quinta-feira, 1 de abril de 2010
Soldados depõem comandante e detêm premiê na Guiné-Bissau
Uma tentativa de golpe resultou na quinta-feira na breve detenção do primeiro-ministro e no afastamento do comandante militar na Guiné Bissau, ex-colônia portuguesa que se tornou nos últimos anos um importante entreposto no tráfico de drogas da América do Sul para a Europa.
O presidente Malam Bacai Sanha declarou que a situação está controlada, mas há dúvidas sobre a liderança do país, depois que o mesmo grupo de soldados se aliou com o chefe de um aparente golpe fracassado de 2008, contra o falecido antecessor de Sanha.
"A situação já está controlada. Houve um problema entre soldados, o que espirrou no governo civil", declarou Sanha após reunião com os novos funcionários encarregados do Exército.
"Usarei minha influência para encontrar uma solução amistosa para este problema entre soldados", acrescentou o presidente, que vem tomando medidas para tentar restaurar a ordem no país, desde que soldados renegados mataram o presidente João Bernardo Vieira, em março de 2009.
Antes, uma testemunha da Reuters vira soldados armados entrando na sede local da ONU, na cidade de Bissau, e saindo de lá com o ex-comandante da Marinha Bubo Na Tchuto, que havia buscado refúgio no local depois de ser suspeito de liderar uma tentativa de golpe em 2008.
O mesmo grupo de soldados chegou a deter o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e disse ter deposto o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, almirante José Zamora Induta, que foi substituído por seu adjunto, general António Njai.
"(Gomes) foi detido esta manhã. Bubo Na Tchuto deixou voluntariamente o complexo da ONU. Os fatos estão relacionados", disse à Reuters por telefone um diplomata ocidental em Bissau. "É um golpe dentro do Exército", acrescentou.
Em nota, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse estar "acompanhando com preocupação os incidentes militares na Guiné-Bissau, envolvendo a detenção e subsequente liberação do primeiro-ministro".
Na nota, divulgada em Nova York, Ban "pede aos militares e à liderança política da Guiné-Bissau que resolvam suas diferenças de maneira pacífica, que mantenham a ordem constitucional e assegurem o respeito pelo estado de direito".
Fonte: Reuters
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