quarta-feira, 31 de março de 2010

Lula: ONU tem de forçar para criar Estado Palestino

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu mais uma vez a criação do Estado Palestino. "As Nações Unidas criaram o Estado de Israel, tem de forçar para criar o Estado Palestino", afirmou o presidente no discurso de posse dos novos ministros.

O presidente afirmou que o Brasil pode ter um papel importante nas negociações entre israelenses e palestinos e disse que "se pudessem, os Estados Unidos já teriam resolvido".

Para Lula não há como resolver a questão, se os grupos que estão hoje brigando não forem chamados para conversar. "Quem está conversando com o Irã, com o Hamas e com Hezbollah", indagou. Para Lula, o Brasil pode ser negociador, por ser um país pacifico "amigo de todos".

O presidente reiterou que há 15 anos "não somente no meu governo" o Brasil briga para que haja mudanças na Organização das Nações Unidas. "Queremos mais centros de decisão". O Brasil pleiteia desde o governo passado uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Lula negou que em sua recente visita a Israel tenha descumprido o protocolo ao não visitar o túmulo do fundador do sionismo, Theodor Herzl. "Ninguém pediu para visitar o túmulo, mas os jornais daqui ficaram incomodados, por não visitar um lugar que nem Israel pediu", disse o presidente. Naquela ocasião, porém, o ministro de Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, confirmou que boicotou uma reunião com o presidente Lula pelo fato de ter se negado a visitar o túmulo do fundador do movimento sionista.

Fonte: Estadão
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Avião radar americano cai no Golfo de Omã

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Um avião radar americano caiu nesta quarta-feira no Golfo de Omã com quatro tripulantes a bordo, três dos quais foram resgatados e sem que ainda se tenha notícias do quarto, anunciou, em um comunicado, a V Frota americana, com base no Bahrein.

"Três membros da tripulação foram recuperados e a busca prossegue para tentar localizar o quarto tripulante", afirma o comunicado, precisando que os três tripulantes foram resgatados com vida.

O comunicado assinala que se trata de um aparelho Grumman E-2C Hawkeye, um biturbo-hélice de vigilância embarcado no porta-aviões "USS Dwight Einsehower".

O avião voltava de uma missão da operação Liberdade Duradoura (Enduring Freedom), que acontece no Afeganistão quando apresentou problemas mecânicos.

Fonte: AFP
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Explosões na região russa do Daguestão matam 12 pessoas

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Supostos suicidas mataram 12 pessoas em Kizlyar, na região russa do Daguestão, nesta quarta-feira, somente dois dias depois de duas bombas explodirem no metrô de Moscou, disseram autoridades à Reuters.

Investigadores disseram que um suicida vestido com um uniforme policial provocou a segunda explosão no Daguestão. As explosões em Moscou mataram 39 pessoas e autoridades disseram que elas foram provocadas por duas mulheres-bomba com ligações com rebeldes do norte do Cáucaso.

Em Kizlyar uma autoridade policial disse que um carro estacionado perto de uma escola no centro da cidade explodiu quando a polícia de trânsito passava pelo local. Havia indicações de que um suicida estava ao volante.

Essa autoridade acrescentou que a segunda explosão aconteceu quando policiais e outras pessoas se juntaram no local do primeiro ataque.

O porta-voz da polícia da província disse que o chefe de polícia de Kizlyar, Vitaly Vedernikov, está entre os mortos. As explosões mataram 12 pessoas, nove delas policiais, e 23 outras tiveram de ser hospitalizadas, segundo autoridades federais da Rússia.

O Daguestão é uma província predominantemente muçulmana próxima à Chechênia. Ataques contra autoridades policiais e governamentais são comuns na região.

Fonte: Reuters
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Brasil discute com EUA criação de base no Rio

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Por sugestão da Polícia Federal, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva discutiu ontem com o comandante do Comando Sul dos EUA, tenente-brigadeiro Douglas Fraser, a proposta de criação de uma base "multinacional e multifuncional" que teria sede no Rio de Janeiro.

A base formaria, com duas já existentes, em Key West (EUA) e em Lisboa (Portugal), o tripé de monitoramento, controle e combate ao narcotráfico e contrabando, principalmente de armas, além de vigilância antiterrorista.

Douglas Fraser passou o dia de ontem em Brasília. Após reunião de trabalho e almoço com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, o comandante americano encontrou-se com o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa.

A PF já tem um adido de inteligência trabalhando na base de Key West, na Flórida. O Planalto está para decidir se o adido junto à base de Lisboa será um delegado federal ou um oficial da Marinha.

A base no Rio, assim como as outras duas, não admite operações sob comando de estrangeiros. Os países que aceitam participar dos programas de cooperação de combate ao crime organizado enviam adidos que atuam sempre sob supervisão dos agentes do país soberano sobre a base. A ideia é que com a base da Flórida, que vigia de perto o tráfico no Caribe, e a de Lisboa, que exerce controle sobre o Atlântico Norte, a base brasileira sirva como posto avançado de monitoramento do Atlântico Sul.


Tragédia

Key West é uma base aérea e naval que atua em cooperação com os departamentos de Defesa e de Segurança Nacional, agências federais e forças aliadas. Desde 1989, possui força-tarefa de inteligência que conduz operações contra o narcotráfico no Caribe e na América do Sul. Foi de lá que partiu o primeiro avião de resgate no caso da tragédia do voo AF 447, da Air France, em junho passado, no litoral do Brasil, perto de Fernando de Noronha. Notificada do acidente, a base mobilizou o adido brasileiro, que providenciou o início do socorro.

O grupo de agentes da força-tarefa de Key West tem como objetivo combater o cultivo, a produção e o transporte de narcóticos. Os governos britânico, francês e holandês contribuem com o envio de navios, aeronaves e oficiais. O grupo reúne ainda representantes de Argentina, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e outros países latino-americanos.

A presença dos Estados Unidos na região começou em 1823, com o objetivo de combater a pirataria local. Foi usada inicialmente como patrulha de operações submarinas e como estação de treinamento aéreo, utilizada por mais de 500 aviadores na época da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Em 1940, ganhou a designação de base aérea e naval.

Em Lisboa, a base naval fica à margem do Rio Tejo, no Perímetro Militar do Alfeite. Foi criada em dezembro de 1958.

Fraser também veio ao Brasil para organizar a viagem do secretário de Defesa dos EUA, prevista para meados de abril. A visita é retribuição da viagem de Jobim aos EUA, em fevereiro, em Nova York. Em pauta, a cooperação estratégica militar entre os dois países, a compra de caças pelo Brasil e o interesse dos EUA em adquirir aviões de treinamento - a Embraer produz o supertucano. A americana Boeing produz o F-18, Super Hornet, que está entre os três classificados na concorrência da FAB.

A instalação multifunção que eventualmente será criada no Rio, está mais para uma agência de inteligência, e menos para uma base militar. Essa condição seria inaceitável para o governo brasileiro, que já se manifestou, por exemplo, contra a presença de tropas americanas em bases militares instaladas na Colômbia. A agência, todavia, é importante como plataforma de monitoramento, coleta de dados e coordenação dos trabalhos de repressão ao tráfico de drogas, mercado negro de armas e na guerra ao terror - nessa ordem, que é a seguida no Brasil. Não é uma sede militar porque não terá contingente nem sistemas de combate. O modelo permite ações combinadas de pessoal civil com informações obtidas pelas forças armadas. Também dá acesso à infraestrutura, como os sensores do centro regional que o governo americano está instalando nas ilhas de São Tomé e Príncipe para cobrir 3,3 mil km no Atlântico Sul. No caso do Rio, o comando estaria sempre a cargo de autoridades brasileiras.

Fonte: Estadão
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A Marinha do Brasil, realidade hoje e projetos para o futuro

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Para uma nação como a nossa que esta hoje figurando entre as principais potências emergentes e se alicerçando entre as grandes nações, ter soberania sobre seu território e riquezas não é uma necessidade, mas sim uma obrigação.

Debaixo da superfície marítima brasileira, a riqueza é incalculável, aproximadamente 55 mil quilômetros quadrados de bacias, uma capacidade hídrica única no mundo e nossa reserva de água doce é a maior do planeta. Enfim, um patrimônio inestimável que necessita de ser protegido de todas as formas. Eis um fator determinante para retomada dos investimentos e dos planos de modernização da Marinha Brasileira.
Pensando nesta linha, foram retomados importantes projetos nacionais de defesa, em especial o programa do submarino nuclear brasileiro. Um programa que visa a concepção e construção de uma embarcação ágil e com uma autonomia limitada pela capacidade da tripulação de se manter sob o mar, a furtividade e o poder estratégico que esse meio nos traz são algumas das vantagens.

