terça-feira, 25 de maio de 2010

EUA dizem achar "estranho" rompimento da Coreia do Norte com a do Sul


A decisão da Coreia do Norte de romper relações com a Coreia do Sul nesta terça-feira (25) surpreendeu o Departamento de Estado americano.

Segundo o seu porta-voz, P.J Crowley, a situação é "estranha" e não serve aos interesses de longo prazo da Coreia do Norte.

"A Coreia do Sul é uma das economias mais dinâmicas no mundo. A Coreia do Norte é uma economia falida, fato que é admitido até por eles mesmos. O país não consegue cuidar de seus cidadãos", disse Crowley.

"Eu não posso imaginar um passo que seja de pior interesse de longo prazo para o povo norte-coreano que cortar relações com a Coreia do Sul", completou o porta-voz.

A Coreia do Sul voltou a usar a chamada "guerra psicológica" contra o governo da Coreia do Norte nesta terça-feira. Os militares usarão transmissões de rádio que incluem música ocidental, notícias e comparações entre os dois países. Eles também pretendem lançar folhetos avisando a população norte-coreana sobre o afundamento do navio da Marinha sul-coreana.

Nas próximas semanas, ainda devem ser instalados alto-falantes e painéis na fronteira que incitarão os soldados norte-coreanos a deserção.

A guerra psicológica do sul foi suspensa há seis anos e sua reativação deve elevar ainda mais a tensão na região. O governo da Coreia do Norte já avisou que responderá militarmente a qualquer ação dos sul-coreanos.

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A Coreia do Norte anunciou nesta terça-feira que irá cortar todas as relações e a comunicação com o governo sul-coreano de Lee Myung-bak, devido às acusações de que Pyongyang seria responsável pelo naufrágio do navio da Marinha sul-coreana Cheonan.

Segundo a agência estatal norte-coreana Yonhap, o Comitê da Reunificação Pacífica da Coreia informou ainda que Pyongyang também irá expulsar todos os sul-coreanos que trabalham em um parque industrial conjunto na cidade fronteiriça de Kaesong.

Anteriormente, a Coreia do Norte já havia cortado relações comerciais com a Coreia do Sul e acusado o país vizinho de violar as fronteiras marítimas entre as duas nações, ameaçando uma retaliação militar caso navios sul-coreanos navegassem em suas águas territoriais.

Em comunicado divulgado pela agência oficial norte-coreana KCNA, um responsável militar da Coreia do Norte, não-identificado, denunciou que "dúzias de navios de guerra" sul-coreanos entraram em águas norte-coreanas do Mar Amarelo (Mar Ocidental) entre 14 e 24 de maio.

A Coreia do Norte não reconhece a chamada Linha Fronteiriça do Norte, a demarcação marítima traçada no fim da Guerra da Coreia (1950-53), por considerar que está muito próxima de sua costa.

Tensão

A Coreia do Sul acusou formalmente na quinta-feira (20) a Coreia do Norte de atacar o navio de sua Marinha, em uma região disputada do mar Amarelo.

Uma investigação internacional sobre as causas do afundamento do Cheonan concluiu na semana passada que um submarino norte-coreano disparou um torpedo contra a embarcação.

O afundamento da corveta de 1.200 toneladas, perto da fronteira marítima com a Coreia do Norte, provocou a morte de 46 dos 104 marinheiros sul-coreanos.

Foi o incidente mais grave ocorrido na disputada fronteira marítima do mar Amarelo entre as duas Coreias desde o fim da guerra entre as duas nações, em 1953.

Fonte: Folha
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