os primeiros datam de 2001.

Até agora, esses exames eram voluntários. Os Estados Unidos, país de origem da crise financeira mundial que explodiu em 2007, apenas submeteu-se a esses relatórios no fim de 2009.

O conselho de administração do fundo não decidiu ainda qual deverá ser a periodicidade desses relatórios, apesar de a direção do FMI ter proposto redigir um a cada três anos.

PAÍSES

Os 25 Estados que passarão pelo exame extra anunciado hoje são: Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Cingapura, China, França, Alemanha, Hong Kong, Índia, Irlanda, Itália, Japão, Luxemburgo, México, Holanda, Rússia, Coreia do Sul, Espanha, Suécia, Suíça, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos.

Fonte: France Presse
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Israel sofre críticas de países islâmicos em comissão da ONU

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Países islâmicos e seus aliados criticaram duramente Israel nesta segunda-feira no Conselho de Direitos Humanos da ONU, após a divulgação de dois relatórios com críticas à atuação do Estado judeu.

Os 47 países do Conselho são escolhidos por critérios de representação geográfica, o que faz com que os Estados islâmicos e seus aliados formem maioria. Israel, que não faz parte do órgão, acusou-o de ser "obsessivamente tendencioso" contra si, ao mesmo tempo em que ignora flagrantes violações aos direitos humanos em países como Irã, Coreia do Norte, Zimbábue e República Democrática do Congo.

A Turquia, que nos últimos meses passou de aliada a crítica de Israel, disse ao Conselho que o Estado judeu "tem de pôr um fim à sua cultura de violência". A Líbia, recentemente eleita para o órgão, sugeriu que os líderes israelenses sejam levados a julgamento por crimes de guerra.

Opiniões semelhantes foram manifestadas por outros países integrantes da Organização da Conferência Islâmica -- Paquistão, Irã, Síria, Egito, Argélia e países do Golfo - e também pela Nigéria.

A Autoridade Palestina disse que "o sangue das vítimas" está manchando Israel.

O Conselho sugeriu uma resolução -- com aprovação quase assegurada -- pedindo que a ONU continue vigiando a investigação israelense sobre o conflito na Faixa de Gaza.

Os dois relatórios apresentados à entidade contêm informações sobre como Israel e os palestinos reagiram a um apelo anterior da ONU para que investigassem abusos na guerra de 2008-09 na Faixa de Gaza, e com relação à ação militar israelense contra ativistas que tentavam chegar de barco a Gaza, em maio deste ano.

Ambos os relatórios foram produzidos por trios de juristas independentes nomeados pelo Conselho. Israel recusou-se a cooperar ou permitir que os participantes visitassem o país, alegando que a avaliação seria distorcida por preconceitos.

Um dos relatórios, sobre a invasão israelense a Gaza em 2008, diz que as investigações de Israel sobre o comportamento das suas tropas não foram transparentes nem convincentes.

O outro texto, sobre o incidente em águas internacionais, rejeitou as alegações israelenses de que os ativistas estavam armados ou ameaçaram a vida dos soldados que abordaram as embarcações. Nove ativistas morreram no incidente, e o relatório diz que alguns deles parecem ter sido vítimas de execuções sumárias.

Israel já rejeitou tais acusações anteriormente, e seu embaixador Aharon Leshno Yaar disse na segunda-feira que os mandatos para as investigações "pré-determinaram a responsabilidade de Israel" e demonstraram o preconceito do Conselho contra o país.

Fonte: Reuters
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Estudo aponta que questões sociais são fonte de extremismo

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Extremistas de todas as colorações desde os anarquistas munidos de coquetéis molotov, passando por terroristas islâmicos até skinheads neonazistas têm algo em comum, afirma o estudo "Extremistas sob a Perspectiva Biográfica", idealizado pelo Departamento Federal de Investigações na Alemanha e realizado em cooperação com o Instituto de Pesquisa Social e Consultoria Política (RISP) da Universidade de Duisburg-Essen.

Para os jovens radicais, fatores de ordem social são mais determinantes do que convicções políticas. Os pesquisadores responsáveis entrevistaram 39 extremistas políticos entre dezembro de 2004 e dezembro de 2008 e detectaram diversas semelhanças entre suas biografias. A maioria dos entrevistados encontra-se hoje na prisão.