Devido à necessidade de acelerarmos as capacidades nacionais neste setor e mesmo para dar prosseguimento a um projeto que por muito tempo se arrasta (o reequipamento da Marinha do Brasil), o governo brasileiro alinhou uma parceria estratégica junto a França, onde neste acordo é previsto a construção do casco para tal submarino nuclear, a transferência da tecnologia necessária para sua construção e um lote de quatro submarinos convencionais da classe “Scorpene”, tudo a ser construído no Rio de Janeiro, onde também é previsto no contrato a construção da nova base de submarinos na Baía de Sepetiba.

Muitos leigos têm criticado o programa de reequipamento, não só da Marinha, mas do Exército e Aeronáutica, usando como argumento a ausência de conflitos envolvendo o Brasil nas últimas décadas. Mas o que poucos tem parado para analisar, não é só o fator estratégico militar envolvido, mas também o industrial e principalmente o tecnológico. Uma vez que tais programas visam capacitar o Brasil nos campos de alta tecnologia os quais ainda não dominamos. Logo tais programas irão proporcionar um crescimento da capacidade industrial, gerar mão de obra especializada que nosso país tanto carece e principalmente gerar empregos e recursos financeiros.

Quanto ao aspecto geopolítico, o submarino nuclear dá ao Brasil um real poder de dissuasão que hoje se faz necessária dada a posição do Brasil no mundo hoje e a projeção de crescimento contínuo de nossa economia, mercado e capacidade de exploração dos recursos naturais. A questão de Defesa hoje deve ser tratada com seriedade, não mais como plano de governo, mas como uma política de Estado a ser projetada para garantir a soberania nacional hoje e em longo prazo.

Uma questão não menos importante, passa pela dúbia necessidade de termos um Navio aeródromo realmente capaz e operacional, uma vez que o atual NAe A-12 São Paulo deixa e muito a desejar nas capacidades operacionais e disponibilidade técnica, estando já há anos parado para reparos e modernização, fazendo que com isso percamos a expertise na operação deste tipo de embarcação.

Ainda falando da necessidade de termos um “porta-aviões”, é preciso investir em um vetor avançado para equipá-lo, haja vista que hoje operamos os A-4 Skyhawks, o que acarretará um alto investimento que deve ser estudado a fundo para obtermos uma equação adequada, apesar das aeronaves hoje em operação ser por muitos consideradas defasadas do ponto de vista tecnológico para o cenário de guerra moderno, temos de nos ligados ao ponto chave, a doutrina de emprego e a necessidade que se faz deste meio, isso sem contar que, mesmo que comprássemos um novo vetor hoje, se faria necessária a cosntrução de um novo NAe para opera-las, pois estes operariam com grandes limitações devido a falta de capacidade de nosso A-12 de operar os modernos aviões de combate embarcado em sua plena capacidade.

Já no campo de guerra submarina, contamos com os IKL-209, construídos aqui no Brasil, com tecnologia alemã, e quem vem a figurar como o meio mais moderno a disposição da esquadra hoje. Que atendem bem a nossas necessidades na medida do possivel e em breve serão complementados com a incorporação dos “Scorpene” a serem construídos, dando a Marinha capacidade operacional e de defesa, ainda que não seja a ideal para um país com nossas dimensões e tamanho território marítimo, sendo esta suprida apenas com a entrada em serviço de submarinos nucleares.

Outro projeto que esta sendo estudado pela MB e que visa dar mais capacidade a esquadra, é o que se refere as novas escoltas, uma vez que temos uma capacidade muito limitada hoje neste quesito. Havendo no mercado hoje ótimos projetos a serem cuidadosamente analisados.

Neste ano, especificamente, o foco dos investimentos é em navios de patrulha oceânico. São equipamentos vitais nos trabalhos de vigilância de riquezas como o pré-sal, por exemplo. Menina dos olhos da chamada Amazônia Azul. Hoje motivo de disputa dentro do governo com relação a divisão dos royalties para os estados produtores de petróleo, que estão sendo prejudicados pelo modelo aprovado pelos deputados no dia 10/03, onde o dinheiro passaria a ser repartido entre todos os Estados e municípios de acordo com critérios dos fundos de participação, reduzindo a parcela das áreas produtoras. Na minha concepção deveria manter o modelo atual para os poços já em exploração e no caso dos novos poços destinarem uma fatia maior aos estados produtores, uma fatia para um fundo de Defesa Nacional e o restante a ser dividido entre os demais estados.

As ações previstas pela Estratégia Nacional de Defesa (END), devem mudar o curso da MB hoje. Pois a força tem feito milagre para se manter operacional e capaz de cumprir as suas obrigações constitucionais. Com cortes contínuos em seu orçamento, temos hoje uma marinha limitada, que tem uma esquadra defasada e incapaz de cumprir plenamente suas missões, a qual poderá ver seu poderio reduzido a uma "guarda costeira".

Resta-nos a esperança de que esta mentalidade da sociedade hoje em relação as questões estratégicas e de defesa venham a mudar, e venha a surgir em nossa sociedade uma consciência das necessidades reais de nosso país e o amadurecimento em relação aos investimento nas forças armadas.


Resumindo

A Marinha do Brasil hoje necessita de investimentos imediatos e concretos para modernizar seus meios operacionais, capacitando a mesma no desempenho de suas misões, visando dar ao Brasil uma capacidade real de se manter soberano em suas águas, protegendo nossas maiores riquezas e principalmente o orgulho de ser Brasileiro, caso não se faça agora o investimento necessário, podemos nos deparar no futuro com uma Marinha sem meios necessários para o cumprimento de seu dever constitucional, resultando em tempos sombrios.

Autor: Angelo D. Nicolaci
editor GeoPolítica Brasil
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Brasil potência – realidade ou mito?

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Entre várias coisas certas ou erradas que foram ditas a respeito do que escrevi durante as décadas de 70 e 80, uma delas me parece indiscutível: que eu defendia a idéia de que o Brasil era uma grande potência. De fato, na contra-mão da onda que marcou o período dos governos dos Presidentes militares, a de marasmo intelectual e descrença no País de muitos dos que estavam na Universidade, procurei mostrar que o Brasil era, sim, grande. E que poderíamos construir a Pátria Grande.

“Pátria Grande” vinha do desejo de encontrar uma idéia-força que fosse capaz de mobilizar pessoas em torno de um grande ideal nacional. A proposição de que o País tinha possibilidades de afirmar-se como potência num mundo conturbado pela Guerra Fria vinha da reflexão sobre alguns dados brutos que fundamentavam a utopia – que outra coisa não era a idéia de Pátria Grande.

Os dados eram conhecidos de quantos, no exterior, estudavam o chamado Poder das Nações. Recordo-me de um pequeno livro de Geografia, escrito por um inglês (que li em 1972) que buscava classificar os países medindo o seu poder. O Brasil vinha em 10º lugar, embora não tivesse Forças Armadas merecedoras de uma nota, digamos, de aprovação, e a geração de energia, medida em equivalentes de barris de petróleo, fosse, à época, bem menor do que é hoje. Éramos um país com grande poder porque o território era vasto, a população igualmente numerosa, a posição (pensando em termos de Geopolítica) altamente favorável na América do Sul e, por extensão, no Hemisfério. Pesando os dados bons e ruins, o professor inglês nos classificava como a décima potência do mundo em termos de Poder Nacional. Meus alunos na USP não acreditavam nisso – e até riam.

Se os governos dos Presidentes militares não conseguiram cuidar suficientemente de construir a Pátria Grande, não descuraram de fortalecer os elementos materiais que poderiam fazer que o País conservasse aquela posição. No desejo de mantê-la, cuidaram antes de tudo de fortalecer o Estado e guiaram-se pela vontade de construir uma economia em que a inflação não prejudicasse o desenvolvimento, mesmo que a taxa inflacionária fosse estabelecida por decreto - os 13% ao ano no governo Médici. Cuidaram eles de fazer grande um grande país - mas cuidaram sempre, também, de manter, nas suas relações com o resto do mundo, especialmente com os países circundantes, uma posição discreta.

Recordo-me de que, quando Nixon disse a Médici que para onde fosse o Brasil iria a América Latina, a reação em círculos militares foi negativa: a idéia de hegemonia não lhes era grata. Esta cautela diplomática não impediu que, no mesmo governo Médici, fossem adotadas duas medidas que contrariavam a discrição que muitos dos que cercavam o Presidente desejavam fosse norma de nossa política externa: a tentativa de conquistar uma posição de influência no Caribe, com um empréstimo à República Dominicana, e o oferecimento de mediação no conflito entre Israel e os palestinos. Para tranqüilidade dos que desejavam a todo custo manter reserva sobre o que o Brasil poderia vir a ser, estas iniciativas praticamente morreram no nascedouro.

A cautela diplomática desapareceu depois, no chamado período “democrático”, com uma nova postura em nossas relações internacionais que ficou conhecida como “diplomacia presidencial”. Não sei se os presidentes militares tinham assessores especiais para relações internacionais — sei que esta função existiu no governo Sarney, quando o Embaixador Ricúpero ocupou discretamente as funções, e depois passou a ser prática comum aos demais Presidentes, especialmente nos governos Fernando Henrique Cardoso e, agora, Lula da Silva.

