sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Analise geopolítica do terrorismo


Em uma analise histórica breve podemos notar que o terrorismo esta inserido no contexto geopolítico de diversas maneiras no último século, agindo de maneiras diferentes, por meio de atores diversos, com interesses diversificados, tais como: Religioso, Separatista, Revolucionário ou de causas sociais. Em geral o terrorismo é conduzido por minorias que não representam um Estado constituído, contra um Estado estabelecido, a fim de desestabilizar, derrubar ou conduzir as ações de determinado Estado a seu favor ou ainda em prol de uma determinada ”liberdade”.

Como bem conhecemos o conceito de liberdade tem diversos sentidos, variando de acordo com a ótica adotada. Tomemos como exemplo a liberdade no conceito ocidental, que é baseada em sua ampla maioria pelo “American way of life” (Estilo de vida americano), que predomina no ocidente. Já na visão oriental Mulçumana, tal liberdade representa a submissão dos povos a sua teocracia, e a preservação das leis do alcorão.

Os conceitos de terrorismo têm origem na França do século XVIII, onde era instrumento para proteger o poder do governo revolucionário. Mas o terrorismo é algo muito complexo para ser definido, devido sua constante mutação e adaptação a novos cenários. Em síntese, o terrorismo é a demonstração violenta de poder, por meios não convencionais, tendo como objetivo abalar a estrutura emocional, social e política por meio da propagação da ameaça de atos violentos, em locais e com alvos que em geral tem pouco ou nenhum valor militar, mas que gera grande comoção pública e repercussão em larga escala.

O uso da estratégia terrorista, não é tão simples como se pode notar pelos exemplos históricos que temos aos montes, pois tal ato exige da organização conhecimento aprofundado das habilidades, riscos e efeitos colaterais desta estratégia, devendo este meio, no caso de organizações não extremistas, ser tido como um último recurso, utilizado apenas quando não restarem outros meios militares de se atingir determinado objetivo estratégico. Como exemplos de organizações de raiz política que lançaram mão deste instrumento estratégico, podemos citar como exemplos: O IRA (Exército Republicano Irlandês) um grupo paramilitar católico e reintegralista, que pretende a separação da Irlanda do Norte do Reino Unido e reanexação à República da Irlanda. E que outrora recorreu a métodos terroristas, principalmente ataques bomba e emboscadas com armas de fogo, e tinha como alvos tradicionais protestantes, políticos unionistas e representantes do governo britânico. Podemos citar também o Sendero Luminoso que foi considerado o maior movimento terrorista do Peru, e está entre os dois maiores grupos de ação da América do Sul, seu objetivo era o de superar as instituições burguesas peruanas por meio de um regime revolucionário e comunista de base camponesa, utilizando-se do conceito maoísta de Nova Democracia. As FARC (Forças Armadas Revolucionárias Colombiana) que é um movimento de guerrilha, mas é considerada uma organização terrorista pelo proprio governo da Colômbia, pelo governo dos Estados Unidos, Canadá e pela União Européia. Opera mediante uso de métodos terroristas e de táticas de guerrilha. Lutam pela implantação do socialismo na Colômbia mas que ao longo de sua existência perdeu seu foco e hoje é tido como uma organização apoiada no narcotráfico que corrompeu seus “valores”.

O terrorismo pode ser definido como uma organização centralizada ou que opera de modo descentralizado por meio de células. A introdução de novos meios tecnológicos no mundo moderno influenciou muito a mudança no modus operandi da guerra que faz uso dos meios terroristas. Internet, transmissões em tempo real, Mídias acessíveis, ajudaram sobre maneira na expansão do terrorismo transnacional, levando a ameaça, em geral extremista de cunho religioso, a qualquer ponto do planeta, como nunca antes. Hoje o terrorismo pode infligir ataques obtendo maior publicidade e atingindo de forma mais devastadora e cruel, chamando a atenção direta do cidadão e do Estado sob ataque e a repercussão mundial de sua causa.

A grande dinâmica do terrorismo envolve não apenas sua capacidade operacional, mas como obtém recursos para manter suas operações. Tais recursos podem provir de apoio por parte de Estados com interesse na desestabilização política ou econômica que ira surgir em conseqüências dos atos de determinado grupo terrorista, pode ser financiado por empresas ou pessoas que compartilham da “causa”, corrupção governamental, tráfico de Drogas dentre diversos outros meios. Pois um movimento que vier a ser privado de seus recursos, logo não terá mais como manter suas ações e sufocara.

