sábado, 22 de maio de 2010

Irã pode deixar acordo se potências não o reconhecerem


O presidente do Parlamento do Irã, Ali Larijani, afirmou hoje que o país pode deixar o acordo de troca de combustível nuclear firmado com Brasil e Turquia caso as potências mundiais não reconheçam plenamente o tratado. "O Parlamento apoia a Declaração de Teerã em sua totalidade. Se as potências mundiais buscarem considerá-lo parcialmente, esta Casa não irá aceitar isso", disse Larijani, segundo a agência estatal de notícias, Irna. "Não será compatível com a Declaração de Teerã se as potências tiverem demandas extras", acrescentou.

O acordo para que o Irã envie à Turquia metade de seu urânio de baixo enriquecimento em troca de combustível nuclear também reconhece o direito de Teerã de enriquecer urânio para fins pacíficos, segundo uma declaração conjunta divulgada pela mídia iraniana.

Contudo, o Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) demanda a suspensão do programa de enriquecimento de urânio do Irã, enquanto as potências mundiais, lideradas pelos Estados Unidos, também estão buscando sanções adicionais contra Teerã, que se recusa a cumprir essas resoluções.

Os comentários de Larijani ocorrem depois do vice-presidente do parlamento iraniano, Mohammad Reza Bahonar, já ter alertado que o país poderia abandonar o acordo de troca de combustível se o CS aprovasse mais sanções contra a república islâmica por causa do seu programa nuclear.

Teerã nega que tenha por objetivo construir armas nucleares e defende o direito de enriquecer urânio para produzir combustível como signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear. Contudo, o Irã gerou preocupação internacional em fevereiro ao intensificar seu nível de enriquecimento para 20%.

Brasil e Turquia, que estão atualmente entre os 10 membros rotativos do CS, pedem que as potências mundial considerem seu acordo com Teerã e desistam de impor novas sanções contra a república islâmica. O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse hoje que escreveu aos líderes de 26 países dizendo que o acordo resolveria o impasse nuclear com o Irã pela via da diplomacia e negociação.
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