Teço essas considerações tendo em vista a ação diplomática do atual governo e procurando compreender quais fatos reais fazem do presidente Lula da Silva a figura que a propaganda nos mostra todos os dias e no que se fundamenta essa propaganda, que busca convencer todos nós de que o Brasil, hoje, tornou-se importante, e pode aspirar a um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Vamos aos fatos na tentativa de compreensão. Nada melhor do que lembrar, em primeiro lugar, os fatores que permitiam ao Brasil, no começo dos anos 1970, ser considerado por alguns como a décima potência do mundo.

Território − Apesar de o Estado brasileiro ter, há alguns anos, começado a perder jurisdição total sobre parte de seu território (índios e quilombolas, para não falar dos territórios “governados” pelo tráfico), ainda temos, oficialmente, oito milhões e 500 mil quilômetros quadrados.

População − Dos cerca de 90 milhões de habitantes que as estatísticas registaram no governo Castelo Branco, chegamos, hoje, aos 190 milhões — o que significa que nosso mercado interno aumentou praticamente uma vez e meia. Este número conta, sem dúvida, como fator de poder, mas, ao mesmo tempo, deve ser visto com cuidado, pois pode se transformar em fator negativo desde que o Estado não seja capaz de dar a estes quase 200 milhões educação, saúde, transportes, emprego. Ao mesmo tempo, o crescimento do mercado interno poderá também transformar-se num fator negativo se o Estado não tiver políticas, vale dizer, poder capaz de conciliar a necessidade de crescimento econômico, para atender às necessidades básicas da população, com a conquista deste mercado por empresas estrangeiras que aqui vêm fazer negócios, influenciar pessoas e fazer amigos no Governo ou próximo dele.

Ao falar em população, é necessário levar em conta fatores a um tempo quantitativos e qualitativos. Da perspectiva quantitativa, conta favoravelmente o aumento da chamada classe média, ainda que a renda que caracterize os que pertencem a este segmento social deva também ser vista com cuidado (o patamar superior está perto os R$ 4.000,00 e o inferior exige, de fato, um malabarismo intelectual). Do ponto de vista qualitativo, a crise da educação, da saúde e a falta de profissionais gabaritados, de nível médio e superior, em áreas críticas apontam para deficiências estruturais que impedem um desenvolvimento econômico sustentável e, sobretudo, tecnológico nacional.

Recursos minerais − São amplos, mas a dependência do exterior decorrente da falta de muitos deles, essenciais à indústria civil e à de defesa, reduz a importância que se empresta àqueles que exportamos como commodities, ajudando a equilibrar a balança de comércio e o balanço de pagamentos. Enquanto commodities, convém lembrar, seu preço (não seu valor) está preso às variações (e especulações) do mercado internacional.

Agricultura − No início do século XXI, o Brasil é o terceiro exportador mundial de grãos. O que torna a produção dependente da flutuação de preços no mercado internacional e da concorrência dos demais produtores, grandes ou médios. Para as estatísticas oficiais, a balança comercial e a propaganda governamental, ser o terceiro exportador de grãos é um fato de poder, embora a flutuação de preços internacionais possa ser fator negativo para os produtores.

Energia − A anunciada auto-suficiência em petróleo está definida pela relação produção de óleo bruto/consumo de derivados. É, portanto, ilusória, pois as refinarias não produzem os derivados em quantidade suficiente para abastecer o mercado. Dependemos, pois, do mercado externo. O etanol e o bio-diesel poderão reduzir em boa medida esta dependência e podem, como alguns analistas já consideram, projetar o País como “potência energética alternativa”. Há de ver, contudo, que para que possamos alcançar este patamar será necessário planejar com critérios rigorosos a extensão da área cultivada para a produção de combustível alternativo, sob pena de haver uma crise de abastecimento. Em energia hidráulica, podemos falar em estado de quase-graça, na medida em que as deficiências na interligação dos sistemas e a ausência de usinas geradoras e/ou a produção deficiente em diferentes regiões (não apenas no Norte e Nordeste, mas também no Sul), obriga o uso de usinas térmicas, a maioria delas utilizando derivado de petróleo.

Forças Armadas − Desgastadas em suas funções e convicções, com insuficiente, quando não inexistente respaldo tecnológico nacional para as transformações impostas pela “revolução de armamentos”.

PIB – São inegáveis o aumento do Produto Interno Bruto, o volume das reservas internacionais e a situação normal da dívida externa da União – e alguns poderiam apontar erros nesta política de acumulação de reservas. São fatores que contam quando cuidamos de traduzir em números o poder nacional.

O que temos, hoje, à luz destes dados, é uma situação que permite ao país ser considerado novamente a 10ª potência mundial, se não a 7ª ou 8ª, pretendendo chegar à 5ª posição este ano. A questão que se coloca, no entanto, é a seguinte: são estes dados suficientes para explicar a projeção internacional do Brasil e o prestígio internacional do Presidente Lula da Silva, quando sabemos que alguns países membros do G-8 (e seus governantes) não têm esta projeção?

A resposta possível a esta pergunta não pode residir nos dados numéricos, nem mesmo se considerarmos que o peso das Forças Armadas poderá aumentar se houver disponibilidade orçamentária. Esta resposta só poderá ser encontrada, ainda que tentativamente, no que poderíamos chamar de plano político.

Desta perspectiva, a análise deverá começar por uma apreciação do quadro internacional depois do desaparecimento da União Soviética e da crise de prestígio em que os Estados Unidos mergulharam com as duas guerras em que está envolvido: Iraque e Afeganistão.

Autor: Oliveiros S. Ferreira -> Professor de Política e Relações Internacionais da USP e da PUC-SP e ex-director de Redação do jornal “O Estado de S. Paulo”.


Fonte: Jornal Defesa e Relações Internacionais
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O sonho do desarmamento nuclear e a próxima revisão do Tratado de Não Proliferação

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Faz cinco anos no próximo dia três de Maio sobre o início do último processo de revisão do Tratado de Não Proliferação (TNP), uma oportunidade que não foi aproveitada para tornar mais eficaz o atual regime de combate à proliferação nuclear nem para ajudar a resolver os dois problemas já então mais prementes: os casos do Irão e da Coreia do Norte. Dentro de pouco mais de um mês, teremos uma nova ocasião de ouvir o que os 189 signatários do Tratado têm a sugerir sobre o assunto mas, de momento, as expectativas principais centram-se na forma como os EUA concluirão a formulação da nova Nuclear Posture Review, nomeadamente na abordagem que farão em relação ao desarmamento nuclear, na linha do discurso do Presidente Obama em Praga.

George Schultz, um dos subscritores do artigo escrito em parceria com Kissinger, William Perry e Sann Num para o Wall Street Journal, em Janeiro de 2007, a defender o desarmamento nuclear, mostra-se animado com a adesão crescente que a ideia tem vindo a ganhar. Segundo Ivo Daalder, esta visão é presentemente partilhada por dois terços de antigos secretários de Estado, secretários da Defesa e conselheiros nacionais de segurança. Parecem distantes os tempos em que, enquanto secretário de Estado de Reagan, Schultz era “recriminado” por Margaret Tachter por não ter conseguido convencer o Presidente em não avançar com propostas de desarmamento que este então quis discutir com Gorbachev.

Estará hoje o mundo melhor preparado do que nessa altura para encarar essa possibilidade? As reduções dos arsenais nucleares, entretanto empreendidas pelas duas potências que protagonizaram o equilíbrio de terror em que se viveu a Guerra Fria e a vontade que mostram em continuar esse processo, dizem-nos que sim. Não obstante as dificuldades do processo, expressas no atraso de três meses na negociação de um novo START (Strategic Arms Reduction Treaty) está anunciada a cerimónia da sua assinatura para 8 de Abril em Praga, com a presença dos Presidentes Obama e Medvedev. Nos termos do novo acordo os tectos máximos baixarão das 2012 armas estratégicas, previstas no acordo STORT de 2003, para 1550[2] e os sistemas de lançamento (bombardeiros e mísseis baseados em terra e no mar) serão reduzidos de 1600 para 700[3]. Em qualquer caso, o acordo está ainda dependente da obtenção de algum apoio do Partido Republicano para reunir os 67 votos que a sua rectificação exige.

Mas esta é apenas uma das faces do problema; na outra face, temos que contar com uma China que, inconformada com o facto de não ter uma situação de paridade com a Rússia e os EUA, continua a desenvolver, quantitativa e qualitativamente, o seu arsenal nuclear. Temos também a provável próxima entrada de mais dois membros no “clube nuclear” (Irão e Coreia do Norte[4]) o que ameaçará o saldo ainda positivo[5] entre os que abandonaram as pretensões de se tornarem potências nucleares e os que entretanto ingressaram no “clube”, desde a entrada em vigor do TNP. O caso do Irão, em vias de se tornar a 10ª potência nuclear, poderá conduzir outros países da região a enveredarem por uma opção nuclear, o que teria consequências dramáticas para o equilíbrio já extremamente precário do Médio Oriente e para a sobrevivência do próprio Tratado TNP. O Japão e a Coreia do Sul poderão também optar, rápida e facilmente, pela posse de armas nucleares se, na sua avaliação, concluírem que a ameaça da Coreia do Norte não fica coberta pelo “guarda-chuva nuclear” americano.

