sexta-feira, 21 de maio de 2010

França quer prisão para criador do Concorde por acidente que matou 113


A Promotoria francesa pediu nesta sexta-feira uma pena de dois anos de liberdade assistida para o criador do avião Concorde, Henri Perrier, além de uma multa de 175 mil euros (R$) para a companhia aérea Continental Airlines, no julgamento pelo acidente com o avião supersônico que matou 113 pessoas, em 2000.

O promotor Bernard Farret considerou a companhia aérea americana responsável pelo acidente, no último dia 25 de julho de 2000, perto do aeroporto Charles de Gaulle, em Paris.

A razão, segundo ele, é que um dos aviões da Continental perdeu uma placa de titânio na pista, o que afetou a decolagem do supersônico de propriedade da Air France.

O promotor pediu a condenação de Perrier, por não ter levado em conta erros na concepção do supersônico após incidentes anteriores envolvendo o avião.

A acusação pediu ainda penas de um ano e meio de liberdade assistida para dois dos funcionários da Continental, John Taylor e Stanley Ford --o primeiro por não ter fixado corretamente a lâmina que se desprendeu do avião, e o segundo, por ter validado o trabalho de Taylor.

Durante o julgamento, a Air France, como parte civil no caso, se apoiou nas conclusões das investigações oficiais dirigidas pelo Escritório de Investigação e Análise francês (BEA) e recuperadas pela acusação, segundo as quais a placa desprendida do Concorde provocou o acidente.

A placa destruiu um pneu do supersônico e seus restos perfuraram um dos depósitos do avião, que pegou fogo e danificou os motores deixando o aparelho fora de controle.

Os pilotos tentaram fazer uma aterrissagem de emergência no aeroporto de Le Bourget, também em Paris, mas o supersônico bateu contra o hotel Hotellissimo de Gonesse.

No acidente, morreram cem passageiros do avião, nove tripulantes e quatro pessoas que estavam no hotel.

Depois da catástrofe, a Air France paralisou provisoriamente o uso de seus supersônicos durante 15 meses. Eles voltaram a ser operados, mas foram definitivamente afastados de circulação em maio de 2003, por seus elevados custos.

Fonte: Folha
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