Aparentemente, diz o estudo, as ideologias dos entrevistados não poderiam ser mais díspares. No entanto, a convicção política acaba sendo um fator de segunda ordem no processo de radicalização, analisam os pesquisadores.

Desejo de inclusão

Os jovens, de acordo como o estudo, são mais atraídos pelo sentimento de pertencimento a um grupo do que por pontos de vista políticos, diz Thomas Kliche, pesquisador na área de Psicologia e Política da Universidade de Hamburgo.

"A ideologia ocupa um lugar muito secundário nas biografias desses extremistas. Nessa idade, eles nem ao menos compreenderam o alcance dessas ideias. Eles apenas sentem que o grupo os elogia, dizendo que são bons e fortes", descreve Kliche.

No entanto, acentua o pesquisador, nem todo jovem é suscetível ao fascínio da identidade grupal. Entre os entrevistados para o estudo do BKA, praticamente todos vinham de famílias com problemas e, por isso, desenvolveram um interesse exacerbado pelo grupo social nos quais circulam.

"Muitos infratores vêm de lares destruídos ou suas famílias não estão em condições de dar a eles o sentimento de segurança, calor humano, a sensação de serem bem-vindos. É aí que entra o grupo na jogada", afirmou o pesquisador à Deutsche Welle.

Extremismo por acaso?

O estudo detectou que muitos dos entrevistados, além de terem famílias com sérios distúrbios emocionais, tentam se integrar à sociedade por outros caminhos. Na maioria dos casos, eles interromperam a vida escolar ou a formação profissional ou foram mal-sucedidos nesses âmbitos, o que faz com que tenham necessidade de compensar suas deficiências.

De acordo com o estudo, a identificação de uma pessoa com uma ideologia extremista em particular depende mais do acaso do que de sua tendência para determinada convicção política. Religião e política são, para os entrevistados, irrelevantes, ao contrário de aspectos sociais como solidariedade ou apoio emocional.

Não raras vezes, a ânsia de pertencimento ou integração a determinado grupo leva à violência e ao abuso de drogas. A maioria dos entrevistados já havia demonstrado comportamento delinquente antes de se aliar à cena radical em questão, levando o autor da pesquisa a concluir que os chamados "crimes politicamente motivados" muitas vezes não têm, de fato, uma motivação ideológica real.

Fonte: DEUTSCHE WELLE
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Os cronistas das bombas

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A força de uma explosão arremessou um homem e sua câmera para dentro de uma vala.
Assim que ele se levantou, uma segunda onda o derrubou de novo.Em seguida veio a radiação.

Embora muitos dos cientistas que fabricaram bombas atômicas durante a Guerra Fria tenham ficado famosos, os homens que filmavam o que acontecia quando essas bombas eram detonadas formavam uma divisão secreta.

Sua existência e a natureza de seu trabalho surgiram das sombras apenas quando o governo federal iniciou, 12 anos atrás, um esforço centralizado para tornar públicos seus filmes.

No total, eles produziram 6.500 filmes secretos, segundo autoridades federais.Hoje, o resultado é uma enxurrada de imagens ardentes em televisões e telas de cinema, além do crescente conhecimento público a respeito dos produtores.

As imagens estão sendo "cauterizadas no imaginário das pessoas", disse Robert S. Norris, autor de "Racing for the Bomb".Elas trazem o testemunho, segundo ele, "de um poder extraordinário e aterrorizante".

Dois novos documentários, "Countdown to Zero" e "Nuclear Tipping Point", apresentam imagens de arquivo das explosões.Os dois sustentam que a ameaça do terrorismo atômico está aumentando e que isso pede pelo fortalecimento das proteções nucleares - e, em última análise, a eliminação dos arsenais no mundo todo.

Quanto aos operadores de câmera, não restaram muitos deles."Diversos morreram de câncer", afirmou George Yoshitake, de 82 anos e um dos sobreviventes, sobre seus colegas."Não há dúvida de que houve relação com os testes".