Estes casos, que aliás se arrastam há vários anos, configuram uma situação que no essencial não difere da que se verificava na última tentativa de revisão do TNP[6]. A única diferença é o ambiente de algum optimismo gerado pela possível mudança de postura dos EUA, não obstante ainda não se conhecerem os seus detalhes, e pelas reduções aprovadas pelas duas principais potências nucleares no âmbito do novo Tratado START. No entanto, as probabilidades que este novo contexto leve a conferência de revisão do Tratado NPT a um desfecho positivo nas suas três vertentes - desarmamento, não proliferação e uso pacífico da energia nuclear - são muito remotas. Já veremos porquê, com uma breve análise de três questões-chave: as reduções dos arsenais, a definição do seu propósito e a reconsideração das bases em que assenta o Tratado NPT.

A redução dos arsenais

A redução dos arsenais nos termos em que tem sido conduzida, desde a presidência de George H. W. Bush que diminuiu o número e a prontidão das armas estratégicas e eliminou cerca de 5000 de curto alcance que estavam estacionadas na Europa, esforço continuado pelos seus sucessores, só tem servido as duas principais potências nucleares, mas com maior vantagem para os EUA. Corresponde, na prática, a uma troca de quantidade por qualidade, expressa em termos de maior precisão e maior potência, em nada afectando a capacidade de dissuasão de cada uma. Dou um exemplo[7]: em 1985, um míssil intercontinental com uma única ogiva não tinha mais do que 60% de hipóteses de destruir um silo inimigo; quatro ou cinco ogivas permitiriam 90%. Hoje, um Tridente II com uma ogiva múltipla tem 99% de probabilidades de destruir o mesmo alvo.

A essência da situação existente em termos de armas de destruição maciça não se alterará agora com a decisão das duas potências reduzirem de 2000 para 1500 os seus arsenais. Também não são essas reduções que poderão ter qualquer impacto positivo no risco do terrorismo nuclear; este depende sobretudo da segurança do material nuclear usado no fabrico das bombas e não nestas propriamente ditas. A lógica da avaliação quantitativa que se faz geralmente às forças convencionais não é aplicável a forças nucleares; enquanto que no primeiro caso, o importante é não ter menos navios, tanques ou aviões do que o eventual oponente, no caso das armas de destruição maciça basta a posse de um pequeno número para alterar completamente a situação. O conceito de dissuasão limitada (finite deterrence), por exemplo, baseia-se apenas na manutenção da capacidade de infligir um dano inaceitável, através, por exemplo, de um ataque a um centro populacional importante, sem qualquer pretensão de paridade. É o contexto em que se julga estar a ser desenvolvido o programa iraniano.

Aliás, as reduções nem sequer têm servido o propósito de desencorajar os que se encontram determinados a entrar no clube nuclear, obviamente a prioridade principal da próxima conferência de revisão do Tratado NPT. Se funcionasse nesses termos então já se teriam feito sentir as sucessivas reduções sucessivas feitas desde o primeiro Tratado START. A redução pode funcionar bem entre países que têm paridade nos seus arsenais (caso da Rússia e dos EUA) mas tem vários efeitos perversos fora desse contexto; por exemplo, encoraja os outros, com arsenais mais pequenos, a procurar a paridade (caso da China) e diminui a capacidade de manter a protecção de aliados e amigos, podendo levá-los a iniciar a aquisição do seu próprio arsenal, como pode ser o caso de alguns países do Médio Oriente, nomeadamente a Arábia Saudita, o Egipto e a Turquia.

As reduções, mesmo entre os que têm paridade, podem falhar se não for tido em consideração que existe uma relação directa entre sistemas ofensivos e defensivos, como é o caso do escudo de protecção antimíssil, não obstante as repetidas garantias dos EUA de que o sistema está configurado apenas para a contenção do Irão. Foi o não reconhecimento desta realidade, por parte da administração Bush em 2001, que levou a Rússia e a China a declarar que perante o abandono do Tratado Anti-mísseis Balísticos (Tratado ABM), não lhes restava senão desenvolver os seus arsenais nucleares até repor a paridade. Foi de novo esta situação que levou Moscovo a insistir na abordagem desta questão no âmbito da negociação agora terminada do Tratado START para obter um compromisso dos EUA, o que não foi aceite. Em qualquer caso, é pouco provável que Moscovo venha a concordar com novas reduções proximamente; a manutenção do actual arsenal e em especial a vantagem detida no campo das armas sub-estratégicas de curto alcance representa a única forma de compensar a desvantagem existente em forças convencionais.

O propósito das armas nucleares

Há quem as designe por “armas inúteis”; não servem para projectar poder nem para ocupar território; o seu emprego põe em causa o princípio da proporcionalidade de acção, ameaçando a credibilidade do seu propósito de dissuasão principalmente num contexto de segurança como é o actual, muito dominado pelas ameaças assimétricas e actores não estatais. São, no entanto, armas de influência estratégica[8] para que alguns estados olham como garantia de sobrevivência dos respectivos regimes e políticas, apreensão suscitada pela facilidade com que os EUA empreenderam as suas mais recentes intervenções militares convencionais, conseguindo uma rápida mudança de regime (Panamá, Kosovo, Afeganistão, Iraque). Representam hoje, para os adversários dos EUA, o tipo de resposta a que a NATO teve também que recorrer na Guerra Fria perante a vantagem convencional do Pacto de Varsóvia.

Os EUA têm-nas considerado um elemento crítico da sua segurança nacional, sob a convicção de que a dissuasão não é possível sem a sua posse, mal grado a absoluta superioridade convencional de que desfrutam. Continuam a investir na sua modernização e adaptação a novos cenários, embora sob restrições impostas pelo Congresso que, por exemplo, não aprovou o desenvolvimento da versão “bunk buster” com capacidade de penetração em infraestruturas protegidas. Aumentando a sua precisão, têm tornado possível a redução da sua potência e consequentemente o respectivo impacto colateral; estas circunstâncias tendem a tornar menos complexo o eventual recurso ao seu emprego, na perspectiva “counterforce”, isto é, dirigida à eliminação das capacidades nucleares do inimigo sem o risco de aniquilação de centros populacionais.[9] Embora admitam a possibilidade do seu uso contra um ataque convencional ou por armas químicas/biológicas, excluem, desde a administração Carter, o seu eventual emprego contra países que não as possuem, a menos que ataquem os EUA com o apoio dessas armas com a colaboração de terceiros.

Espera-se que o que dirá neste âmbito a nova Nuclear Posture Review configure um dispositivo substancialmente diferente, mais limitado no seu propósito, acabando com ambiguidade em que tem sido mantido e reduzindo o leque das circunstâncias em que possam ter que recorrer ao seu uso. Se assim não for, faltará credibilidade nos seus esforços de combater a proliferação horizontal.

As bases do Tratado NPT

O Tratado NPT é o resultado de complexas negociações que se estenderam por toda a década de sessenta e que obrigaram a compromissos mas que, no essencial, tem cumprido, até melhor do que se calculava, a finalidade para que foi aprovado: impedir a proliferação horizontal, ou seja o aparecimento de novas potências nucleares. Está, no entanto, ameaçado, como vimos atrás, principalmente pela recusa do Irão em aderir ao regime estabelecido e pelos reduzidos progressos no desarmamento a que as potências nucleares de então se comprometeram, embora não tenha sido estabelecido qualquer prazo.

O seu problema central é a contradição prática que encerra ao proibir a proliferação de armas nucleares e respectiva tecnologia mas, ao mesmo tempo, promover o uso pacífico da energia nuclear sem restrições ao enriquecimento de urânio, sendo que esta capacidade torna qualquer utilizador a uma distância curta de levar o processo até conseguir material para construir uma bomba. Por outras palavras, dá demasiado espaço à possibilidade de conversão de um programa legal num programa ilegal.

Esta dificuldade foi prevista ainda antes de começarem as negociações que levaram ao Tratado, quando Bernard Baruch, então representante dos EUA na ONU, na segunda metade da década de 40, sugeriu a criação de uma autoridade internacional que deveria controlar a posse e administração dos meios de produção de energia atómica. É a medida de que se voltou a falar recentemente, através da criação de um “banco de urânio” para alimentar os reactores, questão que se agudizará a curto prazo com a maior procura de energia nuclear para a produção de electricidade e o previsto crescimento exponencial do número de reactores em funcionamento em todo o mundo. Trata-se de encontrar uma nova forma de gerir o mercado de urânio enriquecido, pondo o ciclo de urânio sob controlo internacional, uma questão que seria muito importante ver discutida na próxima conferência de revisão do Tratado NPT. Perdendo-se esta oportunidade, a próxima só surgirá dentro de cinco anos!

