quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Suicida invade base militar americana no Afeganistão e mata 8 agentes da CIA
Oito civis norte-americanos, que trabalhavam para a CIA, e cinco canadenses, sendo quatro soldados, morreram nas últimas 24 horas no Afeganistão, onde 2009 foi o ano mais violento para as forças estrangeiras desde 2001.
Os oito americanos morreram em um atentado em RC-East, segundo um funcionário da embaixada dos Estados Unidos em Cabul, referindo-se à região militar do leste do país, que inclui 14 províncias.
Em Washington, uma porta-voz do departamento da Defesa indicou que os oito americanos morreram numa base militar quando um homem detonou os explosivos que carregava.
O atentado aconteceu na Base Operacional Avançada de Chapman, situada na província de Khost, perto da fronteira com o Paquistão, segundo a porta-voz do Pentágono, a tenente-coronel Almarah Belk.
Segundo o Washington Post, a maioria das vítimas provavelmente eram empregados ou terceirizados da CIA.
Os talibãs reivindicaram a autoria do atentado na manhã desta quinta-feira.
"Ontem, em uma base americana perto do antigo aeroporto de Khost, um camicase chamado Samiulá realizou um atentado suicida ao detonar seu cinturão de explosivos e matar a 16 americanos", declarou Zabihulá Mujahid, porta-voz dos talibãs contatados por telefone pela AFP.
"Era nosso homem e detonou o cinturão em meio a agentes da CIA", acrescentou.
Por outra parte, cinco canadenses, quatro soldados e uma jornalista, morreram na explosão de uma bomba na passagem de seu carro blindado em Kandahar, reduto dos talibãs do sul do país, segundo anunciou o chefe do contingente canadense no país, general Daniel Ménard.
A jornalista, primeira representante da imprensa canadense que morre no Afeganistão, era Michelle Lang, do jornal Calgary Herald, que realizava sua primeira missão no país, segundo a tv CBC.
"Os soldados patrulhavam para recolher informações e garantir a segurança na zona. A jornalista estava com eles para informar o dia a dia dos soldados canadenses ", afirmou o oficial.
Um total de 138 soldados canadenses morreram no Afeganistão, onde o Canadá mantém 2.800 militares na região de Kandahar. Este contingente deve ser repatriado em 2011.
Estes novos ataques acontecem quando o número de soldados americanos e da Isaf deve aumentar de 113.000 a 150.000 em 2010 para combater a insurreição dos talibãs. O ano de 2009 foi o mais mortífero para o contingente estrangeiro desde a invasão do país em 2001.
Ao mesmo tempo, o número de civis estrangeiros presentes no Afeganistão aumenta rapidamente. Os Estados Unidos anunciaram em novembro que duplicou a quantidade de especialistas civis e que esse número deveria alcançar as mil pessoas até o fim do ano.
Estes dois últimos ataques acontecem em meio à polêmica sobre a morte de dez civis afegãos por ação das forças estrangeiras, segundo informe divulgado na véspera pela presidência afegã, e manifestações antiamericanas na Cabul e Jalalabad (leste).
A Isaf nega estas acusações e assegura que não existem provas que apoiem as conclusões dos investigadores.
A agência de espionagem americana decidiu não informar sobre o ataque, que segundo um ex-membro da CIA, pode ser mais grave ainda que o sofrido no ataque de 1983 contra a embaixada americana no Líbano, no qual morreram oito funcionários da inteligência em um só dia.
Fonte: EFE / AFP
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