segunda-feira, 5 de abril de 2010

Raúl Castro: Cuba não cederá à "chantagem" da greve de fome


O presidente cubano, Raúl Castro, afirmou neste domingo que Cuba não cederá diante das greves de fome dos opositores, que segundo ele são uma "chantagem" organizada pelos Estados Unidos e a Europa, que reagiram duramente à morte, em fevereiro passado, do dissidente Orlando Zapata, após uma greve de fome de 80 dias.

"Não cederemos jamais à chantagem, de nenhum país ou conjunto de nações, por poderosas que sejam, aconteça o que acontecer. Temos direito a nos defender. Se pretendem nos encurralar, saibam que saberemos nos resguardar, em primeiro lugar na verdade e nos princípios", disse Castro, de 78 anos, no discurso de encerramento do IX Congresso da União dos Jovens Comunistas (UJC).

Ele acusou os Estados Unidos e a Europa de desencadearem uma "descomunal campanha de descrédito" contra Cuba, apoiada pela "grande imprensa ocidental", "agitando hipocritamente as bandeiras dos direitos humanos".

Vestindo um terno azul, Raúl Castro, que estava acompanhado da alta hierarquia do Partido Comunista (PCC, único) opinou que tem sido "manipulada com cinismo e desfaçatez" a morte de Zapata, um pedreiro de 42 anos, que morreu após uma greve de fome de mais de dois meses, o que provocou uma forte reação internacional e inclusive a condenação do Parlamento Europeu.

Zapata, que foi sentenciado por 14 acusações comuns, tornou-se "por obra e graça da mentira repetida e do afã em receber apoio do exterior, em um 'dissidente político'", disse Castro.

"Apesar dos esforços dos nossos médicos, faleceu, o que também lamentamos em seu momento e denunciamos os únicos beneficiários deste fato os mesmos que hoje estimulam outro indivíduo a continuar em uma atitude similar de chantagem inaceitável", acrescentou, em alusão a Guillermo Fariñas, um jornalista e psicólogo de 48 anos.

O dissidente mantém uma greve de fome e sede desde 24 de fevereiro, pedindo a libertação de 26 presos políticos com a saúde comprometida.

Fariñas "cumpriu sanção por crimes comuns, em específico por agredir e machucar uma mulher, médica e diretora de um hospital, a quem além do mais ameaçou de morte, e posteriormente a um ancião de quase 70 anos, a quem foi preciso extirpar o baço", acrescentou Raúl Castro.

"Assim como no caso anterior, está se fazendo o possível para salvar sua vida, mas se não mudar sua atitude autodestrutiva, será responsável, junto com seus patrocinadores, pelo desenlace que tampouco desejamos", enfatizou.

Raúl Catro acusou a "grande imprensa ocidental" de atacar Cuba e de um "implacável terror midiático contra os políticos, intelectuais, artistas e outras personalidades" que se pronunciam a favor da ilha.

Fonte: AFP
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