quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Técnicos brasileiros vão ajudar na perícia do acidente


Avião fabricado no Brasil, com 96 pessoas, sai da pista após o pouso e se incendeia. Acidente deixa 43 mortos e 20 feridos, três deles com gravidade. Técnicos da empresa viajam para ajudar na investigação.

Um avião de passageiros construído pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), com 96 pessoas a bordo, saiu da pista durante a aterrissagem, no nordeste da China, deixando pelo menos 43 pessoas mortos entre os escombros, segundo a agência oficial chinesa Xinhua. Outros 53 ocupantes da aeronave foram resgatados com ferimentos e 20 foram hospitalizados, três deles em estado grave. Até o início da noite de ontem, as autoridades locais não sabiam as causas do acidente.

O Embraer 190 (E-190), com capacidade para até 120 passageiros, é um modelo da nova geração de jatos médios que a empresa brasileira exporta. A aeronave fazia o voo 8387, entre Harbin, capital da província de Heilongjiang, e a cidade de Yichun (veja o mapa). A empresa brasileira não divulgou especificações da aeronave acidentada, mas divulgou nota na qual se solidariza com as famílias das vítimas e informa que enviou técnicos à China para ajudar no esclarecimento da tragédia.

A Embraer já disponibilizou equipe de técnicos que se dirige ao local, com o intuito de apoiar as autoridades Aeronáuticas chinesas na investigação, diz o texto.

De acordo com autoridades da Administração de Aviação Civil da China (Caac, na sigla em inglês), o avião havia decolado de Harbin às 20h51 (9h51 em Brasília). Pouco menos de uma hora depois, às 21h36 (10h36 em Brasília), o piloto teve problemas na manobra de pouso, fazendo com que o aparelho saísse da pista e colidisse, pegando fogo em seguida. Segundo a mesma fonte, o avião transportava 91 passageiros entre eles cinco crianças e cinco tripulantes. Agências internacionais de notícias informaram que havia muita neblina na região de florestas de Lindu, no nordeste da China. Isso poderia ter causado o acidente, fazendo com que a aeronave se partisse em duas partes.

Num primeiro momento, a agência oficial chinesa havia informado que o avião explodira, mas em seguida foi noticiado que antes ocorrera a colisão. Várias equipes de socorro foram enviadas imediatamente ao local do acidente, situado a 150km da fronteira com a Rússia e a 1.500km de Pequim. O vice-diretor do Departamento de Segurança Pública da Província de Heilongjiang, Sun Bangnan, afirmou que incêndio foi prontamente contido e que os corpos foram encontrados em meio aos destroços da aeronave.

Perícia O vice-prefeito de Yichun , Wang Xuemei, foi ao local e informou que, entre os sobreviventes, três se encontravam em estado grave. Como alguns passageiros foram arremessados para fora da cabine no momento do acidente, suas possibilidades de sobreviver eram escassas, explicou Wang a uma emissora de televisão. O governo da China formou uma comissão, presidida pelo vice-premiê Zhang Dejiang e integrada por representantes das áreas de segurança, transportes e saúde e segurança, com a missão de investigar as causas do acidente e determinar medidas para lidar com as consequências. Os peritos esperam obter mais informações quando for encontrada a caixa preta do aparelho.

O aeroporto onde ocorreu o acidente é novo foi inaugurado em 2009 e de pequeno porte.

Ele faz parte do projeto do governo chinês de ampliar a infraestrutura aeroportuária do país, que inclui diversos outros aeroportos em várias províncias.

O de Yichun é usado apenas para voos regionais assim como o avião da Embraer, que não é utilizado em linhas comerciais internacionais.

A Henan Airlines, que até o ano passado se chamava Kunpeng Airlines, é subsidiária da estatal Air China e está sob controle da Shenzhen Airlines.


Modelo faz sucesso no mercado





O Embraer 190 (E-190) é um avião comercial de porte médio, com capacidade para 98 a 114 passageiros, dependendo da configuração interna que pode ser dividida em até duas classes, com duas fileiras de assentos.

Fabricada no Brasil, a aeronave faz parte da família Embraer 170/190 de e-jets, composta por quatro tipos de jatos comerciais com capacidade entre 70 e 122 assentos.

Os jatos dessa família entraram em produção comercial a partir de 2002.

O E-190 se chamava originalmente ERJ-190 (Embraer Regional Jetliner), mas a empresa modificou o nome para não caracterizálo como próprio ex-clusivamente para a aviação regional.

O modelo atinge velocidade máxima de 870km/h, voa à altitude de até 12.500m e tem alcance de 4.448km. Se partir de Brasília, pode viajar para qualquer país da América do Sul sem fazer escalas.

Até 30 de junho, 290 unidades do E-190 haviam sido vendidas em todo o mundo, e a Embraer contava ainda com pedidos para a venda de mais 167. Em 21 de julho, a empresa assinou acordo de US$ 960 milhões (cerca de R$ 1,7 bilhão) para vender 24 jatos (cada um a US$ 40 milhões) à empresa norte-americana Republic Airlines, dona de seis companhias Aéreas.

Em 2008, o governo federal comprou dois E-190, por R$ 211 milhões, para usá-los como aviões presidenciais. A Força Aérea Brasileira (FAB) recebeu o primeiro modelo em 25 de setembro do ano passado e o segundo, em janeiro deste ano. Os dois aviões foram adaptados para abrigar um escritório, um quarto com cama de casal e assentos para 54 passageiros.

A companhia Henan Airlines, dona da aeronave que caiu ontem na China, tem 25 jatos E-190 em sua frota e encomendou mais 25. A região da Ásia e do Pacífico foi responsável por 29% das receitas obtidas pela Embraer em 2009, segundo dados da própria empresa.


Fonte: Correio Braziliense
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