Os produtores focavam em explosões de testes nucleares conduzidos no Pacífico e em Nevada.Uma cerca eletrificada protegia seu quartel-general em Hollywood Hills.O discreto prédio, na Avenida Wonderland, em Laurel Canyons, tinha um estúdio de som, salas de projeção, laboratórios de processamento, equipamentos de animação e uma equipe de mais de 250 produtores, diretores e operadores de câmera - todos com habilitações máximas de segurança.

Quando originalmente feitos, os filmes serviam como fontes vitais de informação para cientistas que investigavam a natureza das armas nucleares e seu poder de destruição.
Alguns filmes também eram usados como tutoriais para líderes federais e do congresso. Hoje, controladores de armamentos veem os velhos filmes como estudos numa dedicada paranoia.

"Eles têm uma linguagem bastante estranha", disse Mark Sugg, produtor de filmes no World Security Institute, um grupo privado de Washington."Você e eu ficaríamos horrorizados com uma bomba de hidrogênio vaporizando um local que costumava ser um paraíso.Mas eles têm um homem se vangloriando disso".

Um livro de 2006, "How to Photograph an Atomic Bomb" (como fotografar uma bomba atômica, em tradução livre), explora a natureza da secreta operação desses operadores de câmera, com páginas cheias de fotos e diagramas técnicos que antes eram confidenciais.

"Eles são como patriotas não-reconhecidos", afirmou Peter Kuran, autor do livro e cineasta de efeitos especiais em Hollywood."As imagens que eles capturaram serão, por muito tempo, uma fotografia de como era nosso século passado".

Após inaugurar a era nuclear, lançando duas bombas atômicas no Japão na Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos se empenharam em expandir seu arsenal nuclear. Novos projetos exigiam detonações de teste, para garantir que eles funcionavam devidamente.Entre 1946 e 1962, o país realizou mais de 200 explosões atmosféricas.

A unidade secreta de filmagem, criada em 1947 pelo exército, era conhecida como Lookout Mountain Laboratory.O laboratório, que fica a apenas alguns minutos da Sunset Strip, usava o talento e a tecnologia de Hollywood para buscar seus objetivos clandestinos."Os vizinhos suspeitavam de algo, pois as luzes ficavam acesas a noite toda", disse Yoshitake.

Historiadores de filmes dizem que a unidade testou muitas tecnologias posteriormente adotadas por Hollywood, incluindo lentes e câmeras avançadas, filmes e técnicas de projeção.Os operadores de câmera partiam para os locais de testes do governo, no sul do Pacífico e no deserto de Nevada, com a função de registrar a fúria de uma era. Isso os colocava muito perto das explosões, às vezes a 3,2 quilômetros.

Os registros visuais ajudavam os cientistas em tudo, desde estimar o tamanho das detonações nucleares até mensurar seu poder destrutivo.Cidades falsas eram dizimadas pelas chamas.

Yoshitake se lembrou de documentar o que a explosão fazia a porcos - cuja pele se parece à dos humanos.

"Alguns ainda estavam guinchando", disse ele."Dava pra sentir o cheiro da carne queimando.Era nauseante.Eu pensava, 'Que coisa horrível, se fossem seres humanos eles teriam sofrido terrivelmente'".

Os operadores de câmera tinham de apenas testemunhar, e não fotografar, suas primeiras explosões de bombas de hidrogênio, que eram aproximadamente mil vezes mais fortes que as explosões atômicas.O objetivo era fazê-los se acostumarem ao nível de violência.

"O brilho púrpura no céu - aquilo era tão assustador", contou Yoshitake."E nós nem estávamos perto, a cerca de 30 quilômetros.Aquilo preenchia todo o céu".

Estrelas de Hollywood aparecem em alguns dos filmes. Reed Hadley, ator do programa de televisão "Racket Squad", dos anos 50, atuou como um observador militar que, em 1952, testemunhou a primeira explosão de hidrogênio do mundo."Como você pode imaginar, as emoções estão a toda", disse ele, a bordo de um navio de guerra no Pacífico."E há motivos para isso.Se tudo sair conforme o planejado, logo veremos a maior explosão já realizada na face da terra".

