terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Apoio do Brasil reflete posição histórica
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GBN News
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O apoio do Brasil à reivindicação de soberania argentina das Ilhas Malvinas é coerente com a posição adotada pelo País durante o conflito que ocorreu na região nos anos 80. Para José Botafogo Gonçalves, presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), no Rio, e ex-embaixador em Buenos Aires, o único fator que causa algum embaraço tanto para o governo argentino quanto para seus aliados é o paralelo inevitável entre os motivos que levaram os militares do país vizinho a invadir as Malvinas em 1982 e o momento delicado vivido pela presidente Cristina Kirchner hoje.
Da mesma forma como o ditador argentino Leopoldo Fortunato Galtieri estava em sérias dificuldades econômicas quando decidiu retomar, em abril de 1982 (e após quase cinco décadas de hegemonia britânica), o controle sobre o arquipélago das Malvinas, dando origem ao conflito que mataria 649 argentinos e 255 britânicos, Cristina passa hoje pelo momento mais difícil de seu governo, com sérios problemas de inflação, estagnação econômica e disputas com a imprensa e setores ruralistas.
"A questão é que levantar agora o tema das Malvinas cheira à velha estratégia de conseguir um inimigo externo para ganhar popularidade", opina Gonçalves. "Não fosse por isso, o apoio do Brasil - e dos outros países da região - seria muito mais fácil e menos controvertido até porque, nesse caso, é coerente com a tradição da diplomacia brasileira", completa.
A Guerra das Malvinas encontrou o Brasil e a Argentina num momento de reaproximação depois da assinatura, em 1979, do tratado que resolveu a disputa envolvendo os projetos para a construção das hidrelétricas de Itaipu (pelo Brasil) e de Corpus (pela Argentina, que nunca saiu do papel). E, segundo alguns especialistas, ajudou a consolidar esse processo, abrindo caminho para o que mais tarde seria o Mercosul.
O último presidente do regime militar, João Batista Figueiredo, por exemplo, visitou a Argentina em 1980 (foi a primeira visita de um chefe de Estado brasileiro ao país vizinho em mais de 40 anos). Lá, ele assinou uma série de acordos de cooperação - um deles na área de energia nuclear.
O Brasil tentou manter uma distância segura do conflito por uma série de fatores. Primeiro, a iniciativa para a ofensiva militar partiu da Argentina, o que complicava o apoio amplo ao vizinho. Depois, em anos de crise da dívida, havia a preocupação com a possibilidade de os britânicos e europeus suspenderem as linhas de crédito para o País.
Mas se o Brasil pendeu para algum dos lados, certamente foi para o argentino. Aviões Bandeirantes Emb-110, por exemplo, foram comprados pelos argentinos em condições "muito vantajosas", segundo a marinha brasileira, para cobrir os pontos fracos da defesa do país: a patrulha aérea no litoral. A Embaixada do Brasil em Londres também passou a representar os negócios argentinos junto à coroa britânica nos meses de crise.
Nas duas reuniões de consultas do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca, o Brasil votou a favor das moções que condenavam o boicote da Comunidade Econômica Europeia à Argentina e apoiavam a soberania do país vizinho sobre as Malvinas. Na época, também causou mal-estar a posição dos EUA de apoio aos britânicos - o que motivou, como hoje, intermináveis discussões na OEA.
Fonte: Estadão
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Só precisamos entende que este apoio brasileiro a Agentina tem um caráter muito mais diplomático que qualquer outra coisa.
ResponderExcluirE fora isso, acho que as que as questões que envolvem as ilhas Malvinas precisam levar em conta também as pessoas que habitam a ilha e seus desejos.
É complicado tratar essas pessoas como sendo um nada. Não sou favorável a isso.
enfim...
abraços a todos