quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Exército confirma morte de quatro militares brasileiros no Haiti
O general de brigada do Exército brasileiro Carlos Alberto Neiva Barcellos confirmou nesta quarta-feira, em coletiva de imprensa no quartel-general em Brasília, as mortes de quatro militares brasileiros no tremor de 7 graus de magnitude que atingiu ontem o Haiti. A médica pediatra e fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, estava no Haiti para reuniões e também morreu.
"É possível que tenhamos mais mortes", afirmou nesta quarta-feira o coronel Eduardo Cypriano, subchefe da comunicação do Exército.
De acordo com Barcellos, as quatro vítimas são: o sargento Davi Ramos de Lima, o tenente Bruno Ribeiro Mário e os soldados Antônio José Anacleto e Tiago Anaya Detimermani. Todos os militares seriam membros do 5º batalhão de infantaria-leve das forças brasileiras no Haiti.
Segundo o centro de comunicação do Exército, as mortes ocorreram fora da base do comando do batalhão do Exército brasileiro no Haiti, cujo prédio não sofreu grandes estragos.
Ao menos outros dez militares ficaram feridos devido o tremor, de acordo com Barcellos. Entre eles, estão: o tenente coronel Alexandre José dos Santos, o capitão Renan Rodrigues de Oliveira, o sargento Danilo do Nascimento de Oliveira, o cabo Eugênio Pesaresi Neto e o soldado Welington Soares Magalhães Neto.
Muitos civis estão à procura da sede militar para obter refúgio após o terremoto. Segundo o general, o comandante do Exército brasileiro Enzo Martins Peri será enviado ao país. Barcellos não confirmou se posteriormente o Exército enviará uma missão para o Haiti.
Há escombros por toda a parte na capital Porto Príncipe, o que impede que carros circulem pela cidade. O incidente comprometeu os sistemas de telefonia fixa e de celular, dificultando o repasse de informações.
Não há energia elétrica na capital, o que tornou as buscas ainda mais difíceis e comprometeu a avaliação dos danos do terremoto nesta madrugada. Segundo o Centro de Comunicação Social do Exército, muitos habitantes de Porto Príncipe estão buscando refúgio na base do Comando do Batalhão Brasileiro, menos atingida pelos abalos.
O Brasil tem 1.266 militares na Força de Paz da ONU, a Minustah, dos quais 250 são da engenharia do Exército. Os militares já tiveram participação no socorro às vítimas dos furacões de 2004 e de 2008, que atingiram o Haiti.
A força foi trazida ao país depois de uma sangrenta rebelião em 2004, que seguiu décadas de violência e pobreza. A missão é liderada pelas tropas brasileiras.
Mais vítimas
Uma fonte militar, citada pela agência de notícias France Presse, disse que três soldados jordanianos da missão de paz da ONU (Organização das Nações Unidas) morreram no terremoto e outros 21 ficaram feridos.
A Federação Internacional da Cruz Vermelha (FICV) estima que até 3 milhões de pessoas foram atingidas pelo terremoto.
A FICV realizou nesta quarta-feira uma reunião de crise em sua sede de Genebra, afirmou o porta-voz, Jean-Luc Martinage, citado pela agência de notícias France Presse. A FICV prepara uma intervenção coordenada com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
"Reservas de urgência estão armazenadas no Haiti e permitem ajudar 3.000 famílias durante três a quatro dias, mas teremos que levar rapidamente o material de socorro de nosso centro regional de reação para as catástrofes, o Padro, com sede no Panamá", afirmou.
Danos
Mesmo prédios importantes como o palácio presidencial e a sede da missão da ONU não resistiram e sofreram sérios danos. O subsecretário-geral para Operações de Paz da ONU, Alain Le Roy, disse em um comunicado divulgado em Nova York que a sede da missão sofreu graves danos, juntamente com outras instalações das Nações Unidas e que um grande número de pessoas que trabalham para a organização continuava desaparecido.
Há relatos de casas que caíram de barrancos e de um hotel de luxo que teria desabado, soterrando 200 pessoas. Repórteres e testemunhas relatam grande destruição e cenas sangrentas na capital, Porto Príncipe.
As comunicações foram em grande parte interrompidas, tornando impossível obter um quadro completo sobre os danos, enquanto vários tremores que se seguiram ao grande sismo continuaram a assustar a população do país, onde muitas construções são precárias. A eletricidade foi cortada em alguns lugares.
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"A situação é muito grave", especialmente nos bairros mais populares, disse Manuel durante uma entrevista coletiva de no Ministério das Relações Exteriores do México, após conversar com o vice-chanceler mexicano, Salvador Beltrán.
Fonte: Folha
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