quinta-feira, 20 de maio de 2010

Torpedo detona crise entre Coreias


Um torpedo disparado de um submarino da Coreia do Norte afundou uma corveta sul-coreana no dia 26 de março passado, no Mar Amarelo, matando 46 marinheiros, revelou uma investigação internacional sobre o incidente, deflagrando uma nova crise na região.

"As provas nos levam a concluir, de maneira integral, que o torpedo foi disparado por um submarino norte-coreano", disse nesta quinta-feira, em Seul, um membro da equipe de investigação. "Não há outra explicação possível".

Após a divulgação do resultado, o presidente sul-coreano, Lee Myung-Bak, prometeu "medidas enérgicas" contra Pyongyang.

O líder sul-coreano disse por telefone ao primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, que "adotará medidas enérgicas contra a Coreia do Norte", e que conta com a forte cooperação internacional.

"Devemos fazer a Coreia do Norte admitir sua ação e obrigá-la a ser novamente um membro responsável da comunidade internacional", destacou Lee Myung-Bak.

Os Estados Unidos condenaram "energicamente este ato de agressão", acrescentando que a equipe internacional de investigação fez um "trabalho objetivo e científico", segundo o porta-voz da Casa Branca Robert Gibbs.

O presidente americano, Barack Obama, manifestou seus pêsames a Lee Myung-Bak e ao povo sul-coreano pela perda de 46 vidas a bordo da corveta.

A Coreia do Norte reagiu negando qualquer envolvimento no incidente e advertindo para o risco de uma "guerra generalizada" caso sofra sanções internacionais ligadas ao naufrágio.

A Comissão de Defesa Nacional (NDC) da Coreia do Norte qualifica de "invenções" as conclusões da comissão internacional de que um submarino norte-coreano afundou a corveta "Cheonan".

"Vamos adotar medidas enérgicas, inclusive uma guerra generalizada, se sanções forem impostas à Coreia do Norte", prometeu a NDC, presidida pelo número um do regime norte-coreano, Kim Jong-il, segundo a Yonhap.

O comunicado afirma ainda que Pyongyang vai enviar seus próprios especialistas à Coreia do Sul para verificar as provas citadas pelos investigadores internacionais.

Na mesma nota, a NDC chama de "traidor" o presidente sul-coreano, Lee Myung-Bak, que prometeu "medidas enérgicas" contra a Coreia do Norte.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, sul-coreano, se declarou preocupado com a situação.

"O secretário-geral tomou conhecimento dos resultados da investigação sobre o afundamento do navio 'Chenoan' da República da Coreia com tristeza e profunda preocupação", afirma um comunicado divulgado pela ONU.

"Os fatos expostos no relatório são profundamente perturbadores. Na qualidade de secretário-geral das Nações Unidas, acompanhará de perto o desenvolvimento dos acontecimentos", completa o texto.

Já o primeiro-ministro do Japão, Yukio Hatoyama, manifestou apoio à Coreia do Sul e classificou de "imperdoável" o gesto da Coreia do Norte.

No início de maio, os investigadores informaram ter encontrado um fragmento de torpedo nos destroços da corveta, retirados do fundo do mar.

O fragmento de torpedo continha "um tipo de alumínio" que "não existe" na Coreia do Sul, revelou um dos investigadores.

A corveta de 1.200 toneladas "Chenoan" naufragou após explodir e se partir em dois diante da ilha de Baengnyeong, no Mar Amarelo.

Fonte: AFP
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