sexta-feira, 26 de março de 2010
Rússia admite que tratado nuclear com EUA não limita sistema antimísseis
A Rússia admitiu hoje que o novo tratado de desarmamento nuclear não restringe o uso de sistemas antimísseis, mas reflete um vínculo entre o escudo americano e as armas estratégicas ofensivas.
O tratado apresenta "uma postura absolutamente honrosa. Não se proíbe país algum de adotar decisões unilaterais", assinalou o ministro de Exteriores russo, Serguei Lavrov, em entrevista coletiva.
No entanto, ele advertiu que qualquer um dos dois países signatários poderá renunciar ao acordo, no caso de uma das partes desenvolver armamento defensivo em detrimento da segurança da outra.
"O tratado foi selado em condições nas quais cada parte tem determinados níveis de sistemas estratégicos defensivos. Uma mudança desses níveis reserva a cada parte o direito a decidir se continua participando do processo de redução dos armamento ofensivos", explicou.
Lavrov destacou que, apesar de não restringir, o acordo "referenda a vinculação jurídica" entre os escudos antimísseis e os foguetes balísticos intercontinentais.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, assegurou hoje que "a defesa antimísseis não é restringida" no novo tratado.
Moscou ameaçou em 2008 estabelecer mísseis táticos no território báltico de Kaliningrado, em resposta aos planos de Washington de desdobrar escudos antimísseis na República Tcheca e na Polônia.
Pouco após chegar ao poder, o presidente americano, Barack Obama, renunciou a esse plano, mas anunciou outro mais flexível e barato dirigido contra os mísseis de médio alcance iranianos, e não contra os de longo alcance como até então determinava.
Em fevereiro passado, a Romênia decidiu acolher em seu território interceptores terrestres do novo sistema antimísseis americano e a Bulgária estuda essa possibilidade, o que voltou a gerar inquietação no Kremlin.
O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas russas, o general Nikolai Makarov, afirmou hoje que "os acordos obtidos dissipam as preocupações mútuas e respondem plenamente aos interesses da segurança da Rússia".
"Além disso, o tratado descreve com clareza o controle sobre todo o ciclo vital dos meios nucleares e referenda os vínculos entre as armas estratégicas ofensivas e defensivas. A vigência do tratado é de dez anos", acrescentou.
Em relação à ratificação, Lavrov insistiu hoje na importância de sincronizar a aprovação parlamentar do documento em ambos os países.
Fonte: EFE
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