sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Aprendendo com o passado - "Questão Christie"


Muitos de vocês leitores devem já ter ouvido falar no contencioso entre Brasil e o Reino Unido, conhecido como "Questão Christie", foi uma crise diplomática ocorrida entre 1862 e 1865.

Esta crise se iniciou com o naufragio do navio "Prince of Wales" na costa sul brasileira,atingido por uma forte tempestade, resultando na morte de toda a tripulação. E como era de costume a época, os corpos foram enterrados e a carga que foi recuperada saqueada. Onde o governo britânico exigiu reembolso pelas perdas ao Império brasileiro. E ainda para agravar mais a situação alguns ingleses que estavam em trajes civis foram presos no Rio de Janeiro por agredir um guarda, tendo sido soltos após a identificação.

O embaixador britânico Christie, não satisfeito, aproveitou a ocasião para exigir a pronta indenização pela carga do navio Prince of Wales, a demissão dos policiais brasileiros que tinham efetuado a detenção e um pedido formal de desculpas do governo imperial à Grã-Bretanha. Christie, acerca do naufrágio do navio britânico afirmou ainda que os seus tripulantes foram assassinados por brasileiros antes do afundamento, que teriam procedido o saque da carga. Christie, acerca do naufrágio do navio britânico afirmou ainda que os seus tripulantes foram assassinados por brasileiros antes do afundamento, que teriam procedido o saque da carga.

Em consequência uma esquadra de guerra, sob o comando do almirante Warren, partiu da estação naval do Rio de Janeiro e procedeu ao apresamento de cinco navios mercantes brasileiros. Esse incidente acirrou os ânimos na Capital, resultando em diversas manifestações de protesto, tendo a população ameaçado represálias contra propriedades inglesas no Brasil. Mas o Brasil não possuia meios de se opôr a tal ação britânica em nosso litoral e teve de aceitar tal humilhação, por fim aceitando pagar o valor requerido pelo naufrágio do Prince of Wales.

Naqueles tempos tinhamos uma marinha muito fraca e incapaz de fazer valer-se em nossas aguás territóriais. Hoje não é muito diferente, e muitos dizem que não precisamos de meios ou investimento em novos equipamentos e embarcações. Pois temos uma boa mesa diplomática e grandes aliados. Mas como todos sabemos isso não é uma garantia de que não poderemos ser atacados, e o fato de não possuirmos inimigos reais imediatos não justifica mantermos uma postura timida e irresponsável quando se fala em reaparelhamento, não só de nossa Marinha, mas de nosso Exército e de nossa Aeronáutica. Pois é se preparando para a guerra que se faz a Paz.

Hoje um fato que deixou claro a necessidade de uma reavaliação dos meios necessários, sua quantificação e distribuição, foi a queda do AFR447, onde tivemos uma demora muito grande para fazer-se presente no local do ocorrido.

Para que o passado não se repita em um futuro breve, é necessário que tenhamos consciência de que somos um país grandioso e soberano, além do fato de possuirmos riquezas que vem a desperta a cobiça de diversos atores do cenário internacional, mesmo que ainda sem qualquer movimentação com intenção de apropriação destes, temos que estar prontos para fazer valer nossa soberania seja na terra, no céu ou no mar.

Autor: Angelo D. Nicolaci
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1 comentários:

  1. A maioria da população brasileira não possui a Cultura de Defesa. Acham os investimentos em nossas FFAA, totalmente desnecessários. Mas isto está mudando, ainda que seja lenta e gradativamente.

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