Conclusão

O progresso que poderemos esperar no futuro próximo depende, não em exclusivo mas em parte importante, da forma como serão abordadas os temas que ameaçam a credibilidade do Tratado NPT. A redução dos armamentos nucleares, acordada pelas potências que detêm 95% das actuais existências é obviamente um deles mas precisa de ser complementado por uma delimitação do seu propósito, rigorosa e sem as actuais ambiguidades, o que está pendente, no lado americano, do desfecho da elaboração da nova Nuclear Posture Review, que se aguarda. A negociação de um novo regime de controlo do material nuclear e de inspecções juntamente com esforços diplomáticos de alargamento da base de apoio à opção zero são as outras duas medidas que a situação exige. Estarão as potências nucleares dispostas a comprometerem-se com a concretização destas medidas?

Fonte: Jornal Defesa e Relações Internacionais
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EUA devolvem ao Japão controle sobre tráfego aéreo em arquipélago

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Os Estados Unidos devolveram nesta quarta-feira ao Japão o controle do tráfego aéreo sobre a principal ilha do arquipélago de Okinawa, base da maioria das forças norte-americanas em território japonês, informou a televisão estatal NHK.

Com uma cerimônia simbólica, o Japão recuperou os direitos de controle do tráfego aéreo sobre Okinawa (sul do país) pela primeira vez desde 1972, ano em que os EUA devolveram ao país asiático a administração do arquipélago que tinha ocupado após a Segunda Guerra Mundial.

Cerca de 50 autoridades, incluindo representantes do Ministério de Transporte japonês e do Exército americano, participaram na terça-feira de uma cerimônia no aeroporto de Naha, o principal de Okinawa, para marcar de maneira simbólica a transferência, que foi efetivada à 0h de quarta pelo horário japonês (12h de terça em Brasília).

Durante a cerimônia, os controladores aéreos americanos entregaram a seus colegas japoneses, sob responsabilidade do Ministério de Transporte japonês, os fones de ouvido e microfones que utilizam para se comunicarem e darem instruções às aeronaves.

Um dos representantes japoneses indicou que o controle do espaço aéreo de Okinawa era um sonho muito cobiçado pelo Japão.

Os dois países tinham definido em 2004 que a transferência do controle aéreo aconteceria em três anos, mas em 2008 decidiram adiar a mudança para o final de março de 2010.

Os EUA manterão o controle das decolagens e aterrissagens dos aviões militares americanos em suas bases, mas os controladores japoneses terão acesso à informação sobre os voos e poderão dar indicações.

As rotas de voos comerciais e militares se cruzam no espaço aéreo de Okinawa, por isso as aeronaves civis devem voar a baixa altitude para ceder espaço de manobra aos aviões militares.

Fonte: EFE
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Obama e Sarkozy impulsionam reforma financeira e sanções ao Irã

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Numa prova de união em torno dos principais desafios globais, os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da França, Nicolas Sarkozy, defenderam hoje a urgência de uma reforma no sistema financeiro e a imposição de novas sanções ao Irã.

Após reunião hoje na Casa Branca, os presidentes passaram uma imagem de unidade na entrevista coletiva. Nela, se esforçaram, com elogios e até brincadeiras, para demonstrar que são amigos e que os atritos e as diferenças noticiadas pela imprensa americana e francesa se reduzem a desacordos normais entre duas potências.

O presidente americano deu as boas-vindas na Casa Branca a quem chamou de "querido amigo" e ressaltou os longos laços entre os dois países. Para ele, a França é o aliado mais antigo e mais próximo dos EUA.

Obama explicou que acordou com Sarkozy seguir trabalhando "energicamente" para manter a recuperação da economia global e criar empregos, além de, como ficou estabelecido na cúpula do G20 (países mais ricos e principais emergentes), "substituir o velho ciclo de bolhas que explodem com crescimentos equilibrados e sustentáveis".

Para isso, afirmou que pediu ao Senado que aprove essa lei de regulação do sistema financeiro quando a Casa retomar sua atividade, daqui a duas semanas.

Sarkozy absorveu rapidamente a ideia e disse que para o mundo é uma "excelente notícia saber que os EUA estão adotando normas para que não se volte a repetir" a crise.

Os dois líderes mostraram também uma frente unida contra o Irã e ressaltaram a urgência e a importância de que o Conselho de Segurança da ONU aprove o mais rapidamente possível uma nova séria de sanções, mais fortes e mais duras.

Obama assegurou que a comunidade internacional nunca esteve tão unida para prevenir que o Irã prossiga com o programa nuclear, e expressou seu desejo de que as sanções estejam prontas "em semanas".

"Minha esperança é de que vamos ter isso pronto na primavera (hemisfério norte). Não estou interessado em esperar meses para que haja um regime de sanções, estou interessado em ver este regime em semanas", disse.

O presidente francês, por sua vez, se mostrou satisfeito com a determinação expressada por Obama, e disse que o Irã não pode continuar "sua corrida desenfreada" para adquirir armas nucleares.

No entanto, reconheceu que ainda não há unanimidade na comunidade internacional, e disse ser uma tarefa difícil. "Há muitos países que pensam que, a longo prazo, seus interesses comerciais são mais importantes que os geopolíticos", explicou.

A China, em especial, se negou a avançar em novas sanções, e a Rússia se mostrou inicialmente reticente.

Mas Obama insistiu que uma corrida armamentista nuclear no Oriente Médio e um conflito na região como consequência das ações de Teerã "poderia ter um grande efeito desestabilizador na economia mundial" e enfatizou que "as consequências a longo prazo de um Irã nuclear são inaceitáveis".

Já Sarkozy assegurou que "é hora de tomar decisões", e prometeu que tanto ele como o premiê do Reino Unido, Gordon Brown, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, farão "todos os esforços necessários para garantir que a Europa em conjunto apoie o regime de sanções".

Por outro lado, ambos os líderes praticamente evitaram a guerra no Afeganistão.

Segundo analistas políticos, Washington não gostou de Sarkozy não querer reforçar seu dispositivo militar nesse países, ainda que Paris tenha explicado que os 3.750 militares franceses permanecerão ao lado dos americanos.

O líder francês também se esforçou para deixar claro que entre ambos existe uma boa sintonia e que há um "diálogo constante" entre as duas nações.

Sarkozy e Obama fecham o dia com um jantar privado na Casa Branca com a presença das primeiras-damas, Carla Bruni e Michelle Obama.

Fonte: EFE
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Mujica diz que visita ao Brasil foi importante para o comércio

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De volta hoje a Montevidéu após uma visita ao Brasil, o presidente do Uruguai, José Mujica, disse que a reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi "muito importante" para superar algumas dificuldades comerciais.

"O Brasil em geral e Lula em particular são bons amigos do Uruguai", afirmou Mujica em entrevista coletiva.

O Uruguai passará a permitir a entrada de carne de ave brasileira e, em contrapartida, o Brasil levantará barreiras a produtos lácteos, ao pescado e ao gado vivo uruguaio.

"O Brasil é o principal exportador de frango do mundo e a posição uruguaia de impedir a entrada por razões sanitárias prejudicava sua imagem internacional", destacou Mujica.

Diante das críticas de produtores de seu país pelo acordo comercial, o presidente do Uruguai afirmou que a indústria nacional "será protegida" da entrada de frangos brasileiros.

Mujica anunciou que Lula aceitou o convite para visitar ao Uruguai e que a viagem foi fixada para 3 de maio próximo.

Fonte: EFE
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terça-feira, 30 de março de 2010

Colômbia agradece ao Brasil por resgate de refém das Farc

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O presidente colombiano, Alvaro Uribe, comemorou nesta terça-feira a libertação do sargento do Exército Pablo Moncayo, refém da guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O presidente agradeceu ao Brasil por seu papel de facilitador no resgate.

"Damos as boas-vindas ao sargento Moncayo. Nos alegramos por sua família. A Colômbia recebe de braços abertos aqueles que retornam do cativeiro e rejeita fortemente os sequestradores", afirmou Uribe em um evento acadêmico na cidade de Cúcuta, fronteira com a Venezuela.

"Nossa gratidão ao governo do Brasil, ao Comitê da Cruz Vermelha Internacional, nossa gratidão à Igreja Católica, nossa gratidão ao Alto Comissariado (para os Direitos Humanos na Colômbia, da ONU), pela tarefa cumprida", enfatizou o presidente.

Uribe não mencionou a ONG Colombianos e Colombianas pela Paz, liderada pela senadora de oposição Piedad Córdoba, que participou da libertação de Moncayo, 31 anos, sequestrado em 21 de dezembro de 1997 e que era um dos reféns mais antigos da Colômbia.

Fonte: AFP
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Cientista nuclear iraniano deserta para os EUA, diz TV

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Um cientista nuclear iraniano desaparecido desde junho desertou para os Estados Unidos e está ajudando a CIA, a agência de inteligência norte-americana, informou a rede de televisão ABC nesta terça-feira.

