quarta-feira, 21 de abril de 2010

Piratas somalis sequestram navio panamenho com 21 tripulantes



Piratas somalis capturaram nesta quarta-feira o cargueiro "Voc Daisy", de bandeira panamenha, com 21 tripulantes filipinos (que estão bem), a cerca de 190 milhas náuticas a sudeste de Omã, segundo confirmou o Programa de Assistência Marítima (PAM), com sede no porto queniano de Mombaça.

Andrew Mwangura, diretor do PAM, disse que os piratas ainda não exigiram resgate porque "demorarão entre um dia e meio e dois dias a chegar à costa da Somália".

"Quando chegarem, entrarão em contato com o proprietário da mercadoria e com o proprietário do navio e então revelarão suas exigências", explicou Mwangura à Efe.

A missão europeia EU NAVFOR "Atalanta", que patrulha as águas do golfo de Áden e do Índico para proteger navios comerciais de ataques piradas, também confirmou o sequestro em comunicado.

"O 'Voc Daisy' enviou sinal de alarme antes que quatro piratas, armados com três fuzis AK47 e um lança-granadas, invadiram o navio e cortaram suas linhas de comunicação", detalhou o comunicado da EU NAVFOR.



Com o de hoje, os piratas somalis têm em seu poder pelo menos 24 navios, com um mínimo de 405 pessoas sequestradas, segundo números da organização ambientalista Ecoterra, com sede em Nairóbi (Quênia) e que se dedica a vigiar a pesca ilegal e os atos de pirataria em águas do Índico e do golfo de Áden.

A Somália não conta com um Estado ou um governo efetivo desde 1991, quando o ditador Siad Barre foi derrubado, o que deu lugar um conflito entre diferentes clãs, senhores da guerra e milícias islamitas.

Na atualidade, o frágil governo federal de transição, apoiado pelos Estados Unidos, Europa e a ONU, está enfrentado diversas milícias radicais islâmicas que querem impor na Somália uma versão estrita da lei islâmica [sharia].

A situação de caos e miséria originada pelo conflito e a possibilidade de conseguir grandes quantidades de dinheiro mediante resgates levam jovens somalis e antigos pescadores a se dedicarem à pirataria, segundo especialistas da ONU e organizações marítimas.

Fonte: EFE
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