quinta-feira, 22 de abril de 2010

Mísseis iranianos capazes de atingir os EUA em 2015. Israel debate ataque sem bênção americana


Numa audição perante o Senado americano na terça-feira, alguém tentou perceber junto de James Miller em que estado se encontra o desenvolvimento do programa de mísseis balísticos iranianos. Na resposta, o número dois do Pentágono reconheceu que o Irão pode construir um míssil balístico intercontinental (ICBM) "potencialmente capaz" de atingir solo americano "a partir de 2015".

Washington tem estado a seguir com muita atenção o desenvolvimento do programa balístico iraniano - é aliás por causa dele que os americanos pretendem instalar o polémico escudo antimíssil na Europa - e reconhece que as datas avançadas só se confirmarão se o regime dos aiatolas receber "assistência externa".

Os analistas militares suspeitam que o veículo espacial Safir, lançado pelos iranianos em Fevereiro de 2009, possa ser transformado num míssil de longo alcance. A caminhar a par destes desenvolvimentos está o dossiê nuclear iraniano. Mesmo não sendo claro que Teerão procura capacidade militar nuclear, certo é que os ICBM podem transportar ogivas nucleares. Miller estima que o Irão vai demorar "pelo menos um ano" a desenvolver uma bomba nuclear, se a quiser, mas o mais provável é que o quadro temporal se alongue "três anos".

Quem cada vez mais parece não ter tempo a perder é Israel. De acordo com a edição de ontem do "The Wall Street Journal", as forças de segurança de Telavive desassossegam com o impasse no plano diplomático e discutem a possibilidade de atacar preventivamente o Irão, com ou sem o envolvimento americano.

James Cartwright, vice-chefe do estado-maior americano, considerou recentemente que uma acção militar não produzirá efeitos "decisivos" no programa nuclear, mas os israelitas não pensam do mesmo modo e temem que, na ausência de uma nova ronda de sanções, os interesses dos dois aliados divirjam muito rapidamente

Perante os sinais, a cúpula de segurança israelita pondera que Washington - a tentar fechar o dossiê iraquiano e a guerra no Afeganistão - possa aceitar conviver com um Irão nuclearizado, uma proposição absolutamente inaceitável para o governo de Benjamin Netanyahu. Assim, se se decidirem a avançar, os israelitas podem mesmo ter de o fazer sozinhos.

Do ponto de vista americano, uma acção unilateral israelita acabaria sempre por arrastar os Estados Unidos para a guerra, porque, como prevêem as estruturas militares do Pentágono, o Irão não hesitaria em atacar interesses americanos na região - por exemplo com o ataque a bases, o apoio a grupos que combatem os americanos no Iraque e no Afeganistão, ou ainda a escalada dos preços do petróleo. Na equação israelita entram também os seus vizinhos do Norte, o Líbano e a Síria, e o Hamas. Financiado, treinado e armado pelo Irão e pela Síria, o Hezbollah (instalado no Sul do Líbano) e os palestinianos do Hamas são os pontas-de-lança de Teerão caso Israel decida abrir as hostilidades.

Fonte: ionline
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