sábado, 28 de novembro de 2009

Zelaya cobra da OEA ambiguidade dos EUA na crise de Honduras


O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, reivindicou nesta quinta-feira (26) à OEA (Organização dos Estados Americanos) pela "ambiguidade e contradição" dos Estados Unidos perante a crise política de seu país.

"Elevo perante o senhor em seu papel de secretário-geral da OEA as reivindicações formais de meu governo e do povo hondurenho pela atitude de irreverência à qual estamos sendo vítimas pela ambiguidade manifestada e a contradição do governo dos Estados Unidos da América e alguns países", ressaltou Zelaya em carta dirigida ao titular do órgão, José Miguel Insulza.

Acrescenta que os EUA e outros países, que não identifica, estão "utilizando posições ambíguas e imprecisas" quando dizem que "por um lado reconhecem meu governo, mas por outro lado ignoram nossa posição e as resoluções da OEA e da ONU e atendem as instruções do regime golpista" que preside Roberto Micheletti.

Em sua carta Zelaya lembrou que em 28 de junho passado, quando foi deposto, os militares assaltaram sua casa "a tiros", lhe "sequestraram" e "expatriaram para a Costa Rica", enquanto o Congresso Nacional lhe separou do cargo falsificando uma "renúncia" sua.

Afirmou também que a Corte Suprema de Justiça lhe ditou ordem de captura "sem ter nenhum processo e sem ser denunciado em nenhum tribunal ou julgamento".

"Isto foi condenado e tipificado por todos países do mundo como ruptura violenta e surpreendente da ordem democrática, golpe de Estado militar", lembra.

Zelaya expressou, além disso, que "em um fato sem precedentes na América Latina" depois do golpe de Estado se pretende, por parte dos que lhe derrubaram, "tutelar um espúrio processo eleitoral, sob estado de repressão com censura de meios de comunicação opositores ao regime, com um tribunal eleitoral parcial".

O processo eleitoral, segundo Zelaya, se desenvolve "sem garantias de liberdade nem transparência, com o principal objetivo de conseguir a impunidade de seus atos".

O presidente deposto permanece desde 21 de setembro na Embaixada do Brasil, de onde pede que se lhe restitua no poder e rejeita as que chama de "ilegais" eleições gerais do próximo domingo (29).

Fonte: EFE
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