sábado, 26 de junho de 2010
Sanções da ONU deixarão Irã mais unido e resistente
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GBN News
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Ao celebrar as tradicionais orações muçulmanas de sexta-feira no campus da Universidade de Teerã, o líder religioso Hojjatoleslam Kazem Sediqi condenou as sanções impostas ao Irã pela ONU e disse que as medidas são ineficientes e devem tornar o país mais unido e resistente, informou a agência estatal Irna.
De acordo com o líder a recente aprovação de uma quarta rodada de sanções no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) -- que impõem punições à República Islâmica -- demonstram que a organização "não existe".
Sediqi disse ainda que o órgão que aprovou as medidas é um "Conselho Anti-Segurança".
"A nação, que confia em Deus todo-poderoso e mantém uma revolução cujo objetivo é reavivar a ideologia religiosa, não só resistirá a tais sanções mas ficará mais unida e resistente, disse o líder, citado pela Irna.
Para o clérigo as sanções não são "novidade" para Teerã.
Falando ao Ocidente, o líder indicou que as potências subestimam o poder da Revolução Islâmica.
"Talvez vocês não tenham identificado bem a nação iraniana porque não prestaram a mínima atenção (...), especialmente quando nossas forças militares e nossa cultura estiveram, sob o seu controle. Apesar disso, esta nação, liderada pelo falecido Imã [o aiatolá Khomeini], expulsou vocês do país e fundou um governo religioso", afirmou durante seu sermão.
Sediqi relembrou as duras condições enfrentadas pela República Islâmica após a revolução e disse que durante a época a nação não temeu os oito anos da guerra com o Iraque (1980-88), os ataques químicos e as "brutais invasões", e que por isso as sanções atuais a ONU "não serão eficientes".
Sanções adicionais dos EUA
Ainda na quinta-feira a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou sanções unilaterais severas para pressionar os setores bancário e energético do Irã. O Senado já tinha aprovado o projeto de lei mais cedo. A medida agora segue para ser assinada pelo presidente Barack Obama e tornar-se lei.
A proposta foi aprovada por 99 votos a 0 no Senado, e 408 a 8 na Câmara dos Representantes.
O Congresso quer pressionar Teerã a suspender seu programa nuclear. Washington suspeita que o programa tenha como objetivo a fabricação de uma bomba atômica, mas o Irã nega a acusação.
Os políticos dos partidos Republicano e Democrata vêm tentando aumentar as sanções ao Irã. Apesar da aprovação de medidas mais duras pelo Conselho de Segurança da ONU e da União Europeia nas últimas semanas, os legisladores americanos acham que elas não foram duras o suficiente.
Empresas americanas já são proibidas de fazer negócios com o Irã ou investir no país persa. Empresas estrangeiras que investem no setor energético iraniano também podem sofrer sanções segundo a lei atual dos EUA, mas nenhuma punição foi aplicada até agora.
A nova legislação penaliza empresas que entregam gasolina ao Irã e instituições bancárias internacionais que estão envolvidas com a Guarda Revolucionaria iraniana, o programa nuclear do país e ajudam supostas atividades terroristas.
Ela privará bancos estrangeiros de acessar o sistema financeiro dos EUA se eles fizeram negócios com os iranianos. Os fornecedores mundiais de gasolina também podem ser banidos do sistema bancário, das transações de propriedade e de câmbio nos Estados Unidos.
Medidas
O Conselho de Segurança da ONU renovou em 9 de junho sua condenação à política nuclear iraniana em uma resolução acompanhada por sanções, a quarta desde 2006.
O governo iraniano afirmou na última sexta-feira (18), em comunicado publicado pela agência Irna, que as sanções recebidas do Conselho de Segurança da ONU são ilegais e deveriam ser revogadas.
De acordo com o órgão iraniano, a aprovação destas sanções adicionais seriam ilegais, pois quebram um artigo do estatuto da ONU e contradizem as regras da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
Às medidas da ONU somaram-se sanções extras aplicadas pelos EUA e pela UE. As medidas proíbem transações de americanos com as entidades listadas, e buscam congelar quaisquer bens que elas tenham sob jurisdição americana. A União Europeia anunciou medidas adicionais semelhantes na quinta-feira (17).
Fonte: Folha
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