Citando fontes não identificadas que comentaram sobre a deserção, a rede disse que Shahram Amiri, um físico nuclear com cerca de 30 anos, desertou como parte de uma longa operação que o retirou do Irã e o abrigou nos Estados Unidos.

Uma porta-voz da CIA se negou a comentar a informação.

Amiri, um pesquisador universitário que trabalhava na Organização Iraniana de Energia Atômica, desapareceu durante uma peregrinação a Meca em junho, três meses antes de o Irã revelar a existência de uma segunda instalação para enriquecimento de urânio, perto da cidade de Qom.

Em dezembro, Teerã acusou a Arábia Saudita de entregar Amiri aos Estados Unidos.

A ABC informou que Amiri foi interrogado exaustivamente desde sua deserção e que ele ajudou a confirmar informações de inteligência dos EUA sobre o programa nuclear iraniano.

Fonte: Reuters
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Parlamento da Sérvia pede desculpa por massacre de Srebrenica

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O Parlamento da Sérvia se desculpou na quarta-feira (horário local) pelo massacre de milhares de bósnio-muçulmanos em Srebrenica, em 1995, mas o processo só destacou o quanto o país continua polarizado sobre o seu passado de guerra.

A resolução expressa condolências às vítimas e pede desculpas por não ter feito o suficiente para impedir o massacre, mas não chegou a chamar os assassinatos de "genocídio". Para alguns parlamentares, a resolução não é justa por ignorar os crimes de guerra contra os sérvios.

A coalizão governista pró-ocidental Democratas e Socialistas espera aderir à União Europeia e conquistar a atenção de investidores com a medida, que foi adotada depois de um debate de quase 13 horas transmitido ao vivo pela televisão até pouco depois da meia-noite de Belgrado.

"Estamos tomando um passo civilizado de pessoas politicamente responsáveis, com base na convicção política, para o crime de guerra que aconteceu em Srebrenica" disse Branko Ruzic, cujo partido Socialista foi liderado por Slobodan Milosevic nos anos 1990.

Forças servo-bósnias lideradas pelo general Ratko Mladic mataram cerca de oito mil homens e meninos bósnio-muçulmanos após tomar o enclave no leste da Bósnia que havia sido colocado sob proteção da Organização das Nações Unidas (ONU). O massacre é considerado a maior atrocidade da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

Um diplomata ocidental estacionado na Bósnia quando o massacre em Srebrenica aconteceu disse que a aprovação da resolução sem a prisão de Mladic, que está foragido, significava pouco.

Belgrado apresentou sua candidatura à União Europeia em dezembro, mas deve capturar e enviar Mladic para o tribunal de crimes de guerra em Haia, na Holanda, antes de iniciar as negociações de adesão. Acredita-se que o ex-general, considerado como herói por muitos sérvios, esteja escondido na Sérvia.

Fonte: Reuters
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Conferência do Mercosul será realizada em julho na Argentina

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A próxima conferência de presidentes do Mercosul será celebrada em julho na cidade de San Juan (1.200 km a oeste de Buenos Aires), informou nesta terça-feira José Luis Gioja, governador da província argentina de mesmo nome.

A reunião convocará, pelo menos, sete presidentes, que pertencem aos quatro países sócios permanentes (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) e aos três associados (Bolívia, Chile e Venezuela), adiantou Gioja.

O governador não descartou a presença do presidente do Equador, Rafael Correa, no encontro.

A Argentina tem a presidência pro-témpore do bloco sul-americano.

Fonte: AFP
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G8 discute Afeganistão e ambições nucleares iranianas e norte-coreanas

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A situação no Afeganistão, bem como as ambições nucleares iranianas e norte-coreanas, dominaram o encontro de ministros das Relações Exteriores do G8, no Canadá, que ameaçaram com novas sanções os regimes de Teerã e Pyongyang.

Reunidos em Gatineau, perto de Ottawa, os chanceleres do Grupo dos Oito (G8, países industrializados mais a Rússia) preparam a cúpula que reunirá seus presidentes no fim de junho em Muskoka, Ontário.

Na busca de uma posição comum sobre novas sanções que o Conselho de Segurança da ONU poderia adotar contra o Irã, o anfitrião do encontro deu o tom: o primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, pediu "uma ação mais coordenada e forte, incluídas sanções se fossem necessárias, contra o regime iraniano".

"Teerã deve deter suas atividades de enriquecimento de urânio e se comprometer a um diálogo pacífico", enfatizou.

Pouco depois, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, se disse otimista sobre a possibilidade de alcançar um consenso para aplicar sanções ao Irã.

"Vemos que a tomada de consciência aumenta em muitos países, inclusive a China, sobre as consequências de um Irã com armas nucleares na estabilidade regional e global e para nosso abastecimento de petróleo", disse Hillary durante entrevista coletiva.

Enquanto isso, o chanceler canadense, Lawrence Cannon, instou a comunidade internacional a "pressionar o Irã".

No início da sessão de trabalho matinal, Harper situou no mesmo plano Irã e Coreia do Norte, pois em sua opinião, os dois países representam "graves ameaças à segurança mundial".

"Chamamos a Coreia do Norte a voltar às negociações de seis partes", disse Harper em alusão ao estancado diálogo entre China, as duas Coreias, Estados Unidos, Japão e Rússia sobre o desmantelamento do programa nuclear de Pyongyang.

Quanto ao Afeganistão, Harper pediu ao presidente Hamid Karzai para assumir responsabilidades e cumprir suas promessas de melhorar a governança, reforçar o Estado de direito e combater a corrupção.

"Devemos continuar dando apoio (ao governo de Cabul), assegurando-nos de que o governo afegão cumpra com seus compromissos", pontuou.

Na declaração emitida nesta terça-feira, o G8 reiterou seu apoio à estratégia de reconciliação defendida por Karzai, mas também pede insistentemente a Cabul que demonstre "audácia" para resolver os problemas de governança, para agir rápido contra a corrupção e "cumprir suas promessas" de reformar a Justiça afegã.

Fonte: AFP
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Embraer nega irregularidades na venda de aeronaves para Argentina

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A Embraer divulgou nota nesta segunda-feira (29/03) negando possíveis irregularidades no processo de venda de aeronaves para a companhia Austral Líneas Aéreas, do grupo da estatal Aerolineas Argentinas. O comunicado dizia que a Embraer fechou o contrato em termos “rigorosamente consistentes com as referências de mercado”.

Os rumores de irregularidade começaram nesta segunda-feira, depois que o jornal “La Nación”, da Argentina, publicou uma matéria levantando suspeitas sobre as operações envolvendo as duas empresas. Segundo a matéria, a companhia argentina teria pago preços excessivos na compra de aviões da Embraer.

A empresa brasileira havia fechado contrato em maio de 2009, para entregar 20 aviões à Austral Líneas Aéreas. Na manhã desta segunda-feira uma operação foi realizada em Buenos Aires para buscar documentos de compra dos aviões no escritório da companhia aérea.

Segundo a assessoria de imprensa da Embraer, o avião modelo 190 pedido pela Austral Líneas Aéreas tem preço de tabela de 39,5 milhões de dólares, com base nas condições econômicas do início de 2009. Nenhuma aeronave do pedido foi entregue à empresa argentina, acrescentou a assessoria

Fonte: Exame via Poder Aéreo
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França prestes a proibir véu islâmico em repartições públicas

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A França deu nesta terça-feira mais um passo para a proibição do véu islâmico integral nas repartições públicas, mas não nas ruas, uma medida delicada relacionada a algumas mulheres neste país, que abriga a maior comunidade muçulmana da Europa.

O Conselho de Estado, a mais alta jurisdição administrativa da França, rejeitou uma proibição geral e absoluta da 'burca' e do 'niqab', já que alegou que poderia ser rejeitada juridicamente, e propôs estabelecer o veto em "determinados locais e para determinados trâmites".

"O Conselho de Estado considera que uma proibição geral e absoluta do véu integral carece de fundamento jurídico incontestável", indica, nas conclusões entregues nesta terça-feira ao primeiro-ministro francês François Fillon.

"Em troca, o Conselho de Estado considera que a segurança pública e a luta contra a fraude, reforçadas por exigências próprias de determinados serviços públicos, justificariam a obrigação de manter o rosto descoberto em determinados lugares ou para efetuar determinados trâmites", acrescenta a instituição.

O Conselho de Estado descarta uma proibição do véu islâmico integral em áreas públicas, e os legisladores terão que detalhar os lugares em questão, ou seja, se a medida será aplicada nos transportes, nos estabelecimentos comerciais e em locais particulares que recebem público.

No final de janeiro, o governo francês pediu ao Conselho de Estado que propusesse "soluções jurídicas" para que o Executivo pudesse apresentar um projeto de lei estabelecendo "a proibição do véu integral mais ampla e efetiva possível".

