segunda-feira, 31 de maio de 2010

Na ONU, Israel acusa frota de romper bloqueio e defende soldados


Israel assegurou hoje, perante o Conselho de Segurança da ONU, que os navios com ajuda humanitária buscavam romper o bloqueio a Gaza e que os ativistas a bordo atacaram os soldados, que responderam em legítima defesa.

"Os seis navios da flotilha tentaram romper o bloqueio marítimo de Israel a Gaza. Essa flotilha não estava só em missão humanitária", defendeu o embaixador adjunto de Israel na ONU, Daniel Carmon, que participou da reunião convocada hoje a pedido de turcos, libaneses e palestinos.

O diplomata israelense mencionou várias vezes declarações publicadas na imprensa dos organizadores da operação, como as de Greta Berlin, uma das porta-vozes da missão humanitária.

"Greta Berlin disse na semana passada que o objetivo não era só levar ajuda humanitária, mas também romper o bloqueio", assinalou o representante de Israel, que indicou que "os ativistas agrediram os soldados, que responderam em sua própria defesa".

"Não eram ativistas, nem mensageiros da paz, mas cinicamente" se serviram dessa denominação para tentar romper o bloqueio marítimo, acrescentou Carmon, para quem "o bloqueio é legítimo".

Além disso, qualificou a organização turca IHH de ser um grupo "de radicais antiocidentais que apoiam o Hamas e que têm, entre eles, elementos jihadistas próximos à Al Qaeda".

Segundo ele, "não há crise humanitária em Gaza", e o próprio coordenador especial da ONU para o Oriente Médio, Robert Serry, disse que houve avanços recentemente.

Já o representante palestino perante a ONU, Riad Mansour, pediu uma resposta firme do Conselho de Segurança perante o que qualificou de "massacre", e pediu que os responsáveis sejam levados à Justiça.

O chanceler turco, Ahmet Davutoglu, que participou dos debates no conselho, qualificou o incidente de "assassinato realizado por um Estado" e exigiu ao Governo Benjamin Netanyahu que peça desculpas imediatas pelo ocorrido.

Davutoglu pediu também a abertura urgente de uma investigação internacional, assim como uma ação legal "contra os autores e as autoridades responsáveis", além do fim do bloqueio a Gaza.

Já o embaixador adjunto dos Estados Unidos na ONU, Alejandro Wolff, ressaltou que Washington espera "uma investigação crível e transparente", ao tempo que pediu ao Governo Netanyahu que abra também sua própria avaliação oficial do caso.

Fonte: EFE
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