segunda-feira, 17 de maio de 2010

Lula chega a Madri para discutir acordo comercial entre UE e Mercosul


A União Europeia e o Mercosul retomaram oficialmente nesta segunda-feira as negociações de liberalização comercial entre os países de ambos os blocos, que estavam suspensas desde 2004. Após protagonizar em Teerã as negociações sobre energia nuclear, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou hoje à capital espanhola para participar do encontro.

O interesse em reabrir as negociações sobre a criação de uma zona de comércio livre para os dois blocos, que juntos representam 750 milhões de pessoas, tem aumentado desde o começo da crise financeira global, mas qualquer acordo enfrentaria forte resistência do setor agrícola europeu.

"Reabrimos as negociações porque estamos convencidos de que podemos fazer com que levem a um acordo de parceria ambicioso e equilibrado", disse o presidente do braço executivo da União Europeia, José Manuel Barroso, em coletiva após reunião em Madri. Ele afirmou que ambos os lados teriam que fazer concessões para que um acordo seja fechado.

O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, afirmou, em entrevista coletiva, que a primeira rodada de negociações será realizada até o início de julho. Este acordo "tem um grande potencial econômico e fomentará também nossas relações políticas", assegurou Van Rompuy.

Embora ele tenha ressaltado que os líderes das duas regiões "estão cientes de que é preciso realizar um grande esforço", ressaltou que ambas as partes dão destaque a "esse compromisso para chegar a uma conclusão dessas negociações".

Este seria "o principal acordo comercial da União Europeia", afirmou o chefe do governo espanhol e presidente rotativo da UE neste semestre, José Luis Rodríguez Zapatero. Segundo ele, o pacto teria potencial estimado em 5 bilhões de euros, entre exportações do Mercosul à UE e vice-versa.

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, também participou da entrevista.


Negociações

Quando as negociações foram suspensas, em 2004, os países do Mercosul não estavam satisfeitos com o acesso restrito oferecido aos mercados agrícolas europeus.

Na época, a UE buscava propostas do Mercosul para a abertura de seu mercado de telecomunicações e a proteção de indústrias europeias.

Qualquer acordo hoje deverá envolver um corte nas tarifas de importações agrícolas pela UE, em troca de um maior acesso aos mercados de serviços e telecomunicações do Mercosul.

O ministro da agricultura francês, Bruno Le Maire, reiterou nesta segunda-feira que seu país se opõe a um acordo. Autoridades da UE também afirmaram que, caso haja um acordo, ele não deve enfraquecer os avanços das também suspensas negociações comerciais da Rodada Doha.

Fonte: Folha
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