
O Ministério de Defesa do Irã anunciou que as forças militares realizaram um teste bem sucedido com um míssil com sistemas guiados aprimorados para atingir alvos no solo.
O general Ahmad Vahidi não informou quando ou onde o teste foi feito.
O anúncio foi feito um dia antes de começarem as operações na planta de energia nuclear de Bushehr, no sul do país, e pode elevar o temor das potências ocidentais a respeito de mais avanços no arsenal nuclear iraniano, que já pode atingir Israel e outras partes da região.
Os EUA e outras potências acusam o Irã de querer desenvolver armas nucleares, mas Teerã nega, e alega que seu programa nuclear tem apenas fins pacíficos.
Vahidi disse aos adoradores antes das orações desta sexta-feira na Universidade de Teerã que o míssil de combustível líquido --chamado Qiam 1-- tem um sistema de alvo aprimorado, com maior precisão.
"O míssil tem aspectos técnicos novos e uma capacidade tática única", disse o ministro. "Por não ter asas, o míssil tem um grande poder tático que reduz as possibilidades de ser interceptado."
O discurso de Vahidi foi transmitido ao vivo na rádio estatal, e a TV iraniana exibiu imagens do teste em uma área de deserto.
USINA
A primeira usina atômica do Irã, Bushehr, construída por especialistas russos às margens do golfo Pérsico, começará a funcionar neste sábado.
A ligação da usina de 1.000 megawatts de potência acontecerá depois que especialistas russos e iranianos abastecerem a central com o combustível nuclear necessário, informou o escritório de imprensa da agência nuclear russa Rosatom.
O Irã foi alvo de sanções do Conselho de Segurança da ONU e da comunidade internacional, que suspeita que Teerã pretende produzir armamento atômico sob a fachada de um programa nuclear civil.
O chefe da Rosatom, Serguei Kirienko, negou que a imposição de sanções tenha afetado a construção de Bushehr, ao explicar que as duas fases do ciclo nuclear da planta --ao enriquecimento de urânio e à reciclagem do combustível nuclear-- acontecem em território russo.
Com a supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e apesar das críticas dos Estados Unidos, a Rússia forneceu durante os últimos anos ao Irã combustível nuclear com destino a Bushehr.
A Rússia sempre garantiu que a parte iraniana deu garantias escritas adicionais de que o combustível será utilizado exclusivamente na central para a geração de eletricidade.
Além disso, Moscou e Teerã assinaram no início de 2005 um protocolo adicional sobre a devolução à Rússia do combustível nuclear usado na central atômica.
O projeto da central no Golfo Pérsico foi iniciado pela alemã Siemens antes da revolução islâmica de 1979, e interrompido pouco depois do início da guerra Irã-Iraque em 1980. A Rússia retomou a obra, que inicialmente deveria ter sido concluída em 1999.
Bushehr deveria ter começado a funcionar em 2007, foi adiado para 2009 e, em novembro do ano passado, a Rússia anunciou que adiaria a inauguração até este ano, sem explicar os motivos, o que provocou descontentamento em Teerã.
Fonte: Folha
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