sábado, 27 de fevereiro de 2010
EUA sobem tom com Brasil sobre Irã
Os EUA levarão ao governo brasileiro um recado: é um “erro” o Brasil não apoiar sanções contra o Irã no Conselho de Segurança da ONU, disse o principal diplomata de Washington para a América Latina, Arturo Valenzuela. A secretária do Estado, Hillary Clinton, vai subir o tom em sua visita a Brasília na quarta-feira, nos encontros com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, Hillary vai insistir na necessidade de unidade internacional para pressionar o Irã, segundo apurou o Estado.
“Queremos que os brasileiros sejam mais enérgicos com os iranianos”, disse ontem Valenzuela, que é secretário-assistente de Estado para o Hemisfério Ocidental. “Se o Brasil não usar seu relacionamento com o Irã para pressionar os iranianos a cumprirem suas obrigações internacionais, nós vamos ficar decepcionados.” Em San Salvador no encerramento de seu giro na América Latina, Lula rejeitou a pressão americana. “Eu vou visitar o Irã e não tenho de prestar contas a ninguém, a não ser ao povo brasileiro”, disse o Presidente.
O Irã se transformou em uma fonte de irritação nas relações Brasil-EUA. O Presidente Lula recebeu seu colega iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, em Brasília em novembro. Lula deve retribuir a visita em maio, quando vai à Teerã.
Os americanos estão irritados com a iniciativa de Lula de receber Ahmadinejad de braços abertos e a relutância em apoiar sanções contra o País no Conselho de Segurança da ONU. O Brasil tem afirmado que o Irã não deve ser isolado pela comunidade internacional – exatamente o contrário do que pretende a Casa Branca.
Ontem, em depoimento ao Congresso, Hillary foi taxativa: “Estou a caminho da América Latina. E o Irã está no topo da minha agenda”. Segundo a secretária de Estado os EUA mostraram a países que estavam ambivalentes o tipo de ameaça que o Irã apresenta. “Vamos atrás de pressão e sanções para mudar o comportamento e mandar um sinal internacional claro de que o programa de armas nucleares do Irã não é permitido”.
Fonte: Estadão
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