Fillon fez o pedido dias depois de uma missão parlamentar que trabalhou durante vários meses neste assunto ter recomendado a proibição do véu islâmico integral em escolas, hospitais, transportes e estabelecimentos do Estado.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, que apoiou desde o início a proibição da 'burca', reiterou publicamente na terça-feira da semana passada a sua posição.

"O véu integral é contrário à dignidade da mulher. A resposta é a proibição", indicou Sarkozy em sua primeira declaração pública após a derrota da direita nas eleições regionais francesas, que marcaram também o ressurgimento da ultradireita no mapa político deste país.

Na União Europeia (UE) nem todos apoiam uma proibição total.

Dias atrás, o comissário de Direitos Humanos do Conselho da Europa, Thomas Hammaberg, considerou que "a diversidade na Europa deve ser protegida do reflexo da islamofobia".

Na França apenas cerca de 2.000 muçulmanas usam a 'burca' - vestimenta tradicional dos pashtuns do Afeganistão que cobre a cabeça e o corpo - ou o 'niqab', véu completo com uma abertura na altura dos olhos, segundo dados do Ministério do Interior.

Fonte: AFP

Nota do Blog: É um desrespeito ao direito dos grupos, pois fora do Oriente Médio, a mulher usa o véu por tradição ou em respeito a sua religião, tal proibição pode soar como um desrespeito ao direito de liberdade dos cidadãos.

A meu ver é um crime claro contra a cultura Islâmica, pois o uso como já citei é opcional fora dos territórios sob controle árabe, em especial os xiitas. A imposição de uma proibição fere os direitos de liberdade individual e de religião, caracterizando uma fobia a toda a tradição árabe-islâmica, uma vez que estão confundindo os atos de extremistas com a cultura milenar de um povo. Pois visa coibir o uso do véu a principio em orgãos públicos, mas visando estender a todas as ocasiões.
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Justiça quer relatório da TAM em 48 horas

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A juíza Paula Mantovani Avelino, da 1.ª Vara Federal Criminal de São Paulo, deu prazo de 48 horas para que o brigadeiro Jorge Kersul Filho, chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), encaminhe cópia assinada e rubricada do relatório final sobre a tragédia do voo 3054 da TAM, sob pena de enquadrá-lo por crime desobediência.

O pedido atende a solicitação do procurador da República Rodrigo De Grandis, que aguarda o documento para decidir se oferece denúncia (acusação formal à Justiça), pede novas diligências ou arquiva o inquérito aberto pela Polícia Federal (PF) para apurar responsabilidades no maior acidente aéreo do País. O desastre ocorrido em 17 de julho de 2007 no Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, deixou 199 mortos.

A investigação da PF concluiu que os pilotos da TAM foram os únicos culpados pela tragédia. O relatório do Cenipa, no entanto, indica que as dificuldades de operação em Congonhas, a pressão silenciosa da companhia aérea para que se evitasse pousar em aeroportos alternativos em dias de chuva, as condições meteorológicas adversas naquele dia e até a conjuntura da crise aérea tiveram influência negativa sobre a tripulação, que num descuido teria deixado de seguir o correto procedimento para o uso das manetes (espécie de aceleradores do avião).

Resistência. Os militares relutam em ceder relatórios para processos judiciais por entenderem que têm caráter exclusivamente preventivo, como pregam as entidades internacionais de investigação de acidentes aeronáuticos. Para a juíza, no entanto, "o não atendimento da diligência, após decorrido lapso temporal tão extenso, configura resistência injustificada ao cumprimento de expressa ordem judicial, além de grave ofensa aos princípios constitucionais ordenadores da administração pública".

Em outubro do ano passado, a magistrada já havia fixado prazo de 30 dias para que o Cenipa apresentasse cópia do relatório final do acidente. Entretanto, o material juntado pelos militares ao processo teria vindo sem assinaturas ou rubricas dos responsáveis pela apuração. Em sua petição, De Grandis sustenta que, dessa forma, o documento não tem valor jurídico.

Procurado ontem, Kersul disse que não se opõe a entregar o relatório ao Ministério Público Federal (MPF). "Fiz contato com o gabinete do De Grandis na semana passada porque queria uma cópia do pedido dele, que até hoje não recebi", assinalou. "Não temos nada a esconder, mesmo porque está tudo no site do Cenipa."

Cremação. No mesmo despacho, a juíza deferiu pedido da família de Aline Monteiro Castigio, uma das vítimas da tragédia, para cremar fragmentos identificados recentemente pelo Instituto Médico-Legal (IML). Funcionária da TAM, a comissária de 28 anos embarcou no voo 3054 para voltar das férias no interior do Rio Grande do Sul.

O professor universitário Dário Scott foi o primeiro familiar de vítimas do voo 3054 a conseguir autorização judicial para exumar o corpo da filha única, Taís, de 14 anos. Logo após o acidente, ele sepultou fragmentos corporais no Cemitério da Lapa, na zona oeste de São Paulo. Em maio do ano passado, Scott foi informado pelo IML da descoberta de mais fragmentos.

A luta para exumar os despojos, reuni-los com os fragmentos do IML e fazer uma cerimônia de cremação durou quase um ano.


PARA LEMBRAR

Em novembro de 2008, a Polícia Civil de São Paulo chegou a indiciar dez pessoas pelo acidente com o Airbus A320 da TAM, entre eles os ex-presidentes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Milton Zuanazzi e da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) José Carlos Pereira, além de funcionários da TAM. Menos de uma semana depois, a medida foi suspensa por ordem da Justiça Estadual. Como a PF ainda apurava o caso, haveria risco de duplo indiciamento.


Fonte: Estadão
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Presidente sul-coreano ordena alerta em relação aos vizinhos do Norte

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O presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, ordenou hoje aos militares de seu país que mantenham alerta em relação à Coreia do Norte após o afundamento, há cinco dias, de uma embarcação de guerra sul-coreana perto da controversa fronteira marítima.

"Como [o naufrágio] ocorreu na última linha da fronteira, o Exército deverá estar preparado para qualquer movimento da Coreia do Norte e deve se manter alerta sem que haja nenhum falha", disse Lee em reunião de seu Gabinete, segundo a agência local Yonhap.

O navio sul-coreano "Cheonan", de 1.200 toneladas e com 104 tripulantes a bordo, afundou na noite de sexta-feira na zona do Mar Amarelo (Mar Ocidental) próxima à fronteira com a Coreia do Norte, por causa de uma explosão cujas causas ainda não foram esclarecidas.

No total, 58 marinheiros foram resgatados, entre eles o capitão da embarcação, enquanto outros 46 seguem desaparecidos.

Lee ordenou uma investigação "rápida e científica" do afundamento e pediu para que os resultados sejam revelados "com transparência" para que não haja dúvidas sobre o incidente.

As autoridades militares assinalaram a possibilidade de a explosão ter acontecido pela colisão com uma velha mina norte-coreana estabelecida durante a Guerra da Coreia (1950-53). Entretanto, não está descartado um possível ataque, embora não haja indícios de relação direta do país comunista.

Na fronteira marítima no Mar Amarelo aconteceram, em 1999, 2002 e 2009, confrontos armados entre as duas Coreias, com vítimas mortais.

Fonte: EFE
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Chanceleres do G8 pedem medidas fortes contra o Irã

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Ministros do Exterior do Grupo dos Oito, que reúne as principais nações industrializadas, pediram à comunidade internacional que tome "medidas apropriadas e fortes" para mostrar sua determinação sobre as atividades nucleares do Irã.

Um esboço do comunicado final também afirma que o G8 segue aberto ao diálogo com Teerã, que nega as acusações do Ocidente de que está buscando construir armas atômicas.

Os ministros do G8 encerrarão uma reunião de dois dias no Canadá nesta terça-feira. Uma cópia do documento, com a data de segunda-feira, foi mostrada à Reuters.

O documento faz parte de uma recente campanha de pressão de várias potências mundiais para forçar o Irã a atender as exigências do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas e cooperar com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

O Irã insiste que seu programa nuclear tem objetivos pacíficos.

"A contínua recusa do Irã de cumprir as obrigações com o Conselho de Segurança das Nações Unidas e com a AIEA em relação ao seu programa nuclear é uma grave preocupação para os ministros do G8", afirma o comunicado final.

"Os ministros concordaram em seguir abertos ao diálogo e também reafirmaram a necessidade da comunidade internacional tomar medidas fortes e apropriadas para demonstrar... determinação para manter o regime de não-proliferação nuclear."

O esboço não menciona a palavra "sanções".

Os três integrantes ocidentais que têm vagas permanentes no Conselho de Segurança --Estados Unidos, França e Grã-Bretanha-- ao lado da Alemanha, têm pressionado por uma nova rodada de sanções ao Irã.

Fonte: Reuters
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Mujica pede apoio de Lula para construção de porto de águas profundas

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O presidente do Uruguai, José Mujica, pediu hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a cooperação para a construção de um porto de águas profundas e para a exploração das reservas uruguaias de ferro.