Autoridades de Washington viram muitos dos filmes.Membros do congresso, que controlava a apropriação de fundos atômicos, tinham exibições especiais.Alguns dos melhores espetáculos eram armados para o congresso, lembrou Charles P.Demos, ex-autoridade de classificação do Departamento de Energia, que administra o programa de armas nucleares do país."Eles provavelmente afetaram grande parte das decisões".

A protegida operação perdeu sua matéria de estudo em 1963, quando as superpotências concordaram em mover todos os testes nucleares para o subterrâneo, encerrando o espetáculo das explosões atmosféricas - e o que os governos passaram a considerar como um sério risco à saúde humana, a queda de radiação residual.

Em 1997, Hazel R. O'Leary, secretário de energia no governo de Bill Clinton, tentou acabar com a confidencialidade dos antigos filmes.Numa coletiva de imprensa, O'Leary chamou o arquivo de "uma coleção de tesouros" e prometeu liberá-los depois que eles fossem submetidos a quaisquer edições necessários por questões de segurança nacional.

Especialistas nucleares dizem que o formato e tamanho de uma bomba - especialmente a de hidrogênio - podem revelar segredos de projeto.

O objetivo do departamento era tornar públicos pelo menos 20 filmes por mês, e completar o processo de liberação dentro de cinco a sete anos.

No final de 1997, um evento em Hollywood no Instituto Americano de Filmes homenageou os produtores e envolvidos.Estavam presentes algo em torno de duas Dúzias dos sobreviventes."Você tinha de ter as câmeras gravando antes da detonação", disse Douglas Woods, um diretor de fotografia de 75 anos, a um repórter durante a reunião. Caso contrário, segundo ele, o clarão ofuscante "queimaria o filme e emperraria a abertura da câmera". Kuran, o cineasta, organizou e filmou o evento em Hollywood. Impressionado com a habilidade e coragem dos envolvidos, ele misturou as filmagens do evento com imagens liberadas das bombas para produzir "Atomic Filmmakers" (cineastas atômicos), um vídeo vendido em seu site, www.atomcentral.com.

As liberações pararam em 2001.A entrada da administração Bush, e uma epidemia de tensão atômica após os ataques terroristas em Nova York e no Pentágono, se juntaram para gerar o fim do programa. Hoje, o Departamento de Energia diz ter divulgado publicamente algo em torno de 100 filmes do vasto arquivo, que é controlado pelos militares. "O que você vê é o que temos", disse Darwin Morgan, porta-voz do departamento em Las Vegas.Uma página no site do departamento possui links para clipes dos filmes que os visitantes podem visualizar gratuitamente, e vende versões completas por US$10 mais o frete.O site os classifica como "uma documentação eterna e assombrosa do poder e da destruição das armas nucleares".

Muitos estão disponíveis gratuitamente no YouTube, basta buscar por "declassified U.S.nuclear test film".

Kuran continua trabalhando sobre os filmes antigos, usando metologias de alta tecnologia para aprimorar sua definição e restaurar imagens desbotadas."Ele arruma as coisas pixel por pixel", disse Sugg, do World Security Institute."Ele é daqueles fanáticos por qualidade"."Minha paixão é encontrar maneiras de arrumá-los", disse Kuran numa entrevista."O objetivo principal é não perder algo que precisa ser preservado.Eu duvido muito que eles irão lançar novamente essas bombas na atmosfera".Entre os espectadores está o presidente Barack Obama.

Em abril, ele organizou uma projeção de "Nuclear Tipping Point".O documentário traça o perfil de um grupo bipartidário de ex-autoridades que estão promovendo uma visão do mundo livre das armas nucleares - um objetivo em linha com as políticas do próprio Obama.

Yoshitake, o operador de câmera, disse que a liberação e a restauração das imagens eram desenvolvimentos saudáveis, pois sua divulgação aumentava o conhecimento público sobre a ameaça nuclear."Mostrar o horror é uma boa coisa", afirmou ele.E ele imagina - agora que a Guerra Fria não existe mais - por que as nações avançadas ainda retêm mais de 20 mil das armas mais mortais entre todas."Realmente precisamos de todas essas bombas?" perguntou Yoshitake."Isso é assustador".

Fonte: New York Times
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