sexta-feira, 30 de julho de 2010

China ameaça lugar da Alemanha como fornecedor de máquinas no País


A China deve ocupar o segundo lugar dentre os fornecedores de máquinas e equipamentos ao Brasil, até o fim de 2010. O país asiático ultrapassará a Alemanha e deverá começar a incomodar o primeiro colocado, os Estados Unidos. Está é uma das grandes mudanças no cenário do setor de máquinas e equipamentos nacionais. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o setor está ganhando cada vez mais um perfil de montador, e deixando, por razões de custos de produção e tributação, o lugar de fabricante.

Para o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, as indústrias têm de se preparar para o "furacão" que é a China, pois o país possui incentivos para manter a sua posição de destaque no mercado internacional. "Há cinco anos, eles estavam entre os dez maiores fornecedores da indústria nacional, hoje são o terceiro e, até o fim do ano, deve bater a Alemanha e ficar em segundo lugar", disse.

A preocupação com a chegada das importações chinesas se agrava à medida que o Brasil exporta cada vez menos, tornando a balança comercial desfavorável para o País. "Na comparação com os números de 2008, antes da crise, as exportações de maquinas brasileiras caíram 24,6% e as importações tiveram aumento de 6,6%", afirmou o presidente da entidade.

Em 2010, o setor exportou US$ 4,04 bilhões, alta de 6,5% sobre os seis primeiros meses de 2009. As importações foram de US$ 10,6 bilhões, avanço de 14,6% ante a primeira metade de 2009.

Para Aubert Neto, a elevação das importações dificulta ainda mais a recuperação do setor. "As importações de equipamentos chineses cresceram 57,6 no primeiro semestre de 2010. E como são produtos de baixo valor agregado e menor custo em relação ao produto brasileiro, eles afetam em demasia o mercado nacional", afirmou o presidente da Abimaq.

O país asiático tem uma participação de 11,7% das importações do Brasil nesse segmento; a Alemanha tem 12,5%, e os Estados Unidos, 26,2%. "No primeiro semestre, o faturamento do setor foi de R$ 33,9 bilhões, o que representa um crescimento de 13, 2% no período", afirmou o presidente da Abimaq.

A China deve ocupar o segundo lugar dentre os fornecedores de máquinas e equipamentos ao Brasil até o final de 2010. O país asiático ultrapassará a Alemanha e deverá começar a incomodar os Estados Unidos.

Fonte: DCI
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