Outro ponto que é determinante para qualquer ação terrorista/antiterrorista, é a capacidade de gerir uma rede de “inteligência”, em ambos os lados, pois essa rede é primordial para obter dados sobre os alvos a serem atacados e os meios necessários para se ter uma ação eficiente em ambas as operações (terrorismo/antiterrorismo).

Considerações importantes

O terrorismo exibe uma característica muito peculiar, com respeito aos resultados obtidos, é muito difícil precisar se uma ação é considerada um sucesso devido aos efeitos colaterais, como exemplo podemos citar o maior ataque terrorista da história, o ataque ao WTC (World Trade Center) em 11 de setembro de 2001, que em um primeiro estágio atingiu seu objetivo com sucesso, mas tal ação desencadeou uma onda de ataques a suas bases, conduzida pelos EUA e denominada de “Guerra ao Terror”, destituindo do poder o Talibã no Afeganistão, principal base de operações da maior organização terrorista Extremista a Al Qaeda, e fazendo com que seu líder Osama Bin Laden, assim como seus colaboradores adotasse esconderijos para escapar da reação americana.

Já olhando pela ótica dos Estados, é muito difícil determinar ações de combate a tais ações, uma vez que a cada dia que passa tais organizações tornam-se cada vez menos visíveis ao Estado constituído, devido a sua capacidade de circular de um Estado a outro sem deixar rastros suficientes que levem a uma ação eficiente de combate ao terrorismo, e ainda leva-se em consideração que tais atos hoje são predominantemente lançados por organizações ditas Jihadistas, que tem como objetivo extinguir o Estado de Israel e se opor ao intervencionismo americano e de seus aliados, levando o mundo à incerteza e ao caos gerado pelas ações terroristas. Nesta caso deixo claro que os movimentos terroristas separatistas e de cunho político, não se enquadram nesta denominação, mas passam a receber atenção por parte do atores do cenário geopolítico mundial, como na Colômbia, onde o governo dos EUA vai fincar bases militares como intuito de combater o narco/terrorismo das FARC e cortar os canais de incentivo aquela organização por parte de outros Estados legítimos da região, como exemplo, o possível apoio da Venezuela a tal movimento.

Outra importante faceta do terrorismo que vejo como importante abordar neste artigo, trata do terrorismo movido pelo Estado contra o próprio Estado, não com intenção de desestabilizá-lo, mas como meio de conquistar apoio da massa a determinada medida ou ação perpetrada pelo Estado, usando o terrorismo como condutor das vias necessárias.
Como exemplo podemos analisar uma situação que até hoje me deixa com sérias dúvidas sobre a real concepção dos atentados ocorridos no fatídico 11 de Setembro de 2001. Pois é evidentemente difícil de acreditar que os olhos e ouvidos dos órgãos de segurança dos EUA não obtiveram qualquer indício que desencadeasse uma ação antiterrorista que mesmo não evitando tal ataque poderia ter reduzido a grandiosidade alcançada, além de restar algumas pontas soltas, como por exemplo, o avião que atingiu o Pentágono, não houve vestígios que indicassem que uma aeronave comercial atingiu o prédio, pois não havia pedaços visíveis da aeronave, o que é comum de haver neste tipo de desastre, e o fato de justamente atingir uma área vazia do prédio, algo que deixa no ar muitas perguntas não respondidas mesmo após tantos anos. Só para efeito de comparação o Airbus da TAM que atingiu em congonhas o prédio da empresa e explodiu, deixou vários destroços, além de diversos outros acidentes que podemos citar.

Finalizando esta apresentação, é obvio que o terrorismo é um meio estratégico com o qual diversos Estados constituídos vão se deparar por toda a história da humanidade, por motivos simples: é um movimento dissimulável, opera com poucos recursos e obtém resultados expressivos de repercussão bem maior que atos militares convencionais, que demandam um alto custo e complexidade operacional, além de serem facilmente neutralizado em comparação as ações terroristas.

Autor: Angelo D. Nicolaci (GeoPolitica Brasil)
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1 comentários:

  1. Parabéns Angelo!
    Até hoje eu não engoli o ataque ao pentágono, e muito menos que as agencias de segurança não sabiam de nada, mesmo porque meses depois foi divulgado que a cia tinha indícios de que ia acontecer algo.

    Vale lembrar algo importante, quem financiou a campanha do Bush, foram empresas bélicas.....
    E quando tem $$$$$$ na parada, as pessoas vendem a "mãe" quem dirá terrorismo contra o próprio estado.

    abraço, bom fds

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