"Foi um dos assuntos centrais das conversas" entre os dois líderes nesta segunda-feira, em Brasília, segundo o assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia.

Segundo Garcia, o tema foi colocado por Mujica, que retomou um antigo projeto para a construção de um porto de águas profundas na localidade de Rocha, que serviria para dar um impulso ao comércio exterior do país vizinho.

Garcia, única autoridade que conversou com a imprensa após o encontro dos presidentes, explicou que a construção do porto ajudaria o Uruguai a se tornar exportador de ferro, mineral do qual o país tem grandes reservas, e, no futuro, de aço.

Segundo o assessor, Lula mostrou muito interesse no projeto, que voltará a ser discutido com Mujica durante visita que deixou agendada para o próximo dia 3 de maio.

"A intenção seria somar o esforço de empresas brasileiras às ideias colocadas pelo presidente Mujica", disse o assessor.

Lula, por sua vez, tentou convencer o colega das virtudes do sistema de televisão digital japonês-brasileiro, diante da escolha do modelo europeu por parte do Governo uruguaio. "O presidente Mujica estudará o assunto", garantiu Garcia.

O funcionário explicou que a agenda foi de conteúdo fundamentalmente bilateral, e também foram discutidos assuntos relativos à integração das cadeias produtivas, a expansão do comércio e a cooperação no setor educativo.

Em relação à educação, Lula disse que o Brasil tem interesse em conhecer o chamado "Plano Ceibal", programa do Governo uruguaio destinado a entregar a cada aluno das escolas primárias do país um computador portátil.

Além disso, foi tratado o desenvolvimento de obras de infraestrutura nas áreas fronteiriças, sobretudo as relativas à interconexão elétrica, a integração das redes ferroviárias, a construção de uma nova ponte na fronteira e outras medidas necessárias para melhorar a conexão fluvial entre Brasil e Uruguai.

A reunião entre os líderes foi precedida de contatos entre autoridades uruguaias e brasileiras, que, segundo fontes oficiais, se concentraram em assuntos de comércio e integração.

O ministro da Indústria, Energia e Mineração do Uruguai, Roberto Kreimerman, se reuniu com Hélio Costa, ministro de Comunicações do Brasil, e também com Miguel Jorge, ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Por sua vez, o ministro uruguaio de Pecuária, Agricultura e Pesca, Tabaré Aguerre, se encontrou com autoridades do Ministério da Agricultura do Brasil.

Em todos esses encontros foram discutidas fórmulas para tentar potenciar o comércio bilateral, que no ano passado chegou a US$ 2,6 bilhões, com a balança ligeiramente inclinada a favor do Brasil, que exportou US$ 1,36 bilhões ao Uruguai.

Nos poucos momentos em que se deixaram ver e fotografar pelos jornalistas, Lula e Mujica deram claras mostras de apreço e respeito mútuos.

Ao chegar ao Palácio do Itamaraty, onde aconteceu a reunião, o uruguaio foi recebido com um forte abraço por Lula, que estava acompanhado do Ministro de Exteriores, Celso Amorim, e da Ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, candidata do Governo para as eleições de outubro.

Mujica deve retornar na manhã desta terça a Montevidéu, em voo comercial que fará escala no aeroporto do Porto Alegre.

Fonte: EFE
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Obama recebe Sarkozy nesta terça-feira na Casa Branca

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, receberá nesta terça-feira, pela primeira vez, seu colega francês, Nicolas Sarkozy, na Casa Branca, uma boa ocasião para deixar para trás antigos atritos e, segundo o francês, "celebrar a amizade".

O líder francês se encontrará com Obama depois de outros líderes europeus, entre eles o britânico Gordon Brown, a alemã Angela Merkel e o espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, já terem passado pelo Salão Oval, mas terá um privilégio que eles não tiveram: um jantar privado.

Obama e a primeira-dama Michelle oferecerão à noite um jantar privado em honra a Sarkozy e sua esposa, Carla Bruni, uma gentileza que o presidente dos Estados Unidos não ofereceu aos outros líderes europeus e que o francês qualificou como "um forte gesto de amizade e de estima em relação à França".

Sarkozy, apesar de ser visto nos EUA como mais próximo dos americanos que outros presidentes franceses, criticou Obama em privado, avaliando que ele tem postura "débil e ingênua" na política internacional.

O líder francês foi especialmente crítico com seu colega americano por sua estratégia de perseguir uma política de aproximação com o Irã, já que ele defende uma resposta mais firme.

Por sua vez, Washington não gostou da resposta de Sarkozy sobre a operação militar no Afeganistão. O presidente francês não quer reforçar seu efetivo, mas disse que os 3.750 militares franceses permanecerão no país centro-asiático.

Porém, durante a visita de Obama à França em junho para participar dos atos de comemoração do 65º aniversário do Desembarque de Normandia as diferenças entre ambos começaram a ficar mais evidentes.

Um dia depois da comemoração, Obama, de volta a Paris com sua família, rejeitou um convite para um jantar de Estado no Palácio do Governo da França, e preferiu jantar com sua família em um restaurante, como destaca a imprensa americana e francesa nesta semana.

Antes de sentarem-se à mesa na Casa Branca, os presidentes discutirão os grandes temas da atualidade internacional e da relação bilateral, com foco na cooperação no Oriente Médio e no Afeganistão, assim como na elaboração de uma nova rodada de sanções contra o Irã, no ambiente econômico e financeiro e a mudança climática.

Obama e Sarkozy aproveitarão para conversar sobre as perspectivas das próximas cúpulas do G20 em Toronto e em Seul e os grandes desafios globais. Depois do encontro, darão entrevista coletiva no Jardim da Casa Branca.

O líder francês chegará à capital americana procedente de Nova York, onde pronunciou na segunda-feira um discurso na universidade de Columbia e se reuniu com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

Antes de se encontrar com Obama, Sarkozy visitará o Capitólio para se reunir com senadores, entre eles o democrata John Kerry, presidente do Comitê de Assuntos Exteriores da Câmara Alta, com quem discutirá a luta contra o aquecimento global.

Fonte: EFE
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EUA: terrorismo é 'inimigo comum'

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Os movimentos terroristas mundiais estão relacionados e são "o inimigo comum", afirmou a secretária americana de Estado, Hillary Clinton, sobre os atentados no metrô de Moscou ocorridos nesta segunda-feira.

Os terroristas são "o inimigo comum" e "seja no metrô de Moscou, no metrô de Londres, em um trem em Madri ou em um edifício de escritórios em Nova York, enfrentamos o mesmo inimigo", afirmou a secretária de Estado em uma entrevista à televisão canadense.

"Penso que há uma ligação entre a maioria das atividades terroristas que se veem no mundo" afirmou, destacando que "se alimentam uns aos outros, trocam conhecimentos, explosivos, informação".

Mais cedo, o presidente Barack Obama telefonou ao presidente russo Dmitri Medvedev para apresentar suas condolências "pelos mortos e feridos no repulsivo ato de terrorismo em Moscou", afirmou a presidência americana em comunicado.

onte: AFP
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segunda-feira, 29 de março de 2010

Antiga mina pode ter causado naufrágio, diz Seul

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Uma explosão que partiu ao meio um navio da Marinha da Coreia do Sul pode ter sido causada por uma mina naval da época da Guerra da Coreia (1950-53), afirmou hoje Kim Tae-young, ministro da Defesa da Coreia do Sul. Quarenta e seis marinheiros estão desaparecidos após o Cheonan, uma embarcação de 1.200 toneladas, naufragar na noite de sexta-feira no Mar Amarelo. O fato ocorreu perto da tensa e disputada fronteira marítima do país com a Coreia do Norte e foi um dos piores desastres marítimos sul-coreanos.

A área foi cenário de confrontos marítimos em 1999 e 2002 e também de uma troca de tiros em novembro. Mas funcionários em Seul dizem que até o momento não há evidências de que Pyongyang tenha atacado o Cheonan. Kim disse ao comitê de Defesa do Parlamento que não havia sinais de ataque com torpedo antes da explosão. Ele citou depoimentos de tripulantes resgatados que estavam operando o radar do navio. "É possível que uma mina naval norte-coreana tenha flutuado até nossa área", avaliou.

A Coreia do Norte utilizou cerca de 4 mil minas navais da União Soviética durante a guerra e posicionou 3 mil delas no Mar Amarelo e no Mar do Japão, afirmou o ministro. "Ainda que muitas minas tenham sido retiradas, deve ter sido impossível retirar todas", notou Kim. Uma mina naval foi encontrada em 1959 e outra em 1984, disse o ministro, mas uma busca intensiva da Coreia do Sul, em 2008, não encontrou nenhum indício desse armamento.

Kim afirmou ainda que os investigadores não descartaram a possibilidade de uma mina ter sido levada pela correnteza, após se desprender de suas amarras. "Ou nós temos que ver se a Coreia do Norte intencionalmente deixou a mina à deriva." A Coreia do Sul não instalou minas na costa oeste do país, segundo o ministro.

Fonte: Estadão
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